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Energia elétrica: 2ª luz mais cara do planeta corrói negócios urbanos e rurais no Brasil

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Gustavo Galvão
Gustavo Galvão
Gustavo Galvão. Economista e Doutor em Economia pela UFRJ. Autor do livro "Finanças Funcionais e a Teoria da Moeda Moderna" (clique aqui para ver ou comprar https://www.amazon.com.br/Finanças-Funcionais-Teoria-Moeda-Moderna-ebook/dp/B08BKTNFDJ) e do livro que será publicado no primeiro trimestre de 2021: "Problemas, Limites e Oportunidades das Finanças Funcionais e da Teoria da Moeda Moderna – MMT: Inflação, Câmbio e Restrição Externa"

Na maioria dos casos, estar nas primeiras colocações de um ranking é motivo de orgulho, satisfação, dever cumprido. Já em outras situações, infelizmente, anunciam a incompetência e/ou falência de gestão de um sistema. É o caso do Brasil quando o tema é energia elétrica.

O país ocupa a segunda colocação no ranking do custo da energia elétrica, atrás apenas da Colômbia, conforme estudo de um portal que reúne lojas online, com base em dados da Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace). A entidade é formada por 55 grupos industriais que, juntos, representam mais de 40% do consumo de energia elétrica e de gás natural do Brasil. Em outras palavras, o brasileiro paga a segunda energia elétrica mais cara do planeta.  Atrás da Colômbia e Brasil estão Turquia (3º), Chile (4%) e Portugal (5%). Na outra ponta do ranking, onde a energia é mais barata, estão Noruega, Luxemburgo, Estados Unidos, Canadá e Suíça, respectivamente.

Nos últimos cinco anos, o custo da energia elétrica no Brasil aumentou 47%. Você acha que pode piorar? Acertou! De acordo com o estudo, apenas 53,5% do total do custo pago por nós consumidores são efetivamente utilizados para a geração, transmissão e distribuição da energia. Pasmem, o restante (46,5%) vai para taxas, furtos, impostos e ineficiências (ou seja, incompetência e falência de gestão do sistema brasileiro).

Você acha que para por aí? No ano passado, o Brasil contabilizou perda de R$ 5,4 bilhões apenas com o furto de energia. É como se cada brasileiro tivesse consumido R$ 24,5 em energia elétrica sem pagar, o famoso “gato”.

Não se engane que isso são “apenas” números. Essa ineficiência do sistema que resulta em energia cara impacta os negócios nos centros urbanos e rurais. Afinal, não existe empresa que funcione sem energia elétrica. Nas cidades, as fábricas precisam para operar, construir, produzir. Nos últimos anos, as máquinas estão cada vez mais eficientes. Mesmo assim, a energia elétrica acaba embutida no preço final dos produtos.

No campo, a mesma coisa. O produtor rural precisa de energia elétrica para aquecer os aviários, granjas de porcos e tanques de peixes, tirar o leite dos animais e secar os grãos como soja, milho, trigo e feijão. E, claro, esse custo é repassado para o consumidor final.

Luz no fim do túnel

A boa notícia é que a energia solar passou a ser a terceira fonte de energia no Brasil, atrás da potência das hidrelétricas e da fonte eólica, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar). Esse crescimento da geração pelo sol tem se mostrado rápida nos últimos anos, com potencial enorme no futuro breve. E o custo, no campo e na cidade, pode ser até 10 vezes menor.

Esse cenário permite acreditar que existe uma luz no final do túnel. Mas, se permite a sugestão, é melhor acender um fósforo ou uma lanterna para enxergar esse corredor e economizar na conta de luz no final do mês. Afinal, só os colombianos estão pagando mais que nós!

Texto: Carlos Guimarães Filho

Publicado em: https://tribunapr.uol.com.br/blogs/rural-urbano/energia-eletrica-segunda-luz-mais-cara-do-planeta-corroi-negocios-urbanos-e-rurais-no-brasil/

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