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| As cidades pós-pandemia |

anna thereza c r

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arquiteta | urbanista | yogi • amante das artes | saberes | jornada • entusiasta por desenvolvimento humano

– As cidades pós-pandemia –
Retrocesso?

Estagnação?

Ou avanço?

Num futuro ali no horizonte, estudiosos apontam o esfacelamento de quase metade das empresas mais fortes do globo e provavelmente um bilhão de cargos impactados pela inteligência artificial. Ao mesmo tempo e em compensação, eles acreditam que em torno de 85%, novas profissões ainda não foram criadas. Portanto, absorver e capacitar esse contingente, compreendendo e equalizando com os fluxos intangíveis, como informações, vírus e similares, será O grande desafio.

Essas transformações estarão intimamente ligadas aos modelos propositivos que prevalecerão dentro do desenvolvimento urbano equilibrado, onde os motes principais serão tanto desnudar e compreender as desigualdades, como humanizar as cidades. Com políticas específicas para habitações de interesse social (HIS), faz-se urgente, caso a caso, essa compatibilização entre as demandas sócio-econômicas|ambientais, com as de planejamento sanitário|assistência médica.

(Hoje podemos imaginar a imensa quantidade de informações de protocolos e padrões assertivos em compilação).

Uma cidade só inicia seu processo de inclusão na diversidade e apropriação por todos, através de eficiência em mobilidade partindo de pequenas mudanças como medição das distâncias de deslocamento de metragem para tempo, e como o domínio da pirâmide etária e do levantamento regional climático.

Aumentando a objetiva desse microscópio, podemos distinguir na mobilidade urbana de abraçamento, três vertentes relevantes.

A primeira seria relativa ao avanço dos combustíveis fósseis, como por exemplo, as baterias de hidróxido de ferro, recicláveis e limpas de ponta a ponta e seus eletropontos, que culminará na inevitável gratuidade do transporte coletivo troncal-perimetral e na sustentabilidade de todos os demais utilitários (polícia, bombeiros, ambulâncias, taxistas, motociclistas …).

Outra iria de encontro ao investimento maciço no diagrama de escoamento, com a priorização de pedestres/ciclistas, nas melhorias e expansões de calçadas/ciclovias, incentivo financeiro às iniciativas de compartilhamento de bicicletas e similares, e na modernização operacional do controle semafórico.

Finalmente uma que focaria os estudos no exponencial crescimento da logística, consequente do aceleradíssimo comércio eletrônico.

– Vejo aqui, portanto, um nicho muito promissor àquelas cidades que se adaptarem mais rapidamente ao processo –

No entanto, junto a esse avanço do comércio eletrônico e da automação dos serviços públicos, da dinâmica do trabalho remoto e do varejo digital (que vieram para ficar), aconteceram a queda da arrecadação do município e o aumento do desemprego.

Com todo panorama posto, seguindo agora, em direção às soluções de curto prazo, é prioritário fazer uma análise e ajustamento dos projetos e das legislações de uso/ocupação do solo pendentes para, o mais rápido possível, reativar a oferta de moradias.

É fundamental nesse processo, o planejamento urbano com incentivo à produção privada em programas de destinação das HIS, que além de estratégica, é financeiramente viável e inteligente. Um giro de volta ao adensamento e verticalização dos centros com o levantamento dos imóveis desocupados, invadidos, subutilizados, tombados e históricos que desperdiçam a já pronta infra-estrutura urbana e que acabam por evitar e adiar uma desnecessária expansão horizontal.

Outro ponto relevante será, em breve, a obrigatoriedade de certificados de sustentabilidade, que facilitarão a entrada no quadro mundial da economia circular e mesas de negociações. Acelerar as adequações à produção de energia limpa ou verde, e seu reuso em todos os edifícios públicos, empresariais e industriais e na responsabilidade sobre produção, gerência/tratamento e destino dos resíduos descartados e controle das emissões de gases, fundamentalmente o carbônico. Não negligenciando também a visão macro, da preservação das manchas verdes existentes e sua estruturação – tendo em vista as mudanças climáticas, da drenagem do solo, do controle da qualidade hídrica e da preservação dos mananciais.

Ações com intuito de regeneração dos espaços urbanos, com identidades visuais bem definidas, acabam transformando regiões antes esquecidas e degradadas, em espaços bacanas que fomentam atividades criativas de temáticas variadas, como arte, tecnoarte, música, áudio visual, esportes e muito mais.

Situações de pós-pandemias, pedem cidades não apenas inovadoras, acolhedoras e seguras, mas com economia criativa com incentivos tributários e facilidades de licenciamento que supra a demanda de auto sustento da população que passará por essa vulnerabilidade produtiva|profissional. Governança institucional enxuta, simplificada, que diminua a co-dependência entre processos|instâncias, de continuidade através de planejamentos estratégicos de apoio a longo prazo, perpassando as trocas governamentais, e que viabilize um fundo de participações onde todos os cidadãos possam recorrer e analisar.

Enfim, serão inúmeros e complexos os desafios, mas sejamos, dentro do mais consciente possível, agentes apropriadores e guardiões da coletividade no processo urbano de nossos povoados!

Conceito da tartaruga, por Jaime Lerner:

“A tartaruga abriga tudo, casa, trabalho e lazer sob si
e isso sim, é um exemplo de qualidade de vida!”

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