Os fenômenos político e empresarial encarnados em Pablo Marçal e Elon Musk estão na cruzada da desmoralização do sistema republicano democrático.
Se o poder judiciário não exercitar o seu papel de forma decisiva, o sistema pode entrar em falência generalizada.
O ministro Alexandre Moraes, do Superior Tribunal Federal, fez valer a lei, eliminando o perigo de o Brasil virar a casa de Mãe Joana, diante de personagens aventureiros como Elon Musk e Pablo Marçal.
Elon Musk está derrotado no Brasil, com 212 milhões de habitantes, clientes potenciais dele prontos a mudar de endereço digital, depois da ação judicial do ministro Moraes, que pode induzir a justiça eleitoral a agir contra Pablo Marçal.
Afinal, proibir Elon Musk é proibir quem tenta agir como ele contra as instituições.
Se o fizer, será punido.
Bandido tem que sofrer a punição legal para produzir efeito social demonstrativo.
A elite, que é, essencialmente, simpática ao poder bandido, por ser maior beneficiária da concentração absurda da renda nacional e promotora da desigualdade social, reage ambiguamente em relação à punição de Elon Musk.
Afinal, nada mais criminoso do que a super concentração de riqueza que produz a super concentração da pobreza, diante da evidência de que a classe rica olha com certa admiração entre si por se identificarem com a ilegalidade, como a da sonegação de imposto de renda etc. etc.
XERIFE XANDÃO, NOVO PERSONAGEM NACIONAL
O ministro Alexandre de Moraes, pela prática legal de fustigar e punir a direita fascista, transformou-se no xerife Xandão brasileiro que tem salvado a democracia da bancarrota pela ação do fascismo, desde a eleição de Bolsonaro, em 2022.
Ele, com sua decisão de suspender atividades da Rede X, puniu Elon Musk e, por tabela, vira risco para a atuação antipolítica de Pablo Marçal, pois influencia a ação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo(TRE) e o Tribunal Superior Eleitoral(TSE) para punir os crimes que o ativista digital dissemina.
Xandão vira o terror do bolsonarismo nas redes sociais, como faz o mesmo com Elon Musk, podendo induzir, com sua ação judicial saneadora, o TRE e o TSE a punirem Marçal.
Elon Musk é incompatível com a democracia, visto que precisa de um governo antidemocrático para favorecer o assalto dele às riquezas nacionais, como está acontecendo com sua associação ao governo Javier Miley, na Argentina.
INIMIGOS DA DEMOCRACIA
Musk atenta contra o regime democrático para assaltar as riquezas nacionais que a democracia relativamente protege, visto que é permitido à população se pronunciar durante eleições diante de propostas dos candidatos partidários em conquistar eleitorado para o exercício do poder.
A concentração de renda que garante o regime de Miley, com ajuda de Elon Musk, é a aposta contra a democracia, porque não garante a isonomia na disputa eleitoral, dominada pelo dinheiro.
Esse é o exemplo que se verifica com o meliante Pablo Marçal que tenta entrar na política adotando as regras empresariais no espaço de liberdade de ação e difusão de ideias pela rede digital, mas que é proibido pelo código eleitoral democrático.
O vale tudo de Pablo Marçal é incompatível com o sistema legal eleitoral, na medida em que a matéria prima pablomarçaliana é a mentira e a ilegalidade para fazer campanha política como negação da democracia representativa baseada na mobilização popular regulada pela lei.
A mobilização popular que Marçal realiza baseia-se em interesse econômico e financeiro, em termos absolutos, sem qualquer consideração pelo mandamento maior da política que é a arte do exercício do poder regulado por valores sociais e morais como processo educativo, intrínseco à proposta democrática de convivência humana etc.
CHOQUE DE INTERESSES
Desse modo, assim como o ministro Alexandre de Moraes, xerife Xandão, acionou a lei contra Elon Musk para tirar o X dele do ar, igualmente, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e o Superior Tribunal Superior Eleitoral terão que impugnar a candidatura de Pablo Marçal, em defesa da democracia, por estar transgredindo a lei eleitoral.
As denúncias contra ele se multiplicam porque o negócio comercial dele, que o enriquece, rapidamente, pela técnica de persuasão de clientes, é incompatível quando aplicado à lei eleitoral.
Como disse o sociólogo João Cézar de Castro Rocha, como profissional digital, Marçal é um gênio, pois, afinal, não existe regulamentação para utilização de métodos de ação quando se busca cliente na rede social para vender determinado produto.
Opostamente, quando se diz respeito a sua atuação no campo político, ele é, conforme lei eleitoral, um criminoso, que, naturalmente, deve ser punido por agir ao largo da política, contra a democracia.
Se o TRE ou o TSE não atuarem preventivamente, contribuirá para disseminação da ilegalidade que condena à morte o processo eleitoral.