Cadastre-se Grátis

Receba nossos conteúdos e eventos por e-mail.

Lula vai à China em busca da nova geopolítica antimperalista

Mais Lidos

 

Indiscutivelmente, Lula experimenta o garrote imperialista do BC Independente(BCI), comandado pelo ultraneoliberal Campos Neto, que não tem nenhum compromisso com o Brasil, mas com as determinações do Banco de Compensações Internacionais(BIS), o banco central dos bancos centrais, com sede na Basileia, oligopólio das finanças internacionais, coordenado pelo FED, o Banco Central americano.

O descasamento do mandato de Campos Neto do de Lula é uma estratégia do BIS para fazer o que se assiste, agora: o amordaçamento das políticas econômicas, especialmente, das periferias capitalistas, para que elas jamais exercitem soberania monetária e nacional.

Essa prática se intensificou depois da guerra fria, 1989-90, com a emergência neoliberal para completar a afirmação definitiva do capitalismo sobre o comunismo, construção da Revolução de 1917 com criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS).

Depois de destruir a URSS, as forças ocidentais(EUA-OTAN) articularam o extermínio definitivo do comunismo para a afirmação do capitalismo.

A Rússia seria o último bastião a ser derrotado, o que se tenta, agora, com a guerra dos Estados Unidos-OTAN, na Ucrânia, para colocar Putin de joelhos, algo que, ainda, não está sendo possível, para frustração do imperialismo americano.

Tal impossibilidade está, por enquanto, barrada pela união geopolítica estratégica Rússia-China, poder militar e comercial na batalha contra o estado industrial militar norte-americano.

O problema é que o neoliberalismo, dos anos 1990 em diante, até o crash de 2008, não se afirmou totalmente e está sendo engolido pela anarquia financeira, o que o obriga, sob orientação imperialista de Washington, a exercitar tirania neoliberal universal no processo de financeirização.

Sobretudo, tenta inviabilizar nacionalismo na esfera capitalista ocidental, para não ser atraído pela China e Rússia.

Teimosamente, os nacionalistas se voltam para onde a tirania não consegue se firmar, como no espaço geopolítico estratégico construído por China e Rússia, para tentar se salvarem.

ARMADILHA MONETÁRIA

Está cada vez mais claro que Lula não conseguirá se safar da tirania do BIS e da sua sucursal no Brasil, o BCI, para colocar em prática sua proposta eleitoral de política desenvolvimentista.

Ela não se casa com a geopolítica imperialista tirânica do dólar como hegemonia monetária cuja essência é o juro alto para remunerar capital sobreacumulado que não consegue mais se reproduzir na produção e no consumo, mas, somente, na especulação, que promove exclusão social.

Lula, como último recurso, busca, através do BRICs, presidido por Dilma Rousseff, inserir-se no espaço geopolítico da China e da Rússia, na sua aliança militar e comercial, em choque com o poder americano e a Otan, para levantar voo.

Essencialmente, a saída para o Brasil é a que propõe China-Rússia de fuga do dólar para construir o espaço monetário na construção de cesta de moedas em cooperação econômica, social e política.

Aliança entre Brics e BNDES, por exemplo, elevará a oferta de investimentos em moedas nacionais, cujo resultado será redução de juros e inflação, ambiente necessário ao cumprimento das propostas lulistas.

Não é à toa que o presidente tem insistido em que quem está com a faca e o queijo na mão é o presidente do BNDES, Aluízio Mercadante para dar pontapé na industrialização com capital chinês, porque as agências americanas, BIRD e BID, são cartas fora do baralho.

Afinal, o que o BCI e o BIS querem, de verdade, é parar o Brasil.

A teoria monetária neoliberal comandada pelo BIS-FED, ou seja, oligopólio financeiro privado, ao qual o BCI brasileiro está umbilicalmente ligado, ao largo do Estado nacional, ou seja, imune à ação de Lula e do PT, virou veneno contra o interesse público.

Os juros básicos Selic não passam de construção-armadilha abstrata do BIS-BCI, nociva ao interesse nacional que o oligopólio financeiro anárquico privado quer destruir.

ALTERNATIVA MONETÁRIA: BANCOS PÚBLICOS

Já a teoria monetária Rússia-China se assenta nos bancos públicos.

A Rússia está conseguindo se safar das sanções de Biden graças à desdolarização da economia russa, que dispensa o dólar na transação internacional das suas matérias primas, negociadas em rublo, enquanto entra na articulação com a China para disseminar tratados comerciais realizados em moedas nacionais.

Mais de duas dezenas de países já negociam essa alternativa com a China, que avança com ela em vários países latino-americanos, atraindo, agora, fortemente, o Brasil.

Toda essa nova transação comercial e monetária está sendo mediada por bancos públicos de investimentos, emissores de moeda que não se submetem aos juros cobrados pelos bancos privados submetidos à área do dólar, coordenados pelo FED-BIS e bancos centrais independentes como o BCI brasileiro.

A missão de Campos Neto, portanto, é a de liquidar Lula, o mais rapidamente possível, para evitar sua aproximação com Putin-Jiping, artífices da nova arquitetura monetária internacional que dispensa o dólar como moeda hegemônica, relativizando seu poder no cenário internacional.

Lula estaria predisposto a se libertar do dólar?

Certamente, não, pois são grandes os interesses bilaterais Brasil-Estados Unidos, mas quer espaço para respirar buscando outras alternativas, já que a que está disponível, a do BCI, independente do Estado nacional, mas submisso ao oligopólio financeiro internacional, monitorada por Washington, por intermédio do FED-BIS, não interessa ao povo brasileiro.

Quanto mais rápido construir alternativa a essa armadilha da dívida, que representa a trinca BIS-FED-BCI, mais chances Lula terá para promover desenvolvimento sustentável e se viabilizar para o quarto mandato em 2026.

Artigos Relacionados

DARCY RIBEIRO: Sobre o governo João Goulart

Em seu último discurso no Congresso Nacional, há exatos 24 anos, o então senador Darcy Ribeiro fez um tributo ao trabalhismo e ao governo do presidente...

Auditoria Dívida externa garantiu industrialização e fundação de direitos na Era Vargas

“Foi-se a época em que a escrituração de nossas obrigações se fazia no estrangeiro, confiada a bancos e intermediários: não mais nos impressiona a...

Manifesto Paraíso Brasil

Paraíso Brasil é movimento coletivo, vivencial e de conhecimento. Se refere à experiência de cada pessoa no Brasil, e à coletividade desta experiência. A...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Em Alta!

Colunistas