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NEW YORK TIMES DESTACA “VITÓRIA” DA MMT

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Petronio Filho
Petronio Filho
Pai de duas, casado, botafoguense e antifascista. Mestrado em Economia pela University of Minnesota. Doutorado em Economia pela Unicamp. Trabalhou no IPEA e na Consultoria do Senado Federal.

Sou um keynesiano empolgado com as propostas ousadas da MMT (Teoria Monetária Moderna ). E fiquei encantado com o enorme destaque que a Stephanie Kelton e a MMT receberam no New York Times, o mais importante e influente jornal do mundo. O destaque foi, na minha opinião, merecido.

A MMT é baseada na ideia central de que déficits orçamentários não são importantes para governos que emitem a própria moeda. Eles jamais terão problemas de financiamento interno. Governo soberano não precisa gastar o que arrecada. Ele pode se financiar emitindo papel moeda. E deve fazê-lo até a economia atingir o pleno emprego, quando só então a expansão fiscal deve cessar para prevenir o aumento da inflação.

Foi o que aconteceu na terra do tio Sam após a chegada do coronavírus. Donald Trump aprovou um pacote de gastos de 2,3 trilhões de dólares em março de 2020, seguido de outro pacote de 0,9 trilhão em dezembro do mesmo ano. Joe Biden, por sua vez, acrescentou 1,9 trilhões de gastos no início de 2021.

Somando tudo deu 5,1 trilhões de dólares, em despesas fiscais sem a provisão de impostos. Uma montanha de dinheiro — 25% do PIB dos EUA — foi financiada com títulos públicos que pagavam taxas de juros próximas a zero. E sem maiores pressões inflacionárias.

Doutrinadores que dedicam a vida a defender a austeridade orçamentária como algo sem o que a Terra não roda em torno do Sol, ficaram de queixo caído. A turma da MMT venceu o debate, e de goleada.

A mesma coisa aconteceu no Brasil. O governo teve déficit primário recorde em 2020 — com enorme redução da Selic, e sem maiores pressões inflacionárias. Ou seja, o dinheiro que Guedes negava existir para pagar aposentados jorrou feito fonte vindo de lugar nenhum — e os austeridades da Faria Lima cavaram buracos na Avenida Paulista para ter onde enfiar as cabeças.

Mas nem todos sabem perder com classe. Detratores da MMT insistem que a teoria não é nova e que ela está errada. Bem, um vírus provou que ela estava certa. E nenhum de seus discípulos jamais afirmou que ela é nova. Não existe nada novo sob o sol. O mais inteligente economista que já existiu disse que homens práticos que se julgam isentos de influências intelectuais são normalmente escravos de economistas há muito falecidos. O autor da citação é Keynes, e ele também acreditava na MMT.

A reportagem que vou indicar no link a seguir é de alto nível (padrão NY Times), muito simpática à MMT e ela está centralizada na Stephanie Kelton, a economista que divulgou a MMT em círculos políticos. Seu livro, O Mito do Déficit, é um raro best seller cuja popularidade está à altura do mérito.

Kelton é uma ianque que escreve como terceiro-mundista. Uma economista que se esforça para escrever não para leigos — sei de experiência própria o quanto isto é difícil. Eu a tenho em alto conceito. Escrevi a resenha do livro dela, que foi publicada pela ALESFE (Associação dos Consultores do Senado) e que pode ser lida no link abaixo.

https://alesfe.org.br/o-mito-do-deficit-publico-ou-o-surgimento-da-mmt-por-petronio-portella-filho/

A reportagem do NY Times sobre a MMT está magnífica porque não só ela faz um resumo das mais importantes propostas da teoria, como traça um histórico da trajetória da Stephanie e da vitória da MMT no debate econômico.

Como o longo artigo não está aberto a não-assinantes, usando o método da juíza Gabriela Hardt, copiei e colei a reportagem em um post separado porque o texto é longo.

10/02/22
Petronio Filho

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