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Já Passou da Hora de se Estabelecer uma Mudança de Paradigma na Gestão dos Destinos do Brasil

Por Ricardo Guerra

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O maior caso de corrupção no Brasil é o Escândalo do Banestado, que é o tema central da minissérie “O Doleiro”. Esse escândalo, também conhecido como o “Caso Banestado” e também referenciado como “Banestado Leaks” e as “Contas CC5 do Banco do Estado Paraná”, já foi amplamente abordado aqui, aqui aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui, onde é possível aprofundar os conhecimentos sobre o tema.

De uma maneira direta e bastante objetiva, podemos dizer que tudo começou quando o imperialismo anglo/saxão/estadunidense, impactado em cheio pela crise mundial de 1974, logo tratou de procurar meios e planejar estratégias para salvar o abalado e sempre em crise sistema capitalista, à custa do suor e do sangue principalmente dos povos latino-americanos – cujas lideranças locais foram cooptadas e/ou chantageadas para agir como vassalos dos seus interesses. 

Nesse intento, na impossibilidade de estabilizar a taxa de lucro mundial e visando garantir absurdos e irreais lucros para suas empresas, através de mecanismos especulativos, o grande capital organizou e investiu na proposta do Consenso de Washington, no ano de 1989. 

O objetivo era, sem abdicar da cartilha e do corolário “neoliberal”, que é o socialismo para os super ricos e o capitalismo genocida para a maioria dos povos (a famigerada máxima da “privatização dos lucros e socialização dos prejuízos”), aprofundar os métodos de defraudação e controle já aplicados e torná-los ainda mais selvagens, acelerando a espoliação dos trabalhadores e dos povos, a começar pelos povos latino-americanos.

Nesse contexto, no início da década de 1990 se firmou o “Umbrella Deal”, acordo sob o qual, no governo Fernando Henrique Cardoso, foi entregue meio Brasil a troco de nada, simplesmente para o país pagar absurdos juros de uma dívida externa, criminosamente inflada, inauditada e imposta pelo imperialismo, comprometendo também verbas de setores essenciais para a nossa sociedade e para o futuro do Nosso Povo e o desenvolvimento da Nação, como infraestrutura, saúde e educação – sendo importante ressaltar, que há uma suspeita de que em 1992 ocorreu a prescrição de toda a nossa dívida externa com bancos privados internacionais – fato nunca investigado, embora envolvesse cerca de 80% da dívida externa existente. Além disso, em 1994, essa dívida externa com bancos privados internacionais (suspeita de prescrição) foi transformada em novos títulos da dívida externa, no chamado “Plano Brady”, realizado sem transparência alguma. Havendo ainda o absurdo, de que os títulos resultantes da operação “Brady” foram em grande parte trocados por títulos da dívida interna – que naquele início do Plano Real chegaram a valores de quase 50% ao ano, tendo outra parte sido aceita como moeda para comprar empresas estatais estratégicas e lucrativas, privatizadas a partir de 1996.

Para realizar esse vergonhoso assalto ao patrimônio público, estatal e financeiro do país, os agentes do capital transnacional e as forças propulsoras do imperialismo mantiveram integrantes de todos os setores das classes dominantes do Brasil controlados por meio de propinas, as quais somaram aproximadamente US$300 bilhões e foram lavadas a partir das contas CC5 do então Banco do Estado do Paraná. 

O esquema envolvia a transferência do dinheiro sujo através de uma agência do Banestado no Paraná a uma agência do mesmo banco em Nova Iorque, de onde era movimentado para outros bancos nos EUA e transferido novamente a diversos paraísos fiscais. Daí, o dinheiro que antes era sujo e oriundo de propinas recebidas para aprovar as privatizações de empresas fundamentais para o desenvolvimento nacional, como também aprovar outras leis que ajudaram a mais do que duplicar a dívida externa do Brasil em um único final de semana, voltava “lavadinho” ao Brasil como investimento estrangeiro, no entanto, ainda não se sabe, em detalhes, onde a torrente de dinheiro sujo, lavado pelo Banestado, realmente foi parar.

As propinas também foram usadas para “convencer” as empresas de comunicação a “normalizar” a situação e levar a sociedade a acreditar na necessidade e legalidade de todo esse processo de manobras jurídicas e privatização. A maioria dos envolvidos no esquema eram lideranças do PSDB ou ligados a esse partido – com inserção nos poderes executivo, judiciário e legislativo – mas também envolveu representantes de outros partidos. 

