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Números que revelam muita coisa

Por Roberto Pereira D´Araujo

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Roberto D´Araújo
Roberto D´Araújo
Roberto Pereira D´Araújo é engenheiro eletricista formado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e mestre em sistemas pela mesma universidade. Ex-chefe de departamento em Furnas Centrais Elétricas e diretor do Ilumina – Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético

 

 

Dados do FMI mostram que nos últimos 42 anos o PIB brasileiro cresceu 233%, o que corresponde aproximadamente a 2% ao ano, O mundo, em média, cresceu 392% ou 3,3% a cada ano.

Mas, o que é possível perceber é que a linha azul (Brasil), depois de 1987, vai se afastando mais rapidamente da linha laranja (Mundo) sem sinal de recuperação. Vejam que a média de crescimento do mundo inclui o próprio Brasil e os países que também se deram mal.

 

 

 

Essa diferença de crescimento gera uma perda acumulada mostrada no gráfico abaixo. Evidentemente, o período Dilma II -Temer -Bolsonaro é o que registra o maior índice declinante, mas também é verdade é que nenhum governo desde a década de 90 conseguiu recuperar a grande diferença para a média mundial.

O problema é que esse encadeamento deixa consequências que agravam a situação econômica nos anos seguintes, sendo que a desindustrialização crescente coloca o Brasil numa posição de produtor de artigos primários e importador de produtos acabados com grande efeito no mercado de empregos.

Mas, qual foi o desempenho da América do Sul? Como se pode ver no gráfico abaixo, onde o crescimento médio mundial é a linha pontilhada, apenas o Chile e a Colômbia têm uma performance que supera um pouco a média mundial.

Todos os outros países perdem do mundo em média.

Em resumo, o gráfico abaixo mostra o desempenho de cada país no período 1980 – 2020.

Considerando que o Brasil ocupa um lugar privilegiado no planeta, essa performance é uma vergonha. Dado esse acúmulo de perdas, serão necessárias diversas reformas estruturais para que se consiga melhorar nossos índices econômicos e sociais. Quanto tempo levaremos para mudar essa trajetória?

Seria apenas coincidência esse dano com o período em que ocorreram mais privatizações? Será que o Brasil sabe privatizar? O que estamos fazendo de errado? Como foi feito até agora, privatizar se limita em vender empresas prontas sem exigência de novos investimentos. O setor elétrico brasileiro está repleto de exemplos.

Outro número revelador é a receita total das privatizações da década de 90, que atingiu US$ 106 bilhões. Não chega a R$ 600 bilhões. No período 1995 – 2021 o BNDES ofereceu quase R$ 5 trilhões ao “mercado”, o que deveria provocar a desconfiança que o capital não se comporta na América Latina e, principalmente, no Brasil, como se envolve nos países desenvolvidos.

Para provocar outras dúvidas, não custa dar uma olhada no mesmo gráfico comparativo de China X Mundo.

 

Fontes:

https://www.imf.org/external/datamapper/NGDP_RPCH@WEO/OEMDC/ADVEC/WEOWORLD

https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/estatisticas-desempenho/desembolsos

 

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