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Apito ruidoso e silêncio ruinoso, de Juca Kfouri

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Por: Juca Kfouri 10/07/23

Denunciar o “sistema” virou tática bolsominion, arma hipócrita de quem por décadas se beneficiou exatamente dele.

A presidenta palmeirense Leila Pereira, talvez pela convivência estreita com o farsante, resolveu seguir-lhe na falsidade e respalda as denúncias da comissão técnica lusitana do clube.

Ela e seu colega flamenguista Rodolfo Landim bebem da mesma fonte e nem coram ao dizer barbaridades.

Pereira resolveu blindar seus funcionários e decretou lei do silêncio, além de acionar jornalistas na Justiça como troca de roupa, prática imitada pelo presidente do rubro-negro.

Felizmente, perdem de goleada nos tribunais.

No jogo contra o Flamengo aconteceu de novo.

Silêncio sepulcral diante do pênalti de Richard Rios em Éverton Ribeiro que, provavelmente, levaria à nova derrota alviverde para o rival.

Pode-se discutir a tradição de entrevistas coletivas após os jogos, porque, sejamos francos, é quase sobre-humano receber uma saraivada de perguntas depois de derrotas com a adrenalina nas alturas e os nervos fora de lugar.
Não têm sido poucos os treinadores que morrem pela boca.

Talvez fosse mais saudável obrigá-los a falar antes dos jogos, até como maneira de promover os jogos, e abrir horário no dia seguinte para, uma noite bem ou mal dormida depois, esfriar a cabeça.

Por enquanto o que temos é o que temos e o silêncio alviverde cheira à covardia e à tática antiga de Eurico Miranda, do todos contra nós.

Não cola e pega mal.
As luzes que vêm da Terrinha se apagam quando quem chegou de lá acusa o “sistema”, entre outras razões porque Portugal foi palco de um dos maiores escândalos de arbitragem do futebol mundial, o chamado “Apito Dourado”, denunciado em 2004 e que teria durado por 30 anos —culminando com a prisão do presidente do Futebol Clube do Porto. Portanto, não venha o sujo falar do mal lavado.

A contribuição de Ferreira é inestimável e desperdiçá-la será lamentável.

Inteligente seria, e será, se Ferreira vier a público, caso Pereira permita, se desculpar e admitir que a péssima arbitragem brasileira erra indiscriminadamente, exemplo esperado de quem é tão iluminado.
Ou, de fato, o futebol está acima de tudo como ele diz, ou, então, entrará para história do futebol brasileiro como mais um treinador vitorioso e voltado apenas para o próprio umbigo.

Como nesta terra em se plantando tudo dá, que Abel Ferreira dê exemplo de altivez, rejeite a submissão à patroa, e fale a verdade que o libertará…

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