Abalo financeiro geral nas bolsas na Ásia por conta da sensação de prejuízos e perdas generalizadas nos títulos especulativos da dívida pública americana, que já ultrapassou 35 trilhões de dólares e está sem lastro algum do petrodólar, que deixou de existir, depois do fim do acordo EUA-Arábia Saudita(1994-2024).
O rumor arrepiante nos mercados é a de que a recessão nos Estados Unidos está à vista porque, na prática, perdeu rotação na competição com a China, que já é a maior economia do mundo pelo critério de poder de paridade de compra.
Ou seja, a economia real, chinesa, balança a estrutura do capitalismo americano que está se segurando no rentismo sob financeirização sem lastro real.
A economia mundial, por isso, entra em parafuso.
O estouro começou hoje cedo nas bolsas de Tóquio e espalhou incontrolavelmente pelo continente asiático.
Certamente, as bolsas, no ocidente, serão duramente afetadas, ao longo desta segunda-feira negra.
Nesse momento, o New York Times dá manchete à notícia bombástica, o que levará os americanos à corrida especulativa, tal como aconteceu em 2008, com a quebra do Lehman Brothers.
O Banco Central dos Estados Unidos, o FED, mais uma vez, terá que correr contra o prejuízo emergente: será obrigado a agir muito rapidamente, para salvar os bancos, carregados com os títulos da dívida americana, que, sem aval do petrodólar, pode virar papel de parede, no correr dos dias e semanas, caso não haja interrupção drástica de previsível corrida dos especuladores para tentar se salvar.
Há dias essa notícia está sendo ocultamente conduzida nos bastidores do mercado financeiro global, para os que estão, permanentemente, atentos aos sinais que os analistas globais estão emitindo.
Warren Buffett, grande especulador americano, tem sido, nos últimos dias, notícia de destaque quanto a se desfazer de ações de empresas líderes no mercado mundial, como a Microsoft, dando margens para intensas especulações.
Em processo de submissão à financeirização total, completamente, descolada da economia real, que não consegue mais garantir reprodução ampliada do capital sobreacumulado, o capitalismo rentista-financista ultra especulativo virou ameaça que hoje arrebenta com a bolsa de Tóquio, espalhando-se terror às bolsas internacionais.
NOVA GEOPOLÍTICA EM CENA
O efeito geopolítico dessa notícia estrondosa nesta segunda-feira negra para os mercados globais temerosos de que recessão à vista tomaria conta dos Estados Unidos na rabeira da corrida competitiva com a China pode causar reviravolta no cenário mundial.
Está mais do que evidente que implodiu o neoliberalismo que toma conta das economias capitalistas periféricas como a brasileira, obrigada a se submeter à tirania fiscal e monetária imposta por Wall Street, seguida, caninamente pela Faria Lima, que sufoca o governo Lula.
A financeirização econômica coloca em xeque, sobretudo, o neoliberalismo e abre espaço para alternativas antineoliberais para sustentar o desenvolvimento em lugar da especulação destrutiva.
Previsível corrida especulativa desestrutura o rentismo que se apoia, apenas, no financismo sem lastro na economia real.
Pode ocorrer, igualmente, reviravolta na economia brasileira, pois, afinal, o governo Lula, diante dos mercados especulativos em polvorosa, entraria em colapso se continuar submetido ao que está indo aos ares, ou seja, o modelo neoliberal, a economia financeirizada, diante da iminência de recessão nos Estados Unidos.