Por Ricardo Guerra
O imperialismo ianque desde a sua origem, mas de forma bastante intensificada depois que teve seus interesses (prepotentes e opressores) de dominação expansionista impactados pela crise mundial de 1974:
- Procurou meios e planejou estratégias para alcançar (e manter) irreais taxas de lucros para os capitalistas – principalmente ao custo do suor e do sangue dos povos latino-americanos;
- Tendo sempre ao seu lado, ilegítimas e oportunistas “lideranças” locais – compradas, cooptadas e/ou chantageadas para agir como vassalos dos seus interesses (ver aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui).
Dessa forma, infiltrando e cooptando representantes em diversas áreas e instituições brasileiras, os EUA e seus associados no capital transnacional:
- Conseguiram organizar e coordenar uma estrutura capaz de desestabilizar e derrubar qualquer governo que abraçasse a causa nacionalista ou que se posicionasse contrário ao papel de ser exclusivamente fornecedor dos recursos primários necessários para o desenvolvimento do seu setor produtivo e de seus aliados;
- Delegando ao nosso país a possibilidade de ser apenas uma grande fazenda extrativista (ver aqui, aqui aqui, e aqui).
Promoveram, assim, nas palavras de Felipe Quintas, uma espécie de anexação indireta do nosso país como colônia, mas mantendo a nossa “independência” formal – controlada através da influência que exercem sobre as movimentações internas das oligarquias locais sobre os destinos do Brasil (ver aqui).
De braços dados com essas oligarquias apátridas, que incluem representantes do empresariado/finanças, componentes do campo político e jurídico (ver aqui) e, destacadamente, quadros das nossas Forças Armadas (ver aqui e aqui), a principal instituição que deveria agir para defender os interesses e a soberania do nosso país:
- Os EUA foram (e seguem) imprimindo no Brasil, uma agenda baseada nos parâmetros da denominada doutrina de contenção e reserva estratégica;
- Cujo objetivo é exercer o controle cultural, ideológico e territorial do nosso país, alavancando e consolidando no poder governantes para agir de forma lesiva aos interesses do próprio país;
- Sempre contando, de forma explícita ou insidiosa, com o suporte de uma cúpula de oficiais locais (de alta patente) alinhados aos seus interesses e culturalmente a eles tão submetidos – a ponto de defender para o Brasil (pasmem!), uma relação de dependência e subserviência aos EUA, como sendo este o “nosso destino manifesto”.
Recentemente, os generais que formam a alta cúpula de uma organização tupiniquim que pretende se assemelhar (nas palavras do professor Piero Leirner) ao Pentágono ou uma versão Tabajara do Deep State estadunidense, escancararam o acordo que possuem com o império para atuar como seus encarregados de ordens sobre a pilhagem que estes aqui fazem.
Foi lançado em maio de 2022 um projeto liderado pelo Instituto Sagres, junto com o Instituto Federalista e o Instituto Gen. Villas Bôas denominado “Projeto de Nação” – com um “cenário prospectivo” para o Brasil em 2035:
- Um “Projeto” que vergonhosamente nos remete direto ao nosso passado colonial;
- Sem qualquer perspectiva de independência a ser vislumbrada – a não ser que a referência à nação apontada em seu título esteja relacionada aos EUA e não ao Brasil.
Usando o linguajar militar (conforme o supracitado professor Piero Leirner), um reles plano para administração do butim – ao modo Rand Corporation Tabajara:
- Um Umbrella Deal 3.0 atualizado;
- Que pretende avançar de forma duradoura (e ainda mais rápido que na sua versão original) sobre o patrimônio estatal, público, financeiro e natural do Brasil.
Tudo segue um roteiro estabelecido com o aval do alto comando militar brasileiro, que por sua vez segue à risca as diretrizes traçadas pelo Deep State estadunidense – gerenciando a nossa versão tabajara de deep state que apresenta, nestes termos:
- Um projeto de poder que, em futuro não muito distante, visa dispensar a preocupação com governos, destacadamente através do aparelhamento que vêm fazendo na administração pública;
- Que tornará governantes e governos (em todas as instâncias) meros acessórios figurativos na estrutura administrativa do Estado brasileiro.
Um processo que vem intensificando-se ao longo dos últimos, com a administração pública tornando-se cada vez mais controlada por militares:
- Com o domínio inclusive sobre os orçamentos dos primeiros, segundos e terceiros escalões do governo;
- Principalmente após a permissão (via decreto presidencial no ano de 2021) para os militares da ativa terem o direito de exercer cargos nos governos por tempo indeterminado.
Além disso, com o Congresso e os parlamentos locais majoritariamente configurados por entreguistas desavergonhados:
- As pautas favoráveis aos interesses do imperialismo vão continuar rapidamente passando;
- Sendo bastante provável que as conversas e negociações sobre o semipresidencialismo avancem;
- E, logo, nada de poder vai sobrar também nas mãos não apenas de Lula, mas de qualquer outro ocupante do cargo máximo do poder político e executivo no Brasil.
