Prezado Lula, mesmo melhorando a economia, sem deixar de atender aos interesses financeiros das oligarquias que se consideram, desde sempre, “donas” do Brasil – você e seu governo estão sendo cada vez mais encurralados.
Anos após anos, golpes atrás de golpes, e a velocidade do desmonte do Estado Brasileiro, agora acelerou de vez:
- A extrema direita cresce a cada eleição;
- A imprensa está cada vez mais direitizada;
- E a Faria Lima, ah, a Faria Lima, essa não tem mesmo vergonha na cara, junto aos demais, mais assanhados que nunca e felizes como pinto na bosta com a volta de Trump ao poder nos EUA – estão ávidos e a postos, para impulsionar (ainda mais) a agenda neoliberal no Brasil (ver aqui, aqui, aqui e aqui ).
Mas, Lula, convenhamos que não dá mais para ficar reclamando ou apenas chorando o leite derramado, que é apenas o que você tem conseguido fazer. O futuro das próximas gerações está sendo decidido – e, de agora até o final das próximas eleições, nada ou quase nada pode restar de esperança para o povo brasileiro:
- A hora, mais do que nunca, é de lutar – pois o risco de perdermos de vez o bonde da história é muito grande e real;
- Mas é com você, Lula, que ainda temos a chance de mudar, nesse momento, a história do nosso imenso e tão dotado de riquezas, Brasil – e oferecer, ao nosso Povo, uma alternativa à economia política da exclusão social e da escassez material.
Não é mais possível que o comando do seu governo continue a ficar refém da banca, dessa fantasiosa “super entidade” denominada mercado financeiro, que, na hierarquia dos verdadeiros inimigos e adversários do Brasil, é o que de pior nós temos – e com ela você precisa romper de imediato:
- Restringindo qualquer possibilidade de vínculo com os interesses relacionados ao capital improdutivo;
- E também com as pessoas e as instituições que o representam.
Mas, para isso, querido Lula, é preciso investir ativamente na mobilização, organização e politização da classe trabalhadora – e, principalmente, realizar a necessária volta às suas reais origens – no trabalhismo:
- Resgatar e ampliar importantes conquistas sonegadas da classe trabalhadora nos últimos tempos;
- E viabilizar a recondução histórica de direcionamentos tomados no Governo Vargas e, mesmo, em seus próprios governos anteriores – de cunho verdadeiramente nacionalista e de interesse dos trabalhadores e de todo o povo brasileiro.
Abandonar o teto de gastos e criar um imenso programa de geração de empregos, implementados sob as diretrizes de um Estado Forte, é algo não muito difícil de acontecer. Em tempos de terra arrasada, as sementes das políticas de inclusão social e de distribuição de renda, que foram as marcas principais dos seus governos anteriores, germinarão com força ainda muito maior.
Mas não se pode parar por aí:
- As privatizações e as denominadas reformas trabalhista e da previdência precisam ser canceladas;
- A dívida pública imediatamente suspensa e devidamente auditada (ver também aqui);
- As grandes fortunas precisam ser sobretaxadas;
- Os procedimentos para a regulação da mídia, tomados;
- E a questão da democratização do acesso à água e às terras no campo e a segurança alimentar da nossa população devem ser tomadas como prioridade (ver aqui e aqui) – sendo o acesso à saúde, à educação e à moradia assumidos – verdadeiramente – como obrigação inalienável do Estado.
É necessário, portanto, que um projeto de desenvolvimento econômico e social (soberano popular), voltado para a integração nacional e sob a perspectiva de um equilíbrio geopolítico entre as nações, seja amplamente discutido com os mais diversos setores de representação social.
Conforme as palavras de Getúlio (ver aqui), “o que se fez como obra de desorganização administrativa, de anarquia política, é muito grande, para ser corrigido em pouco tempo…”
No passado, já conseguimos estabelecer diretrizes para impulsionar o nosso desenvolvimento, não obstante as dificuldades encontradas – e agora, de certo, não poderia ser diferente.
A presente tensão no mercado cambial, a dita crise do dólar, a “crise fiscal” e outras relacionadas ao comportamento do, falsamente endeusado, mercado financeiro, apenas refletem um feroz ataque do 1% mais rico para tirar (ainda mais) do orçamento público – os poucos recursos destinados a maioria das pessoas, os mais pobres da nossa população.
Mais uma vez, recorrendo às certeiras palavras de Getúlio: “…a democracia liberal foi pensada para dar liberdade para os poderosos do dia fazerem o que entendem, oprimindo aos pobres e humildes… e o Estado, como um Estado polícia, intervir apenas para garantir os privilégios dos poderosos do dia… Entre esses os mais poderosos são os proprietários dos grandes jornais… são os que envenenam e adulteram a opinião dos [que] leem…”
Portanto, Lula, num momento da sua vida em que nada mais você tem a perder, dê um “chega pra lá” no Imperialismo, nesse tal de mercado, e aja para colocar o Brasil num caminho seguro em direção a soberania e a libertação do nosso povo das cruéis e vorazes garras do capital transnacional:
- Estabeleça de vez, as condições para viabilizar a possibilidade de existência de um futuro onde o desenvolvimento, o trabalho e o bem-estar, se apresentem definitivamente em contraposição ao atual modelo de gestão do país;
- Modelo no qual, apenas é oferecido ao povo – a estagnação, a desesperança, a opressão e a miséria.
Apesar dos significativos limites impostos por um congresso nacional completamente reacionário e entreguista, desalinhado com as reais necessidades do povo brasileiro e da nação, e de uma mídia corporativa, cujas canetas e vozes apenas reverberam os interesses do grande capital, está em suas mãos restringir a força que garante aos poderosos o “direito” de oprimir os humildes e que impede o Pleno Desenvolvimento do Brasil.
A situação é difícil, mas não é impossível!
Prezado Lula, que seja proclamada, dessa forma, a libertação dessa ditadura neoliberal e decretada uma nova era de construção de um futuro próspero, fundamentado na justiça social e em consonância, sem dúvidas, com a grandeza do nosso país – nós confiamos em você e foi para isso que te colocamos no poder!