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Lula, Tony Blair e Margareth Tatcher

Quem tem medo da “Revolução das Consciências” de Frei Betto?

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Ivo Pugnaloni*

Em mais um festival de Fake News, a rede Globo, misturando conceitos básicos de contabilidade, como investimentos e resultados, mentiu aos brasileiros durante várias dezenas de minutos, falando mal das empresas estatais essa semana que passou.

Uma tarefa que, obedientes ao governo dos Estados Unidos da América, os Irmãos Marinho, como seu pai, desempenham com prazer e muita gratidão após receberem em 1965 como empréstimo do Grupo Hearst mais de 40 milhões de dólares, numa transação completamente contraria às leis da época, investigada por uma CPI até que os militares dessem o golpe que enterrou a pouca democracia em que vivíamos.

A finalidade é preparar a opinião pública para apoiar também agora, a privatização da educação em todos os níveis.

Uma tarefa que Ratinho Junior, governador do Paraná, prepara, com sinal verde do Planalto, depois de que por uma entrevista num dos programas do Ratão durante a campanha eleitoral, Lula parece ter trocado de alma com algum ser das trevas e passou a aprovar através do BNDES o pedágio, a venda da COPEL, da SANEPAR, da ELETROBRAS, da CELEPAR, da SABESP e de tudo que for vendável.

Afinal, livrar as escolas do kit gay, demitindo todos os professores e funcionários públicos, será a mais fundamental pedra da campanha da oposição em 2026.

E passo fundamental para a destruição de qualquer traço de consciência crítica nas crianças, jovens e futuros cidadãos.

A Globo mente. Mas alguém espera algum desmentido?

Claro que não!

Para o governo federal, quanto mais a Globo e a mídia mentirem melhor.

Ou alguém ainda espera alguma explicação do Ministério da Fazenda ou dos Ministérios acusados pela Globo?

Óbvio que não.

O governo quer isso mesmo. Mentiras do lado da mídia, silencio cumplice do nosso lado.

Pois no Brasil “quem cala consente”.

Aliás, os governos Lula e Dilma nunca desmentiram qualquer afirmação que os irmãos Marinho tivessem transmitido a milhões de pessoas. A Globo e suas mentiras são sagradas! Invioláveis! Indiscutíveis! Não é que desejemos que sejam censuradas. Não. As mentiras da Globo não podem nem ser respondidas!

Por mais mentirosa e fantasiosa que possa ser qualquer acusação.

A ordem de Lula parece ser tolerância completa e absoluta de todos os ministros com as fake news divulgadas pela Globo contra seu governo e ao PT.

Lula e muito menos Dilma nunca fizeram nada para que o Governo Federal tivesse um sistema público de rádio e TV.

Nunca nossos dois presidentes fizeram qualquer esforço para criar uma rede pública e aberta, não a cabo, da Rádio Nacional FM e da TV BRASIL, como qualquer país soberano precisa ter.

Muito ao contrário, parece ser vital para Lula e a Ala da Direita que continue para todo sempre em mão de oito empresas privadas o atual monopólio da informação, pois deve ser peça essencial da aliança com o Centrão.  Uma aliança que pode ser resumida na frase “Lula mal se elege, passa sempre “raspando”. Mas passa. Já o PT precisa ser derrotado sempre, deve ser dirigido de forma a perder as eleições municipais e parlamentares. E as concessionárias privadas de rádio e TV são fundamentais para isso.

Por que Lula não instala retransmissores da TV BRASIL ABERTA e da RADIO NACIONAL FM pelo menos nas capitais? Qual o interesse dele nisso?

Simples.

Lula não quer implantar uma rede de transmissores de comunicação publica aberta e de massas porque seu plano sempre foi que o PT apenas as eleições para presidente, com ele à frente, claro, mas perca em todas as eleições municipais e parlamentares. Esse é acordo que aparenta ter com a Globo, a Faria Lima, o Agronegócio e o Centrão de Sarney e Artur Lira.

O acordo, cumprido à risca por Lula compreende vários compromissos.

