O Brasil e a América Latina estão completamente dominados pelas forças que agem a serviço dos interesses do imperialismo, impondo uma agenda de saque aos nossos recursos naturais e ao nosso patrimônio público, financeiro e estatal, e investindo pesadamente na retirada dos direitos duramente conquistados pelos trabalhadores – através da instituição famigerada ideologia neoliberal:
- Uma agenda sistematizada e expressa por diversificados meios e estratégias de expropriação e dominação (cujo enfrentamento não é fácil);
- E envolve, entre outras coisas, o criminoso sistema da dívida pública (ver aqui e aqui), a agenda ambiental seletiva e a completa cooptação e colonização cultural da burguesia local;
- Configurando um ambiente, onde o medo do desemprego e a falta de uma clara vinculação da pauta da esquerda aos parâmetros estabelecidos pela luta de classes e a soberania nacional, concorrem para desmobilizar qualquer forma mais contundente de reação popular, contra a fome, o desemprego e a retirada dos direitos trabalhistas.
A imprensa, a educação, as famílias e a religião estão cada vez mais hiper direitizados:
- E a situação torna-se ainda mais complicada, com a entrada em cena dos mecanismos de força bruta impulsionados com o apoio do judiciário, da polícia e do exército;
- Estabelecendo a configuração de um Estado policialesco, estruturado através de mecanismos de controle e repressão social.
O cerco contra os interesses dos trabalhadores e a voracidade da investida imperialista contra os países da periferia do sistema capitalista estão sendo aprofundados:
- E os agentes locais que atuam fazendo o serviço sujo para beneficiar o imperialismo, continuam a fazer de tudo para suprimir qualquer possibilidade de formação do pensamento crítico no seio da sociedade;
- Valendo-se da desinformação e do medo como forma de governar.
Dessa forma, com a população ficando completamente alijada do acesso à narrativa dos fatos e dos acontecimentos políticos, econômicos e geopolíticos que realmente interessam, a atuação da militância anti-imperialista não pode ficar restrita simplesmente ao campo das denúncias:
- As nossas demandas só serão contempladas com o povo organizado;
- E a consciente mobilização para a luta depende da superação desse processo de alienação intelectual e cultural impostos à nossa população.
A hora é de investir na educação política dos trabalhadores de forma mais contundente e trabalhar pela organização e viabilização de um programa efetivo de comunicação de massas, no qual, a bandeira de luta deve ser a contraposição à ideologia colonizadora imperialista e o enfrentamento à imposição da agenda neoliberal.
Essa é uma das principais críticas que se faz à gestão do Partido dos Trabalhadores no período anterior em que esteve à frente do poder central do país (entre 2002 e 2015) e que, da mesma forma, agora se repete – com o governo destinando bilhões de reais do orçamento público para a publicidade oficial nos meios de comunicação burgueses (fortalecendo instituições golpistas e antinacionalistas como o estadão, a globo, a record e a jovem pan) enquanto, por exemplo, rádios comunitárias são fechadas, e mais:
- Os devidos esforços para a regulação da mídia, no sentido de promover a prestação de serviços de comunicação com base no interesse público e baseados em regras para o funcionamento democraticamente equilibrado de informações – não são realizados;
- A participação dos trabalhadores e dos movimentos populares não é fortalecida nas Tv’s comunitárias e convencionais;
- Canais estatais de comunicação não são abertos para levar a narrativa do governo às ruas;
- Ou seja, em termos de comunicação com as massas, o governo segue patinando!
Enfim, sob o ataque do imperialismo, a comunicação com as massas e o processo de formação política popular precisa fazer parte do esforço pela organização e mobilização da população para o enfrentamento.
Um esforço que exige o estabelecimento de uma linha de atuação prática de luta no sentido de viabilizar a possibilidade futura de desenvolvimento soberano do nosso país – priorizando a luta contra financeirização da economia e o desmonte da indústria nacional, a luta contra o desmonte da nossa já limitada legislação trabalhista, a luta contra a terceirização, a precarização do emprego e a crise econômica geral, e a luta contra a vergonhosa entrega do patrimônio nacional promovida pelas privatizações.