Texto de Luís Antonio Paulino
Segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo (19/9), “O Ministério da Fazenda elevou ontem a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. De acordo com a grade de parâmetros divulgada ontem pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a estimativa para o crescimento econômico neste ano passou de 2,5% para 3,2%, um pouco acima das projeções do mercado”. Para 2024, a Fazenda manteve a expectativa de crescimento em 2,3%. Já o Boletim Focus, uma compilação feita pelo Banco Central com base na opinião de bancos e consultorias, aponta que a mediana para a alta do PIB passou agora de 2,56% para 2,64%, ante 2,29% há um mês. Para 2024, o Relatório Focus também mostrou melhora na estimativa de crescimento do PIB, de 1,32% para 1,47%, ante 1,30% de um mês atrás.
A discrepância das previsões, a depender da posição política de quem observa, mostra que, infelizmente, não é possível dar muito crédito a essas projeções, que falam mais sobre os cenários desejados de quem projeta do que sobre os cenários mais prováveis de acontecer. Quando uns veem um copo meio cheio, outros preferem ver um copo meio vazio, e isso faz toda a diferença para as projeções. De qualquer modo, independentemente dos números relativos, todos apontam para uma elevação do PIB, percepção essa que está relacionada essencialmente com uma melhor performance da agropecuária e do consumo das famílias.
Segundo noticiou o jornal Valor Econômico (18/9), para “Paulo Picchetti, professor da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) e membro do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), a falta de espaço para estímulo fiscal adicional ao consumo das famílias, a perspectiva negativa para os investimentos e um cenário externo desfavorável não indicam impulso à atividade nos próximos meses”, avalia. “Estamos vivendo uma conjuntura mais favorável, mas, olhando tudo, eu diria que não há uma sinalização no sentido de tomar isso como um indicador de crescimento mais robusto ao longo dos próximos meses”.
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