“Parabéns aos novos membros do Banco Central brasileiro, que, subindo a Selic em 0,25 p.p. conseguiram criar uma despesa – que não passou pelo Congresso Nacional – de mais 7 bilhões de reais”
O professor de Economia da UnB, José Luís Oreiro, fez nesta noite de quarta-feira (18) um rápido cálculo para o HP de quanto custou para o país – ou seja, para a população brasileira e o setor produtivo nacional – a decisão tomada neste mesmo dia, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de subir em 0,25 ponto percentual a taxa de básica de juros, a Selic.
“Fazendo um cálculo rápido aqui, de quanto custou essa decisão do Banco Central sobre a taxa Selic. Vamos lá. Nosso PIB é de 8 trilhões de reais, aproximadamente. A dívida pública é de 78% do PIB. Mais ou menos 50% dessa dívida está atrelada à taxa Selic”, explicou.
“Isso daria. mais ou menos, então, cerca de 3,1 trilhões de reais de dívida ‘selicada’, ou seja, corrigida pela Selic”, prosseguiu. “Um aumento de 0,25 ponto percentual, em um ano, custa 7 bilhões de reais”, calculou Oreiro.
“Parabéns aos novos membros do Banco Central brasileiro, que conseguiram criar uma despesa – que não passou pelo Congresso Nacional – de mais 7 bilhões de reais. Meus parabéns! Vocês estão de parabéns, num exemplo de como queimar dinheiro público”, completou o economista.
Segundo Oreiro, “nós teremos as duas políticas, tanto a monetária como a fiscal contracionistas em 2025. Então, você vai desacelerar bastante o crescimento da economia a partir do segundo semestre de 2025. Isso me parece claramente uma estratégia do mercado financeiro visando interferir nas eleições de 2026”
“E o problema é que a política de apaziguamento do Haddad e do Galípolo, fazendo a mesma coisa que o Chamberlain (Neville Chamberlain) fez com a Alemanha nazista, com Hitler, na Conferência de Munique, não ajuda”, observou Oreiro.
“Ele [Chamberlain] cedeu a Tchecoslováquia para “manter a paz em nosso tempo”, como ele próprio disse. Foi duramente criticado por Winston Churchill. Este último disse, após a conferência de Munique, de 1938, que ele, Chamberlain, “entre a guerra e a honra, escolheu a honra e terá a guerra com desonra”. Foi o que aconteceu. “E é o que vai acontecer por aqui com essa postura do Haddad e Galípolo”, previu o professor da UnB.
O artigo foi originalmente publicado na Hora do Povo