A ausência dos presidentes da Câmara, do Senado, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, na solenidade no Planalto, comandada pelo chefe do Executivo, para lembrar a resistência democrática à tentativa de golpe de estado pelos fascistas bolsonaristas, apoiados por parte dos militares, deixou no ar um recado político preocupante: Legislativo e Judiciário se mostraram débeis na defesa da democracia, do estado de direito, das instituições.
Essa preocupação cresce, especialmente, porque os fascistas se mantêm agressivos e ameaçadores, principalmente, às vésperas da posse do novo presidente americano, Donald Trump, que os influencia e estimula.
Notório adepto do fascismo, Trump é uma ameaça viva à democracia brasileira, como demonstra suas agressões típicas de Hitler de invadir territórios nacionais que julga necessário serem ocupados pelos Estados Unidos, como Panamá, Groenlândia e Canadá, em nome dos interesses yankees.
Seria ou não de esperar que o troglodita americano faça ameaças ao Brasil, por exemplo, de ocupar a Amazônia, considerando território internacional e não apenas nacional, brasileiro?
Se o deputado Arthur Lira(PP-AL), o senador Rodrigo Pacheco(PSD-MG) e o ministro Luís Barroso tivessem feito leitura adequada da conjuntura nacional e internacional do momento, associada à necessidade de fortalecimento das instituições nacionais, não teriam titubeado em estar presente ao lado do presidente Lula, na tarefa de defendê-las e fortalecê-las.
AGENTES IMPERIALISTAS AGRESSIVOS
Destaque-se, sobretudo, que os agentes de Trump na área avançada da comunicação digital em escala global, como são os casos de Zuckerberg e Elon Musk, donos de duas das maiores empresas mundiais de tecnologia da informação, Meta e X, respectivamente, prometem apoio aos propósitos políticos autoritários do novo presidente americano, em favor da direita fascista internacional.
Isso significa que, no Brasil, o foco de ambos os pupilos trumpianos será apoio decisivo ao fascismo bolsonarista.
Eles, em nome do titular da Casa Branca, farão tábula rasa com as preocupações de Lula em fortalecer a democracia, como significa o movimento de resistência ao golpe de 8 de janeiro de 2023, realizado, nesta quarta-feira.
Pelo que se vê nas declarações dos bolsonaristas fascistas, a palavra de ordem é minimizar o movimento golpista, como se fosse algo menor, sem importância, até como se não tivesse acontecido, na esperança de que têm costas largas a protegê-los a partir do império trumpista ultradireitista em ascensão.
Evidencia-se que essa manobra de Bolsonaro fica relativamente mais fortalecida, diante do posicionamento equidistante dos chefes dos poderes legislativo e judiciário, ausentes do evento convocado pelo presidente Lula.
FUGA DE RESPONSABILIDADE
Por que Lira, Pacheco e Barroso não foram à solenidade, podendo dizer que, com suas ausências, fugiram da responsabilidade política que deles reclama a democracia brasileira com a Espada de Dâmocles trumpiana sobre sua cabeça?
Os arreganhos fascistas vindos dos Estados Unidos alegram e estimulam os adeptos do direito da força, em substituição, à força do direito, responsáveis pela depredação dos três poderes em 8 de janeiro de 2023.
O acanhamento de Lira, Pacheco e Barroso ao se negarem manifestar ao vivo no Planalto com rigor apoio à decisão de Lula, que teve ao seu lado os militares, hoje, nitidamente, divididos, devido às prisões de generais golpistas, estremece o processo democrático.
Trata-se de reflexos que deixam no ar dúvidas quanto ao apoio decisivo deles ao chefe do Executivo, o que representa não revigoramento da democracia, mas sua relativa fragilidade.
Comportamento típico da classe conservadora de ficar em cima do muro diante das questões políticas delicadas.
Ressalte-se, ainda, a tímida e tatibitate atitude do ministro da Defesa, Múcio Monteiro, em sua disposição de deixar o governo, o que levanta desconfiança de que está desconfortável no cargo, por sentir, claramente, que os seus comandados estão em processo de rebelião, por enquanto, contida em face da incerta conjuntura sob o governo Lula.
DERRUBAR LULA: JOGO FASCISTA
A fuga de responsabilidade de Pacheco, Lira e Barroso, por fim, tem por retaguarda óbvia a maioria parlamentar de direita e ultradireita nas duas Casas do Congresso, engajadas no propósito de combater o governo Lula, de modo a evitar sua reeleição em 2026.
A massa política conservadora congressual, por sua vez, conta com apoio da mídia corporativa pró-Washington, ou seja, pró-Trump, pró-golpe, empenhada em fazer carga contra a política econômica, embora, em 2023 e 2024, o panorama interno tenha sido positivo.
Nesse período, o PIB cresceu cerca de 7%, os salários continuaram sendo reajustados acima da inflação, apesar do pacote fiscal neoliberal, aprovado no Congresso, a inflação se mantém sob controle em proporção ao potencial de crescimento nacional, bem como constante se mantém o registro de pleno emprego.
São os indicadores econômicos promissores que levantam resistência dos especuladores da Faria Lima, para manter elevada a taxa de juro.
De fato, a ditadura do mercado está presente, depois da tentativa fracassada de golpe político ditatorial, em 2023, seguindo como ameaça à estabilidade econômica e democrática.
Se a sociedade não se mantiver mobilizada em defesa do governo para sustentar economia e democracia estáveis, os golpistas se sentirão fortalecidos com os ventos trumpistas fascistas antidemocráticos que vêm do norte.