“A longevidade é insustentável para os cofres públicos. Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130 anos” — disse o Ministro Paulo Guedes na reunião do Conselho de Saúde Complementar de 27 de abril.
Temos que reconhecer que o Ministro disse verdades. O Brasil está cheio de velhos egoístas que, em vez de darem a vida pela Pátria, querem virar Matusalém.
Durante a reunião, Paulo Guedes teve vontade de desabafar e dizer mais coisas, porém se conteve. Ficou só nos pensamentos.
“Se não fosse por mim, o país quebrava. Todo ano inventam despesa. Em 2020, o Congresso aprovou Auxílio Emergencial de 600 reais. O dinheiro foi todo desviado para alimentar gentalha. Perdemos chance de ouro de enxugar despesas. Milhões de vagabundos poderiam ter morrido de fome.”
“Faço um trabalho sério, patriótico e a imprensa não reconhece meu valor. Sou um grande injustiçado. Trabalho praticamente sozinho para salvar o país da falência.”
“Ano passado, ganhei aliado importante. O Corona surgiu no pedaço para dar um basta no oba-oba dos velhotes que viviam 130 anos. Percebi de saída que o Corona era patriota. Tentamos ajudá-lo, cortando verbas para a Saúde, promovendo aglomerações, criticando o isolamento social, atrasando a fabricação de vacinas.”
“Com a ajuda do governo, o Corona fez um belo saneamento fiscal: 400 mil CPFs a menos! Uma baita economia. E a imprensa só escreve sobre as mortes. Ninguém escreve sobre o lado que realmente importa, o lado fiscal.”
Bem, a citação do primeiro parágrafo, apesar de bizarra, é rigorosamente verdadeira. Paulo Guedes de fato reclamou que os idosos estão vivendo de 100 a 130 anos. As citações subsequentes são pura invenção, coisa de aposentado que não tem o que fazer.