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MARÇAL DESCOLA APARENTEMENTE DO BOLSONARISMO E VIRA DESEJO DE CONSUMO DA ULTRADIREITA PAULISTA-FASCISTA

CÉSAR FONSECA - Foto Brasil de Fato

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Pablo Marçal, animador de mídias digitais, rico empresário, candidato à prefeitura de SP pelo PRTB, é bolsonarista, mas muito mais inteligente do que o guru fascista que apoiou em 2022 contra Lula.

Os adversários e a adversária dele, na disputa pela prefeitura de São Paulo – deputado Guilherme Boulos(PSOL), prefeito Ricardo Nunes(MDB), José Luiz Datena(PSDB) e deputada Tabata Amaral(PSB) – estão em polvorosa.

Boulos, Nunes, Datena estão fugindo dos debates com ele, por ser a estratégia eleitoral dele, essencialmente, inescrupulosa, dando golpes abaixo da cintura, a torto e a direito, candidatando-se, por isso, às sanções eleitorais.

Por ser novidade, numa sociedade, ideologicamente, rachada, pelo ódio, ganha força com a opção adversária de fugir dele, enquanto ele pontifica, espetacularmente, num circo eleitoral, marcado pela baixaria.

Parece programa de auditório de Silvio Santos, no horrível quadro populista, “Quem quer dinheiro”, porque o negócio de Marçal, pelo seu histórico empresarial, é a força da grana.

A decisão da adversária Tabata Amaral de acionar Marçal na justiça eleitoral, por ter registrado sua candidatura fora do prazo e distribuir propaganda eletrônica virtual paga, vira risco para o intrépido candidato.

Se ele ganhar, numa linha de proposta semelhante à do fascista Javier Milei, na Argentina, desbancando políticos, ao prometer chegar ao poder com recursos próprios da sua fortuna e não por meio de fundo partidário ao qual lança mão a classe política, que ele taxa de vagabundos, vira falso herói, até ser desmascarado pela realidade, como está acontecendo com o presidente argentino.

A performance dele, segundo pesquisas eleitorais, deixa os adversários em pânico, porque sua arma preferencial são as redes sociais, nas quais acumula perto de 4,5 milhões de seguidores.

Traduzido em votos nas urnas, tal montante de adeptos pode levá-lo à vitória retumbante.

TÁTICA OPORTUNISTA

A tática oportunista de Marçal é recortar partes dos debates eleitorais, que põe em circulação nas redes, quando se radicaliza, em termos brutais, inescrupulosos e bizarros, contra os adversários.

Já o comportamento de fuga adotado, até agora, por Boulos, Nunes e Datena está dando com os burros n’água.

Em vez de serem beneficiados, estão sendo prejudicados, pois viram alvo, ainda, mais intenso do empresário candidato, cujo registro eleitoral confere a ele fortuna de mais de R$ 150 milhões, para gáudio dos seus milhões de admiradores.

A população pobre, massacrada pela política econômica neoliberal, reage, psicologicamente, diante do ricaço que diz que irá gastar recursos particulares e não públicos, bate palma em forma de apoio em pesquisa.

Trata-se de uma projeção psicossocial dos marginalizados naquele que almeja ser algum dia, bafejados pela fortuna.

Os adversários fujões da metralhadora giratória inescrupulosa de Marçal caíram 4 pontos percentuais na pesquisa realizada pós debate patrocinado pela revista Veja, nesta terça-feira, enquanto ele angariou 5 pontos a mais.

Não deu certo a estratégia deles.

Por sua vez, saiu ilesa a candidata do PSB, no confronto de escassez de ideias e excesso de acusações sem provas feitas por Marçal, por exemplo, ao candidato Boulos, que é usuário de drogas.

Quem está pagando o pato é a família do candidato do PSOL cuja filha, hoje, chegou em casa da escola chorando, vítima de bullying.

Covardia cruel, expressão de sociedade dividida pelo ódio ideológico, vigente na classe média conservadora paulista, pró-direita liberal, propensa ao bolsonarismo fascista.

ELITE ACHA SUBSTITUTO DE BOLSONARO

A elite conservadora e reacionária paulista, apoiada pela mídia corporativa da maior metrópole brasileira, porta-voz do rentismo, que mantém semi estagnada economia nacional, crescendo na faixa medíocre de 2% e 2,5%, por conta do neoliberalismo herdado do bolsonarismo, está em estado de transe com o candidato de ultradireita do PRTB.

Envergonhada por ter apoiado o fascista Jair Bolsonaro e preocupada com a possibilidade de o candidato bolsonarista, Ricardo Nunes, não emplacar na prefeitura, na disputa eleitoral, a elite paulistana finge não engolir Pablo Marçal.

No entanto, o endinheirado Pablo, que foge do padrão burguês, aparentemente, bem-comportado, falsamente ético, saudoso do centro-direita tucano, que, em 2018, descambou para a ultra direita fascista, pode cair nas graças da elite endinheirada, propensa ao fascismo bolsonarista.

Politicamente, oportunista, esse padrão burguês se encanta, ocultamente, com as chances de Marçal virar prefeito com discurso empreendedorista anti-estado, anti-nacionalista, pró-capital, privatista, na linha neoliberal do governador Tarcísio de Freitas(PL), para confrontar com Boulos, defensor do nacionalismo lulista, a fim de tentar faturar o Palácio dos Bandeirantes, em outubro.

A mídia corporativa pró-direita liberal, aliada do fascismo, diante da disputa eleitoral contra a esquerda lulista, pró-Boulos, porta-se, aparentemente, contra a bizarrice eleitoreira de Pablo Marçal, mas, em última instância, se tiver de optar, o fará posicionando pró-direita, pró-mercado financeiro, anti-Boulos, anti-Lula.

Por isso, tanto a direita liberal como a ultra direita fascista estão em compasso de espera: aguardam o veredicto do TRE paulista sobre se cassa ou não o registro eleitoral do candidato do PRTB, enquanto torce, discretamente, para que sua candidatura vingue e crie fato consumado, caso seja eleito.

Se a justiça eleitoral o deixar disputar, reservando o seu veredicto para depois das eleições, poderá ou não criar tumulto social na Paulicéia Desvairada, especialmente, diante de eventual significativa vitória popular pela opção direitista populista expressa na candidatura Pablo Marçal?

Enquanto isso, a família Bolsonaro está ficando sem chão com a propensão dos bolsonaristas paulistas de abandonarem o candidato prefeito Nunes pelo emergente bolsonarista oportunista Marçal.

Oportunismo fascista em marcha batida.

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