Não! Não! Não! Não vou me suicidar! Trata-se, somente, do meu mais recente artigo. Aliás, se estivesse avisando que iria me suicidar, não perderia tempo redigindo um artigo!
Bastaria o bilhete: “A vida se tornou inviável. Vou antecipar o inexorável”. Imagino que o suicídio se trata de um ato de ímpeto. Entretanto, não sei se requer coragem ou se é uma covardia.
A estas alturas, o personagem conversa com ele mesmo.
– Que razões levariam uma pessoa a se suicidar? Como dar nexo a um ato radical e tresloucado? Que estas razões existem, não há dúvida, até porque os suicídios continuam ocorrendo. Sem ser um profissional da busca da felicidade, listaria as seguintes razões:
– a vida é finita,
– todos os seres são agraciados com a velhice,
– o carinho, o amor, a consideração, a afeição podem ser negados e ninguém está livre da rejeição,
– os vírus e as doenças não contagiosas estão à espreita, em alguns casos com possibilidade de prevenção, mas, existem também os casos da impossibilidade,
– a sorte ou o azar ao nascer pode agradar grupos humanos diferentemente, a começar pelo grupo econômico social e cultural do local do nascimento, a exemplo dos que nascem negros na época da escravidão ou pobres em países capitalistas no auge da revolução industrial,
– a época em que a pessoa nasce é também determinante dentre os fatores fora do controle do ser, a exemplo o de atingir a maturidade na Alemanha no auge do nazismo,
– a sorte de nascer com boa capacidade cognitiva, além de outras capacidades físicas, pode ser o diferencial que distingue um futuro agradável ou outro atribulado.
Outras razões que levariam ao suicídio de um ser poderiam ser pensadas, mas uma conclusão já pode ser tirada. A felicidade, dependendo de tantos fatores, inclusive daqueles oriundos da ação do próprio ser, sobre os quais ele tem controle, recomendo, fortemente, a não desistência do jogo, uma vez que ele ainda pode ser uma fonte de felicidade.
Mas, respeito as pessoas que acham o jogo penoso e injusto.
14/07/2023