Caminho do meio abriga a virtude que guiará o combate às mudanças climáticas, escreve Xico Graziano
O planeta se salva sozinho”. A frase de Antônio Pinheiro Pedro, secretário municipal de Mudanças Climáticas de São Paulo, causou polêmica noutro dia em evento da OAB-SP. Interrompido enquanto falava, foi acusado de negacionismo. O caso ganhou ampla repercussão. Irada, a procuradora federal Georgia Sena Martins, que tem doutorado em geociências pela Unicamp, afirmou que o secretário falou “um rosário de besteiras”. Dias depois, Pinheiro Pedro foi demitido da prefeitura.
Não está totalmente errado, porém, o ex-secretário Pinheiro Pedro. Ao fazer seu cético discurso, ele iluminou uma questão elementar, porém essencial, para se compreender o drama ambiental: quem está em perigo pela degradação das condições de vida é a própria civilização. E não o planeta Terra. Ou seja, não é o planeta que precisa de ajuda, mas sim os seres humanos que nele vivem. Embora seja óbvio, o conceito básico nem sempre tem sido reconhecido. Basta procurar na internet e encontrar milhares de ações, educacionais principalmente, preconizando “salvar o planeta”.
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