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Lula vira ameaça às lideranças conservadoras europeias rendidas aos Estados Unidos enquanto capitaliza apoio externo para se fortalecer contra desigualdade social no Brasil

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Lula está agitando de fora para dentro, porque aqui dentro está cerceado pelas forças conservadoras comprometidas com a concentração de renda que inviabiliza justiça social.
O discurso de Paris, na Cúpula para Novo Pacto Financeiro Global, ganha sonoridade global e abala o Centrão.

O presidente brasileiro vira porta-voz dos pregadores de revoluções pacíficas de massa.
A conclusão de que a destruição ambiental é produto da revolução industrial dos ricos às custas dos pobres, razão pela qual precisam pagar pelos prejuízos impostos ao planeta, cala fundo na consciência europeia, empobrecida, cansada de massacres e guerras geradas pelo capitalismo predador americano que se voltou contra ela.

Especialmente, na Europa, Lula consegue atingir o coração da humanidade, no velho continente, berço da civilização ocidental, onde a democracia, tida como valor universal pelos liberais, está na corda bamba diante do perigo fascista.

O estado de espírito europeu, onde se registrou, historicamente, até hoje, maior evolução política do sistema democrático, por meio do qual se erigiu o espírito das leis de Montesquieu, balança fortemente diante do discurso lulista.

Impasse contraditório

Ele acirra contradições entre teoria e prática, abaladas, fortemente, pela guerra na Ucrânia entre as duas maiores potências militares, no planeta, quando está em risco perigo de conflito nuclear.

O apelo de Lula para que os mais poderosos paguem pelos prejuízos ambientais que provocaram entra na pauta política europeia, onde cresce, em razão da guerra, a inflação, o desemprego, a fome e a injustiça social, detonando luta de classes.

A classe média nos países ricos, cerca de imigrantes por todos os lados, submetida a crescente processo de exclusão social, tem, agora, a dividir a sua consciência política o apelo lulista contra o avanço fascista, cuja essência história é a destruição dos trabalhadores, como demonstrou a segunda guerra mundial.

Lula, indiscutivelmente, é a novidade política mundial, que está buscando fora das fronteiras nacionais o apoio à sua razão de defesa da justiça social onde em sua terra ele inexiste justamente em decorrência da colonização econômica implantada por quem agora ele ataca como responsável pelo desequilíbrio ambiental e desigualdade social.

Agitador político internacional 

No Brasil, Lula é cerceado por uma elite social, econômica e política, anti-reformista, anti-nacionalista, subproduto fundamental da colonização capitalista, a serviço dos colonizadores a quem, em Paris, nessa semana, aponta o dedo como a culpada pelas mazelas ambientais globais.

O presidente dá choque de realidade na Europa que vai se desmilinguindo, economicamente, por estar se rendendo, agora, como versão colonizada, aos Estados Unidos, que a obrigam a sancionar quem a oferece matérias primas baratas para garantir sua industrialização, como é o caso da Rússia.

As elites europeias, nos principais países do continente, como França, Alemanha, Itália etc, estão manipuladas para agirem contra seus próprios interesses sob pressão de Washington, colhendo, como resultado, instabilidade política que poderá dar novo rumo à Europa nas próximas eleições parlamentares. Lula, em Paris, empurra o eleitorado europeu contra as elites que, aliadas do império de Tio Sam, estão empobrecendo a população do velho continente.

Os velhos líderes, carcomidos, contraditoriamente, sentem-se obrigados a aplaudir Lula que joga, politicamente, contra eles, pois, se entrarem em confronto com o líder brasileiro, poderão perder eleitores nos próximos embates eleitorais que deverão enfrentar.

Estrela pop global 

O império americano recebe de Lula o mais duro ataque, na medida em que o titular do poder brasileiro puxa para a sua causa lideranças europeias que se vêm forçadas a se confrontarem com Washington para não entregar o poder aos seus adversários na luta política continental.

Sobretudo, Lula se transforma em agente catalizador da juventude mundial, que tem na causa ambiental sua maior motivação política para lutar contra a guerra imperialista colonialista americana, agora empenhada na destruição da Rússia por parte da OTAN rumo à colonização do Leste a qualquer custo.

A proposta de paz de Lula para a Ucrânia, que se soma à do Papa Francisco, da China e da África deverá alinhar, igualmente, à da América do Sul, tendo como vanguarda a união, pela primeira vez na história, dos países amazônicos, avançando em escala global. Lula costura unidade política latino-americana via proposta de política ambiental socialmente sustentável em favor de melhor distribuição de renda continental.

O fato incontestável é que Lula, como um raio em céu azul, passando pela Europa, visitando, Itália e França, reverberando globalmente o discurso por uma nova divisão internacional do trabalho, capaz de mudar o status quo pós segunda guerra mundial, que deixou de ser útil, vira novo fator político mundial a partir do palco europeu.

Washington, que não consegue unidade em torno de si para fortalecer a Ucrania, a fim de vencer Putin, fica na retaguarda, quando Lula, como novo ator global, prega, abertamente, a desdolarização em favor da cooperação econômica mundial, podendo ter atrás de si a própria Europa que o reverenciou espetacularmente em Paris.

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