Paraíso Brasil é movimento coletivo, vivencial e de conhecimento. Se refere à experiência de cada pessoa no Brasil, e à coletividade desta experiência. A ideia chave – Paraíso – e estruturante – Brasil – conformam a potência do país e de uma Paidéia civilizacional. Enquanto movimento buscaremos entender cada vez melhor como podemos prover bem-estar para toda nossa gente. A economia voltada para o bem viver é chave para uma contribuição do Brasil para a humanidade. Mas para construirmos nosso jardim, uma manifestação do paraíso, precisamos deixar de ser quintal de outros países.
Como experiência de vida e cultura, nosso ponto de partida é o Brasil. O cotidiano de cada brasileiro acontece em nossa região, estado, cidade, comunidade, família e entre amigos, bem como nosso mapa de deslocamento e ligações sociais. A cada nível, temos laços de pertencimento que vão de nosso ser ao país. É o Brasil que projeta nossa individualidade no mundo, é ponto de ligação de cada pessoa com nossos vizinhos sulamericanos, todos os povos nativos das Américas, o mundo latino e lusófono, a raíz africana e a humanidade como um todo.
Neste momento, está aberta a possibilidade histórica de concluir a formação da civilização brasileira. Ao pertencermos a uma civilização altiva será mais fácil estar no mundo. Ao usarmos nossa diversidade e capacidade de empatia, tolerância e acolhimento, poderemos contribuir ainda mais com todos os povos do planeta. É por nossa potência que recebemos ataques tão bem orquestrados. Mais uma vez na história, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se.
Para além de nossa auto-defesa – social, econômica, política e cultural –, podemos nos relacionar com qualquer povo do planeta, e agregar experiências em nosso caldo civilizacional. A missão dos brasileiros em se desenvolver não impõe explorar nenhum outro povo, e nem nós mesmos. O desenvolvimento cria desafios, mas alivia tensões internas, por estar atrelado a uma ideia coletiva e a ganho efetivo de bem estar. Desenvolvimento exige dinâmica, inclusão, criatividade e capacidade de acolher e usar nossas riquezas. E a principal riqueza da nação são os brasileiros, em toda sua diversidade.
Temos a oferecer uma alternativa à economia política da exclusão social e da escassez material, e ao complexo de vira latas que a sustenta. Entre os elementos de limite do atual modelo de conhecimento e poder verificamos: muros de conhecimento; compreensão do discurso científico como um elemento político e de exercício do poder; falta de diálogo com conhecimentos e saberes populares; re-emergência oriental; falência de compreensão da realidade na academia e grande mídia; disputas civilizacionais; transição hegemônica; e guerra de informações. Nossa individualidade e coletividade sofrem de ataque neocolonial, imperialista, a partir de forças de um sistema que se desintegra diante de nossos olhos. A resposta só pode emergir de autoconhecimento pessoal e social, e de um sentimento da evolução possível.
Como nos anos de 1920 e 1930, o sistema internacional passa por momento de crise. Foi um momento de consolidação da brasilidade, com a semana de arte de 1922 e seus desdobramentos, tendo o Manifesto Antropofágico como seu fruto mais carnudo. Este legado cultural permite fazermos a digestão do atual mal estar da humanidade, e compartilhar o resultado com o mundo. A retomada do pensamento brasileiro se baseia em potencial multiplo.
No passado, já achamos forças para nosso longo salto de desenvolvimento, não obstante os meios fossem parcos se comparados com a atualidade. Hoje temos uma estrutura de Universidades, centros de pesquisa e indústrias. Nossa cultura popular é conhecida mundialmente, compartilhamos um sentimento de brasilidade. Temos experiências de desenvolvimento de longo prazo, de políticas públicas industriais, trabalhistas, de sistemas de saúde, educação, cultura, defesa, proteção social e relações exteriores; e um mercado interno integrado. Podemos afirmar que nossas capacidades atuais são muito superiores ao que estava disponível há 100 anos atrás. É na cultura, na história e em nossa experiência vivencial que sabemos ser possível levar adiante a construção da civilização brasileira.
Solucionar nossos problemas significa criar um motor de desenvolvimento e bem estar. Precisamos melhorar nossas cidades, o deslocamento dos trabalhadores e as condições para andarmos pelas regiões de nosso país. Moradia, água, energia limpa e abundante, alimentos naturais e de qualidade são elementos básicos do bem viver. Não precisamos nos submeter à cultura da farinha pouca e dos muros sociais. Uma cultura de produção e prazer, de abundância e superação de desafios está latente na alma da gente brasileira. Para isso precisamos re-estruturar uma ideia de Brasil, e uma Paideia de formação das crianças brasileiras. Eis nossa missão coletiva.
* * * Pelo Resgate do Destino Nacional * * * Jardim do Paraíso * * *
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