Cadastre-se Grátis

Receba nossos conteúdos e eventos por e-mail.

DEMOCRACIA POPULAR CHAVISTA RESISTE AO ASSALTO NEOLIBERAL DO IMPÉRIO NA VENEZUELA

Mais Lidos

CÉSAR FONSECA – Foto Correio del Orinoco

ENTENDA:

A conquista do terceiro mandato de Nicolás Maduro (2024-2030), no domingo, 28 de Julho, que cobre dezoito anos de poder chavista na Venezuela, é voz vitoriosa dos venezuelanos contra o neoliberalismo, a financeirização econômica total do país.

A democracia popular chavista de oposição radical ao modelo neoliberal imposto por Washington à periferia capitalista latino-americana mediante tripé econômico fiscalista, acaba de ensinar lição de economia política soberana frente ao império americano.

51,2% dos venezuelanos disseram não aos neoliberais liderados por Washington, representado por Corina e seu fantoche Gonzales, que, se vitoriosos, adotariam arcabouço econômico ultra neoliberal na Venezuela e privatizariam o petróleo para as petroleiras americanas explorarem uma das maiores bacias mundiais de óleo de primeiríssima qualidade.

O império não conseguiu levar na democracia o domínio sobre a ideologia nacionalista chavista cristã ancorada na força cívico-militar.

O petróleo está sob o domínio dessa força ideológica que promete construir na Venezuela o socialismo do século 21.

O império tentou destruir Chávez, e a sua morte é rodeada de rumores de que foi assassinado pela inteligência espiã americana etc.

Porém, a unidade política nacional forjada por Chávez em torno da maior riqueza nacional se consolidou na mente popular como consciência política.

Não passou no teste das urnas na Venezuela as ordens do império neoliberal para que o governo venezuelano passe a cumprir programa não de desenvolvimento econômico sustentável, mas de ajuste fiscal neoliberal, comprometido com déficits zero e superávit primário, às custas da exploração do trabalho.

Os venezuelanos não aprovaram para eles o que o Banco Central Independente, porta voz do mercado financeiro especulativo, apoiado pelo Congresso, no Brasil, aprovaram, com aval da esquerda liberal, cooptada pelas teses liberais antinacionais, para criação de novo colonialismo neoliberal.

VISÃO IDEOLÓGICA CHAVISTA NO PODER

Para o partido de Chaves, PSUV – Partido Socialista Unido da Venezuela -, a propriedade capitalista é o principal fator de exploração da população, o que significa, para Chávez, que a solução não é reformar a propriedade, reformar o capitalismo, na falida linha social democrata europeia, mas criar nova propriedade controlada pelos trabalhadores, conforme visão leninista chavista marxista-leninista.

As variações ideológicas no campo material são evidentes pois dada pelas circunstâncias históricas concretas, mas o rumo ideológico da mudança, marca a essência política do chavismo que levou mais uma vitória espetacular sobre a burguesia venezuelana, serviçal de Washington.

Esse é o medo maior do império quanto ao modelo chavista que, baseado no marxismo-leninismo, conscientiza a população politicamente do ponto de vista do materialismo histórico-dialético.

Trata-se de uma regra de três político-revolucionária idealizada por Marx e Engels para construir o Manifesto Comunista(1847/8), manual dos partidos comunistas na primeira metade do século 19, a fim de orientar os trabalhadores no cenário da revolução industrial:

1- O materialismo é o movimento da realidade na qual se envolve concretamente a sociedade, o que elimina a fantasia humana deturpada pelo modelo burguês alienante de que a realidade é construída por Deus não pelo trabalhador;

2- O histórico é a visão de que o mundo muda no confronto da luta de classes entre capital e trabalho, e;

3- O dialético decorre da visão de que a realidade é dual, positivo-negativo, singular-plural, yin-yang etc, pólos que se atraem e se repulsam em processo de negação e transformação ininterrupta, na linha filosófica de Hegel: “Tudo muda, só não muda a lei do movimento segundo a qual tudo muda.”

Ou seja, a ideologia marxista-leninista elevou, na práxis chavista ideológica, o grau de consciência política na Venezuela, no ritmo da realidade sob a ideologia socialista pregada por Hugo Chávez.

Chávez é estrategista latino-americano, na linha de Simón Bolívar, herói nacional, ambos libertadores, revolucionários.

Idem está acontecendo, também, na China, com suas diferenças históricas, para fazer ideologicamente a cabeça do chinês no socialismo comandado pelo partido comunista, que organiza a sociedade e o desenvolvimento nacional mediante planejamento científico-marxista-pragmático sob comando do Estado.

NOVO CENÁRIO POLÍTICO LATINOAMERICANO

A vitória de Maduro, no novo cenário geopolítico que o aproxima da China, para acordo comercial, e com a Rússia, para acordo militar, numa visão multilateral, como arma para proteger as riquezas venezuelanas, alvo de Washington, impõe nova dialética, que ele já anuncia como pressuposto básico da nova fase desenvolvimentista venezuelana.

Trata-se da aprofundar a participação popular como arma central de resistência ao neoliberalismo financeiro interessado em tomar de assalto as riquezas da Venezuela – e criar nova realidade social continental.

A consciência política da defesa da riqueza nacional ameaçada pela investida neoliberal de fundos de investimentos que estão por trás das grandes petroleiras para dominar o petróleo sul-americano, almejado por Donald Trump, leva Maduro a uma novo estágio político.

Ele construiu, durante a campanha eleitoral vitoriosa, proposta de reforma política que aprofunda, na Venezuela, o poder popular.

Será o governo de crescente participação popular.

São sete metas que elaborou para serem transformadas desde já em proposições legislativas que compõem o corolário de nova reforma política participativa.

Objetiva-se, a partir do parlamento, a conquista política efetiva do poder popular sob comando do PSUV.

É a ampliação crescente dos trabalhadores no comando do poder político democrático de viés nacionalista chavista na linha do marxismo-leninismo.

Marx e Engels estão chegando ao poder na Venezuela pelo voto sem precisar de revolução como prognosticou o autor de O Capital.

Até quando, se as escaramuças contra o chavismo se ampliam cada vez mais?

A ultradireita quis destruir a eleição a partir da ação de hackers, trabalhando no exterior, para evitar mais uma vitória chavista e criar o caldo de cultura do golpe militar.

Mas, as regras eleitorais populares, consagradas na Constituição chavista, novo poder nacional, frustraram os golpistas.

Previous article
Next article

Artigos Relacionados

DARCY RIBEIRO: Sobre o governo João Goulart

Em seu último discurso no Congresso Nacional, há exatos 24 anos, o então senador Darcy Ribeiro fez um tributo ao trabalhismo e ao governo do presidente...

Auditoria Dívida externa garantiu industrialização e fundação de direitos na Era Vargas

“Foi-se a época em que a escrituração de nossas obrigações se fazia no estrangeiro, confiada a bancos e intermediários: não mais nos impressiona a...

Manifesto Paraíso Brasil

Paraíso Brasil é movimento coletivo, vivencial e de conhecimento. Se refere à experiência de cada pessoa no Brasil, e à coletividade desta experiência. A...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Em Alta!

Colunistas