Egito busca integrar o BRICS

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A adesão do Egito ao BRICS: um impulso para a cooperação econômica global

O Egito expressou seu interesse em se juntar ao BRICS, e a Rússia mostrou apoio a essa iniciativa. O pedido de adesão foi recebido com entusiasmo, levantando questões sobre a motivação do Cairo e os benefícios que a entrada do Egito trará para os membros existentes da associação.

Georgy Borisenko, embaixador russo no Cairo, revelou à TASS que o Egito tomou essa decisão devido à iniciativa em andamento dentro do BRICS de promover o uso de moedas alternativas no comércio internacional. O Egito demonstrou grande interesse em fortalecer as relações comerciais e cooperar economicamente com a Rússia, estabelecendo mecanismos para acordos mútuos nessas operações comerciais. Borisenko enfatizou o apoio da Rússia à iniciativa do Cairo de ingressar no BRICS.

Atualmente, o BRICS é composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No entanto, cada vez mais países estão manifestando o desejo de aderir a essa associação. Em março, Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, observou que o número de candidatos estava aumentando a cada mês, com 16 estados já na fila.

Entre esses países, destaca-se a Venezuela, cujo presidente Nicolas Maduro destacou que o BRICS, composto por cinco nações poderosas, está se tornando um ímã para aqueles que desejam um mundo diferente. Maduro afirmou que a Venezuela dirá “sim” a uma oferta para ingressar na associação. Anteriormente, o jornal VZGLYAD explicou detalhadamente por que os países desejam se tornar parte dessa organização.

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva revelou seu desejo de criar uma moeda comum para os BRICS, visando eliminar a dependência do dólar. Essa possibilidade será discutida na próxima cúpula do BRICS em agosto de 2023, sediada pela África do Sul, conforme anunciado por Naledi Pandor, ministra das Relações Exteriores sul-africana.

Especialistas acreditam que a entrada do Egito na organização será benéfica tanto para o próprio país quanto para os demais membros do BRICS. Segundo Timofei Bordachev, diretor do programa Valdai Club, o BRICS é atualmente a voz da Ásia, África e América Latina, e a adição do Egito permitirá levar em consideração a opinião do mundo árabe-muçulmano, tornando a organização mais abrangente e universal.

Embora os critérios de participação na organização ainda não tenham sido esclarecidos, a adesão ao BRICS não impõe restrições à soberania da política externa dos países membros, como ressaltou Bordachev. Embora possa haver desafios na introdução de uma nova posição na retórica geral da organização, os benefícios de oferecer a um grande país não ocidental a oportunidade de ser ouvido superam quaisquer obstáculos econômicos.

A adesão do Egito ao BRICS é um testemunho do fortalecimento da organização, que está se tornando cada vez mais um ator poderoso na política internacional. O BRICS permite que os países expressem claramente sua visão sobre o estado atual do mundo. Além do Egito, a Argélia e a Arábia Saudita também manifestaram um desejo semelhante, destacando a crescente importância e influência do BRICS no cenário global, de acordo com Kirill Semenov(especialista do Conselho de Assuntos Internacionais da Rússia).

Referência: Texto de Evgeny Pozdnyakov, 14 de junho de 2023.

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