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Equipe de política exterior de Joe Biden: ‘diversa’ e horrenda

Moon of Alabama

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Dado que esse blog frequentemente se ocupa com a política exterior dos EUA e o dano que causa ao mundo, parece adequado examinarmos a equipe de política exterior de Biden. Em resumo: é horrenda.

Susan Rice, que fez fama em Benghazi e foi Conselheira de Segurança Nacional de Obama, está cotada para ser Secretária de Estado.

Michele Flournoy, cofundadora do Centro para uma Nova Segurança Americana, CNSA [ing. Center for a New American SecurityCNAS], será Secretária da Defesa. Flournoy é ‘falcão’. O CNSA é mantido com doações do catálogo “Quem é Quem” do complexo industrial milita\r. Também é cofundadora da consultoria WestExec Advisors, empresa que opera os cordões para ajudar empresas a obter contratos com o Pentágono.

Também de WestExec Advisors foi Tony Blinken cotado para ser Conselheiro de Segurança Nacional. Foi Conselheiro de Segurança Nacional do então vice-presidente Biden, vice-Conselheiro de Segurança Nacional de Obama e vice-secretário de Estado.

O mesmo trio, com Joe Biden, promoveu a guerra de 2003 contra o Iraque e apoiou as guerras que o governo Obama ou iniciou ou manteve contra, se pode dizer, sete países.

Continuarão aquelas guerras e provavelmente inventarão mais algumas.

Biden disse que reporá os EUA no Acordo Nuclear com o Irã, mas com ‘emendas’. Análise realista mostra que o Irã provavelmente rejeitará qualquer alteração no acordo original:

Biden enfrentará a dura realidade de que as ‘emendas’ ao Acordo Nuclear com o Irã de o novo governo dos EUA precisa é tornar a volta dos EUA ao acordo politicamente viável e aceitável para o Irã. Mas o novo governo dos EUA mais provavelmente se verá numa situação, na qual sanções, inclusive sobre exportações de petróleo, têm de ser mantidas como esforço de pressão sobre o Irã para fazê-lo aceitar as demandas dos EUA para modificar o acordo.

Haverá muitas pressões pelos falcões liberais para pôr fim à guerra que iniciaram contra a Síria, mas outra vez na direção de intensificar os ataques. Trump encerrou o programa da CIA, de fornecimento de jihadistas. O governo Biden pode bem reiniciar esse esquema.

Susan Rice criticou o acordo de Doha, de Trump, com os Talibãs. Num governo Biden, o nível de tropas dos EUA no Afeganistão provavelmente voltará a aumentar.

Mudança possível pode haver no apoio dos EUA à guerra dos sauditas contra o Iêmen. Os Democratas não gostam de Mohammad bin Salman e podem tentar usar a questão do Iêmen para tirá-lo da posição de Príncipe Coroado.

Biden e sua equipe apoiaram a tentativa de golpe na Venezuela. Só criticaram por não ter sido feito ‘corretamente’. É possível que agora venham com sua própria ‘solução’ de sangue.

Depois de quatro anos de sandices anti-Rússia no Russiagate, que Susan Rice ajudou a lançar, é já impossível tentar outro ‘reset’ nas relações com a Rússia. Biden poderia até aceitar imediatamente uma renovação do tratado Novo START [para redução das armas nucleares estratégicas], mas o mais provável é que queira acrescentar, como pensa fazer com o Acordo Nuclear com o Irã, algumas ‘emendas’, que serão de difícil negociação. Com Biden, a Ucrânia pode ser empurrada para outra guerra contra os próprios cidadãos do setor oriental do país. Bielorrússia permanecerá na lista de países-alvo para ‘mudança de regime’.

Na Ásia há boa chance de as políticas de Biden serem menos confrontacionais que as de Trump:

A China respirará muito aliviada se Biden escolher Rice como sua secretária de Estado. Pequim a conhece bem, desde quanto ela muito se empenhou para remodelar o relacionamento entre os dois países, de engajamento, para competição seletiva, a qual bem pode ser a política chinesa pós-Trump.

Para o público indiano, que é obsessivo quanto à política de Biden para a China, recomendaria que assistissem em YouTube  a história oral de Rice, na qual ela narra sua experiência como Conselheira de Segurança Nacional, de tempos em que EUA e China podiam operar em efetiva coordenação, apesar da rivalidade estratégica, e o quanto a China realmente ajudou os EUA a combater o surto de Ebola.

Interessante, a gravação foi feita em abril desse ano, em plena pandemia do “vírus de Wuhan” nos EUA, e da guerra comercial e tech de Trump com a China. Dito em termos simples, Rice destacou um relacionamento produtivo com Pequim, apesar de partilhar provavelmente o mesmo sentimento de mais ceticismo de muitos, nos quadros de políticos e especialistas acadêmicos da política exterior dos EUA, em relação à China.

Tudo isso considerado, o regime Biden/Harris será uma continuação do regime Obama. Sua política exterior terá as mais horrendas consequências para muita gente nesse planeta.

Domesticamente, Biden/Harris reviverão todos os maus sentimentos que levaram à eleição de Donald Trump. A demografia da eleição  não mostra sina  de maioria permanente de Democratas.

É portanto altamente provável que Trump, ou algum Republicano populista mais competente e portanto mais perigoso que Trump seja eleito em 2024.

Esse artigo foi retirado da publicação feita no site Moon of Alabama, do dia 17 de novembro de 2020.

Tradução: Coletivo Vila Mandinga 

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