Nunca auditar a dívida pública, que consome 50% do orçamento federal, algo básico em qualquer condomínio. Mas que o Brasil não realiza há 92 anos.

Nunca reestatizar nenhuma empresa, mesmo quando os atuais donos violem o contrato de concessão de forma contumaz como faz a ENEL, a Equatorial, a ELETROBRÁS, a COPEL, a SABESP, etc

Nunca realizar a Reforma Agraria, mesmo tendo todas as condições legais e financeiras.

Nunca deixar construir ou deixar construir hidrelétricas que produzam energia 10 vezes mais barata do que a das termoelétricas.

Nunca contar ao povo brasileiro que as termelétricas brasileiras deveriam operar de forma emergencial e não contínua, um segredo que deve ser muito bem guardado, pois a maioria delas são dos companheiros Sarney, Suarez da OAS e dos Irmãos Batistas, que financiam as campanhas dos “companheiros do Cantão”

Nunca deixar crescer a indústria nacional obrigando-a pagar a segunda tarifa de energia mais cara do mundo, para destruir sua competitividade e não se tornarem concorrentes da indústria americana.

Vai longe esse aparente acordo!

Nunca fazer nada para impedir que o Brasil se torne uma enorme fazenda, com dezenas de milhões de desempregados, subempregados e miseráveis precisando de migalhas do governo para sobreviver.

Nunca mais deixar a CUT e os sindicatos ocupados pelo PT promover qualquer greve ou campanha salarial mais aguerrida.

Nunca deixar a Justiça prender nenhum militar golpista ou golpista civil que cometa crimes em favor do governo dos Estados Unidos, Inglaterra e Israel.

Nunca integrar e unir os países da América Latina em torno dos seus interesses soberanos.

Nunca prestar apoio a qualquer governo que os EUA pretendam derrubar, como fez no caso da Venezuela, Nicarágua, Cuba, Honduras, Equador, Argentina, Paraguai, Uruguai.

Nunca cumprir o artigo Primeiro da Constituição Federal que institui a SOBERANIA POPULAR como princípio fundamental.

Nunca empregar a Educação e a Ciência para promover qualquer avanço na consciência patriótica das forças armadas.

Nunca contar à população sobre a situação real da nossa sociedade, nem das necessidades que enfrentamos para deixar da posição subalterna em que vivem 214 milhões de trabalhadores que são comandados por meio de eleições corrompidas pelo dinheiro por pouco mais de 10 mil milionários.

A Revolução da Consciência

Esse artigo do Frei Betto, merece ser lido por todos nós.

Nele se percebe por que Beto, apesar de apoiar o governo federal, rompeu com Lula lá no primeiro ano do primeiro governo.

Sobre isso, reproduzo contribuição que me enviou Guilherme Estrella, o “Pai do Pré-Sal”, querido amigo e mestre, agora há poucos dias.

“Ivo, outro dia, aqui em minha cidade, conversei com um amigo que está num programa de mestrado em ciência política. Ele me contou um caso que considero central para o Brasil que vivemos hoje. Foi numa entrevista da Margareth Thatcher, após deixar a chefia do governo inglês durante 11 anos.

Um repórter perguntou a ela: “Qual a maior obra política que a senhora vai deixar para o Reino Unido?”

Ela disse sem pestanejar:

“É o Tony Blair!”

Como assim? O Tony Blair é o líder da oposição ao seu governo!

“Isso mesmo, o Tony Blair é exatamente a esquerda que nos garante que, mesmo assumindo o governo, não vai recuperar a política de empresas estatais e centralização das decisões econômicas no Reino Unido! Ao contrário, com sua inegável competência e seriedade, vai dar continuidade e consolidar com total êxito o modelo privatista ultra liberal que nós criamos e instalamos no Reino Unido!”.

Sugiro fortemente que o leitor leia o artigo de Frei Betto. E depois, nas suas redes peça que ele nos conte por que ele e Lula se desentenderam já nos primeiros anos do primeiro governo do nosso líder.

*Ivo Pugnaloni é engenheiro eletricista e presidente do Movimento em Defesa da Soberania Nacional – MDSN

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