GÊNESES NACIONAIS
Há países que se formaram na luta pela independência, há os que a conquistaram por acomodação de interesses e há, ainda, aqueles que criaram uma fantasia para ter como justificar seus atos.
Temos nesta distinção a Venezuela, de Bolívar, o Brasil, de José Bonifácio de Andrada e Silva, e os Estados Unidos da América (EUA), dos denominados “pais fundadores”.
São três países dotados de riquezas naturais, que permitiriam desenvolver, com seus próprios recursos, sociedades prósperas e justas, equânimes e progressistas.
Porém não foi assim que seus relacionamentos com outros países permitiram. Simón Bolívar (1783-1830), o Libertador, não só conquistou a independência da Venezuela como da Bolívia, da Colômbia, do Equador e do Peru.
E o fez movido pela mesma razão de Francisco de Miranda (1750-1816): só um grande território poderia garantir a segurança à liberdade de um povo. E quem se opunha a estes territórios independentes? James Monroe (1758-1831) que empunhava a ideologia da expansão e da dominação dos EUA sobre toda América: a doutrina Monroe, a América para os Americanos, ou seja, os Estadunidenses.
PÁTRIA GRANDE X DOUTRINA MONROE
Esta batalha já se travava em 1818, quando a Venezuela lutava contra a Espanha e os EUA violavam o bloqueio venezuelano para vender armas aos defensores do regime colonial, aos que preferiam estar sob a dominação dos reis espanhóis. Ao aprisionar os navios “Tigre” e “Liberdade”, Bolívar responde ao emissário estadunidense: “Venezuela não só combate a Espanha, mas a todos que lhe ofendam”.
Em 1902, quando a Inglaterra, a Itália e a Alemanha bloquearam com navios de guerra a costa venezuelana, o povo se uniu ao ditador Cipriano Castro, deixando suas divergências de lado, para defender o “solo sagrado da Pátria”.
Hoje a Venezuela vive a herança de Hugo Chávez (1954-2013), estadista, pensador e militar que revolucionou a governança nacional em prol da soberania e da cidadania venezuelana.
E tem como opositor Robinette “Joe” Biden Jr. (1942), que não resistiu à campanha para reeleição em seu próprio país e disse estar “perdendo a paciência” com a Venezuela por reeleger Nicolás Maduro (1962).
Mais uma vez a Venezuela sofre o assédio dos EUA, desta vez por um residente na Espanha, Edmundo González Urrutia (1949), aposentado em 2002, que os jesuítas consideram assassino, pois quando servia como Secretário de Embaixada em El Salvador denunciou dois padres como subversivos, levando-os à morte.