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Nova diáspora palestina acende pavio de terceira guerra mundial

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A pressão do presidente Biden para abrir as fronteiras do Egito materializa a expulsão pretensamente definitiva dos palestinos de Gaza sob tacão de Netanyahu para nunca mais voltarem a sua terra.

Concomitantemente, consolida terreno para intensão maior do terror sionista, objetivando extinção do Hamas da face da terra.

A negociação impositiva, no final de semana, do secretário de Estado americano Antony Blinken, com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, no Cairo, taxada como “muito boa” pelo representante do império, demonstra a articulação sinistra EUA-Egito-Israel-ONU.

Antecipadamente, na prática, Biden congela, na reunião do Conselho de Segurança da ONU, prevista para essa segunda feira, a proposta de Putin, repassada a Lula, para colocar em questão a imediata suspensão dos ataques de Israel na sua escalada genocida capaz de fazer limpeza étnica na Palestina.

O que se vê, portanto, é a jogada imperialista americana de, junto com Israel, escrever, com sangue, nova história no Oriente Médio.

Trata-se de esforço imperial de remover o que considera câncer palestino, com nova perspectiva: deixar o terreno livre para nova expansão – definitiva? – do sionismo judeu, iniciado no final do século 19.

A marcha história do expansionismo ocorreu nas guerras em 1948, 1956, 1967 e 1973, nas quais Israel, armado por Washington, foi consolidando seu domínio, perseguindo sempre a tarefa de roubar terras e anular, historicamente, Palestina e seu povo, a fim de eternizar sua condição de emigrante.

Lula, como presidente pro-tempore do Conselho de Segurança da ONU, tem proposta concreta para criar fato político internacional de impacto, ao lado da proposição de Putin, tipo defender congelamento de acordos bilaterais de cooperação até que Israel cumpra Resoluções da ONU sobre a Palestina?

Tentará ousadia mais consequente com seu propósito de ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, rompendo com proposta tímida, para contrastar com as manobras imperialistas da Casa Branca?

Armadilha imperialista

O fato é que a articulação EUA-Israel-ONU para forçar Egito a abrir as fronteiras aos refugiados palestinos do massacre inevitável a ocorrer se não tiverem para onde correr comprova que tem lógica suposta armação de que as forças de segurança de Israel facilitaram penetração das forças do Hamas nas fronteiras israelenses de modo a provocar a reação de extermínio em curso.

Os avisos que teriam sido dados pelos egípcios quanto à movimentação do Hamas não foram até agora desmentidos, e há, mesmo, cogitação das próprias forças de Israel de que houve falhas, que não são, no momento, convenientes serem esclarecidas.

Criou-se o clima adequado aos interesses de Israel para agir como está fazendo, com o máximo de radicalidade possível, para ser justificada a tarefa de empurrar, na marra, às custas de infindáveis atrocidades, a população de Gaza para fora do seu território.

Concluída essa limpeza étnica os tratores israelenses removerão o entulho palestino, para fixar as novas regras de isolamento da área, de maneira a impedir quaisquer chances de retorno dos emigrados à força das armas e bombas, num espetáculo cinematográfico de horror ao vivo, sob complacência da mídia corporativa ocidental.

Cenário explosivo

A expulsão dos palestinos de sua própria terra, tarefa que poderá ser cumprida nos próximos dias, significa que terão de exercitar sua resistência não mais a partir do seu lar, mas do lar dos outros, no caso, do Egito, para onde estão se deslocando, mediante negociação EUA-Israel-ONU, configurando fato consumado.

Abre-se, dessa forma, período de total instabilidade nas relações internacionais, a partir do incêndio político no Oriente Médio, com os palestinos expulsos de Gaza, consequentemente, ocupadas pelos israelenses.

Nos próximos dias, quando Israel transformar Gaza em terra arrasada, pós expulsão da população, poderão ser sentidas consequências econômicas, se ocorrerem fatos inusitados como aproximações entre árabes e iranianos em alianças com China e Rússia.

Tais articulações, aliás, já estão em curso, há tempo, articuladas, no sentido de consolidação de mundo multipolar em torno dos BRICS etc.

Consolidariam blocos tipo o que gira o mundo unipolar, comandado pelos Estados Unidos, aliado de Israel, e Europa Ocidental, em contraste com o que já está em formação, ao longo do conflito na Ucrânia, acelerando mundo multipolar, com geopolítica sul-sul, aprofundando polaridades explosivas, ou não?

O cenário se assemelha ao clássico jogo de varetas em que ao se tentar mexer com um pauzinho corre-se risco de choque e desmoronamentos do conjunto de peças.

Qual a sua opinião sobre isso? Deixe aqui o seu comentário. 

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