Dessa forma, com  as leis aprovadas através dessa grande manobra para encobrir esse inadmissível crime de Lesa-Pátria e caracterizá-lo como algo aceito como “legal” pela sociedade, retiraram do povo brasileiro o equivalente à construção de 6 milhões de casas populares e permitiria que os brasileiros tivessem um salário mínimo 15 vezes maior durante 500 anos. 

Tudo isso, foi realizado sob a “supervisão” do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, até com o objetivo de deixar todo mundo de “rabo” muito preso, através de dossiês e documentos muito bem organizados e guardados (Kompromat).

Com a saída do PSDB do governo e a chegada do PT ao centro do poder do Brasil em 2002, um acordo de garantia de posse e governabilidade (com a benção do império) garantiu que o Escândalo do Banestado fosse sepultado, a roubalheira nunca fosse investigada e as privatizações e demais crimes de lesa-pátria cometidos não fossem revertidos – e assim o Caso do Banestado foi se encaminhando ao encontro da Lava Jato.

Em síntese, o PSDB (neoliberal) de Fernando Henrique Cardoso esteve por trás de toda a articulação envolvendo o escândalo – sendo a maioria dos envolvidos no esquema lideranças do PSDB ou ligados a esse partido, com inserção nos poderes executivo, judiciário e legislativo, mas o Partido dos Trabalhadores de Lula, não fez esforço para investigar e tentar reverter o seu curso, pelo contrário, atuou para enterrar qualquer possibilidade de uma investigação mais aprofundada sobre o escândalo, visto que Lula, que sucedia FHC, estava preocupado com a preservação de um mínimo de governabilidade – inclusive, tomando a decisão de não investigar todos os outros casos de corrupção sob os “Tucanos”, que incluía uma série de privatizações suspeitas.

A cereja do bolo disso tudo, foi o desenrolar na esfera judicial – e vem do fato de que o juiz encarregado de enterrar o caso Banestado não era outro senão Sérgio Moro, que na década seguinte galgou o “status de superestrela” na falaciosa Lava Jato e resultou na destruição de 4,5 milhões de empregos, na redução do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,6% e as maiores construtoras brasileiras perdendo 85% da receita – levando apenas em consideração o período de 2014 e 2018.

Assim, apenas pensando em eleições e “na garantia de uma sempre incerta governabilidade”, a esquerda permanece presa numa armadilha que, na prática, a conduz a acentuar o massacre do Brasil, inclusive desempenhando um ativo papel para a continuidade desse ardiloso e minuciosamente arquitetado plano imperialista – pensado exclusivamente para garantir mecanismos patrocinados pelo Estado Profundo dos Estados Unidos, pelas finanças transnacionais e pelos operadores das elites locais (inseridos no empresariado, na mídia, na política, nas FFAA e no Judiciário), que promovem o desmanche do Estado Brasileiro e roubam a possibilidade de futuro para o Nosso Povo e Nação.

Portanto, nesse momento em que o Governo está completamente acuado, sendo coagido a realizar cortes em Programas Sociais e Direitos Trabalhistas duramente conquistados ao longo de décadas, conclamamos Lula, para junto a todos nós, verdadeiros nacionalistas, anti-imperialistas e democratas denunciar esse massacre, e marcharmos em busca de estratégias para viabilizar ações que facilitem a ruptura desses mecanismos que preconizam a eliminação de Benefícios e Direitos Sociais indispensáveis a milhões de famílias do Nosso Valoroso Povo brasileiro, em troca da manutenção de não justificáveis (e até mesmo indecorosos) benefícios para uma minoritária casta de privilegiados.

Lula, a hora é de bater a mão na mesa, CONVOCAR UMA REDE NACIONAL DE RÁDIO E TV e explicar ao povo brasileiro o que representa todo esse absurdo. A oportunidade de verdadeiramente enfrentar o imperialismo e colocar o Brasil num caminho seguro em direção a soberania e a libertação do Nosso Povo das cruéis e vorazes garras do capital transnacional – não pode ser perdida! 

Já passou da hora de se estabelecer uma mudança de paradigma na gestão da coisa pública no nosso país. Que seja decretada a libertação dessa ditadura rentista/neoliberal, a qual estamos submetidos de forma passivamente aceita pelos nossos governantes – e que impede a possibilidade de se construir um futuro compatível com a grandeza do Brasil!

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