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A Realidade, a Ficção e a Brutal Luta Por Sobrevivência Sob os Parâmetros Ocidentais

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A sensação do momento, Round 6, repercutida série de sucesso divulgada em plataforma streaming, retrata uma realidade brutal, na qual, num jogo mortal, indivíduos endividados competem pela sobrevivência – em troca de uma promessa de riqueza praticamente inalcançável.

A narrativa da série, pode facilmente representar uma adequada metáfora relacionada ao modelo de gestão da economia ocidental – onde, estabelecendo-se uma ponte entre o que acontece com os personagens da ficção e a realidade:

  • É possível perceber a ação devastadora que a ideologia neoliberal exerce sobre a vida das pessoas e a soberania econômica dos países – destacadamente na periferia do sistema capitalista;
  • E como a perpetuação da aplicação desse modelo na economia global, faz nações periféricas, inseridas tardiamente no sistema do capitalismo mundial, como o Brasil, serem mantidas reféns de dívidas e de políticas ditadas por organismos internacionais;
  • Que subtraem seus patrimônios financeiros, naturais, públicos e estatais e destroem a base de proteção e de bem-estar social das suas populações.

Assim, submetidos a um modelo de “desenvolvimento” cujo resultado é uma competição desigual, onde o enriquecimento de alguns indivíduos e países, depende da exploração de muitos (a esmagadora maioria) por outros, uma ínfima minoria de usurários (ver aqui e aqui):

  • Destruindo completamente a possibilidade de se estabelecer, nesses países, um projeto econômico nacional – soberano e independente;
  • Ficando, dessa forma, inviabilizadas as suas possibilidades de investimentos em políticas públicas, voltadas ao bem-estar da população;
  • Sendo-lhes impostos cortes em serviços essenciais, privatizações de ativos estratégicos e a desindustrialização das suas economias.

Da mesma forma que acontece no universo de cada episódio da série, os “participantes” desse distópico jogo neoliberal, idealizado pelos imperialistas para impulsionar a acumulação capitalista no centro do sistema da economia mundial, são forçados a competir em condições desiguais, manipulados por um modelo de organização social e econômica que os coloca uns contra os outros, e que:

  • “Ao final de cada fase”, a soberania nacional e a cidadania popular vão sendo eliminadas – em prol de interesses externos;
  • Favorecidos pelas oligarquias locais, que, sem o mínimo de senso de pertencimento e de interesse pelo bem público e coletivo, se beneficiam desse processo a troco de migalhas recebidas do império – ou, vergonhosamente, simplesmente por mera cooptação cultural.

Esse jogo, minuciosamente arquitetado no ambiente da geopolítica, é projetado para desumanizar os “jogadores” e transformar vidas em mercadoria, reduzindo as necessidades e os direitos dos povos, a números que precisam ser eliminados:

  • Forçando, por exemplo, os investimentos em educação, saúde, moradia e na valorização do trabalho deixarem de ser priorizados pelos governos;
  • Passando a ser considerados custos a serem minimizados, simplesmente para agradar os famigerados investidores do mercado financeiro, essa fantasiosa entidade criada para engordar as contas dos financistas (senhores do capital improdutivo);
  • Ignorando a função de desenvolvimento econômico e social – retirando recursos do Estado e da sociedade, como um verdadeiro assalto.

Enquanto o  Brasil continuar submetido a essas regras, onde poucos “saem vitoriosos” à custa do sofrimento de muitos, no qual a promessa de prosperidade representa, para a maioria, apenas uma ilusão:

  • O país estará condenado a sacrificar os interesses de sua população e atender a uma lógica econômica que sobrepõe o lucro (para alguns), sobre a vida de todos os demais, e detona a perspectiva de futuro – tanto para os indivíduos quanto para a nação;
  • Cuja solução, tal como na série, exige coragem coletiva para questionar as regras impostas e trabalhar pela construção de um novo modelo que seja orientado para as reais necessidades e bem-estar de todas as pessoas.

Chegou a hora de transformar a promessa ilusória de prosperidade em uma realidade tangível, coletiva e concreta, superar esse insensato e tirano modelo de desenvolvimento e gestão da economia – e construir um futuro mais justo e soberano no Brasil:

Enfim, pela magnitude de suas riquezas cultural, humana e natural, o Brasil possui todas as condições de trilhar o próprio caminho, baseando-se em um modelo de economia que respeite a própria grandeza e priorize a solidariedade, a equidade e a soberania popular.

Somente rompendo as correntes da exploração, dada a subserviência aos ditames imperialistas, o Brasil voltará a ser protagonista de sua própria história e conseguirá estabelecer as condições para garantir a possibilidade de um futuro digno e próspero para todos os seus cidadãos, tornando-se, ainda, pela sua importância geopolítica, um farol de resistência e de renovação no modelo de gestão da economia e no cuidado com as pessoas, indicando o caminho, conforme as palavras de Darcy Ribeiro:

“para o estabelecimento de uma nova forma de ocidentalidade que seja, pela primeira vez, uma civilização humana respeitável”.

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