Do jeito que tudo está sendo encaminhado, em breve não haverá a mínima condição de se governar o nosso país de acordo com os verdadeiros interesses nacionais e as reais necessidades do povo brasileiro, e, se nada for feito:
- Tempos cada vez mais difíceis nos esperam;
- E o crescente massacre só tende a aumentar, com cada vez maiores e significativas perdas sobre a nossa soberania energética e estratégica, sobre a nossa capacidade de produzir tecnologias avançadas e inovação e, até mesmo, sobre a soberania de nosso território.
A mídia tradicional e os disparos em massa nas mídias alternativas vão tratar de dar um ar de “nacionalismo” a todo esse tipo de tramóia do imperialismo junto com esta corja de traidores (ver também aqui), enquanto, na verdadeira e mais cruel realidade, estes vendilhões da pátria, a serviço do imperialismo e da aceleração da agenda neoliberal no Brasil:
- Estão intensificando o processo de entreguismo do nosso patrimônio natural, público, estatal e financeiro;
- E, na coxia do Estado Profundo à brasileira (sem muito alarde), irão continuar a fazer “a boiada passar – no “clássico modelo Curió de administração”, entregando tudo, perseguindo opositores e tocando o hino nacional as 6 horas da manhã.
O mais espantoso, é que estes quinta-colunas se orgulham de tudo isso e vangloriam-se por promover um projeto de poder que visa perpetuar a condição do Brasil como colônia em pleno Século XXI (ver também aqui).
Subservientes e completamente subalternos ao “grande irmão do norte”, “acreditam” que estão construindo as bases para a estruturação de um “subimpério” ao sul do continente americano, simplesmente permitindo que o gado, o garimpo e o agronegócio (com livre acesso às corporações transnacionais) avancem sobre o Pantanal e a Amazônia e, absurdamente estabelecendo, entre outras coisas:
- O fim da gratuidade do SUS, a privatização das nossas estatais e entrega de nossas empresas estratégicas; a privatização da educação, o fim da autonomia universitária e a apropriação privada dos nossos mananciais;
- Além de um profundo controle de informações e ideológico sobre a vida das pessoas e das instituições, inclusive através da perseguição dos opositores;
- Apresentando o individualismo e a política neoliberal como base para a elaboração das políticas de Estado, elegendo a meritocracia (essa farsa criada para gerar e perpetuar desigualdades) como base para isso.
A subjugação imperialista determina a impossibilidade de uma correta adequação do Brasil no espaço de configuração estabelecido no complexo jogo geopolítico e inviabiliza a garantia da nossa condição de presença no mundo a partir de uma perspectiva de equilíbrio entre as nações – e as pessoas precisam tomar ciência do que isso representa na vida delas.
O neoliberalismo é uma estratégia criada apenas para contemplar o agudo objetivo do imperialismo de sufocar e impedir o desenvolvimento autônomo dos chamados países do capitalismo periférico, inseridos tardiamente e de forma dependente no sistema capitalista como o Brasil, e esse “projeto”, dito de nação, nada tem de patriota – muito pelo contrário:
- Simplesmente representa uma abjeta proposta entreguista que não respeita a grandeza do nosso povo e país;
- Expressa uma inaceitável posição de completa submissão e subserviência do Brasil perante o imperialismo – que nos relega à condição de ser um reles protetorado dos EUA no hemisfério sul do continente americano (ver também aqui);
- Impedindo o pleno desenvolvimento do Brasil e privando a possibilidade de um futuro digno para a maioria dos cidadãos brasileiros, aprofundando (ainda mais) a enorme desigualdade social aqui estabelecida.
O imperialismo está conseguindo impor (cada vez mais) o massacre total sobre o nosso país e o nosso povo, ficando muito estreitas (praticamente inviáveis) as margens até mesmo para a implementação de políticas públicas e sociais que foram aplicadas com sucesso ou com relativo sucesso no passado, para amenizar o sofrimento da população brasileira.
Cabe a nós, militantes anti-imperialistas e verdadeiros nacionalistas, o dever de denunciar e buscar (com todas as nossas energias) estratégias para viabilizar ações que estabeleçam a ruptura desses mecanismos de controle sobre o Estado brasileiro, fortalecendo a luta pelas bases – dialogando com os trabalhadores nos locais de trabalho, convivência e moradia no sentido de promover a consciência de classe e a organização e mobilização popular para a luta anti-imperialista:
- Envidar esforços para a regulação da mídia e investir em uma Rede Nacional de Emissoras de Rádio e TV, em busca de promover a prestação de serviços de comunicação com base no interesse públicos e baseados em regras para o funcionamento democraticamente equilibrado de informações;
- Divulgando e cobrando a efetivação de políticas de Estado que concorram para o nosso pleno desenvolvimento soberano e verdadeiramente contribuam para a melhoria das condições de vida da população brasileira.
Sem Estado forte, não há desenvolvimento nacional!
Reafirmando as reflexões de Felipe Quintas, Gustavo Galvão e Pedro Augusto Pinho: o Estado é o organizador da soberania nacional e sua viabilidade está diretamente relacionada à sua capacidade de ampliar os espaços de representação popular e a margem de redistribuição material, por meio do desenvolvimento econômico.
Apenas através da efetiva presença de um Estado soberano é que temos condições de assegurar o bem-estar econômico e social do nosso povo e o estabelecimento da justa redistribuição da riqueza material aqui produzida!
Excelente texto, parabéns!