Sob as amarras da agenda neoliberal há décadas, o Brasil tem sido, quase que obscenamente, impedido de promover e alcançar todo o seu potencial de desenvolvimento (ver aqui, aqui, aqui e aqui):
- Promessas de prosperidade, crescimento e estabilidade se converteram em um processo crescente de desigualdade;
- E um cenário de desindustrialização, primarização da economia e desmonte dos direitos sociais se agrava dia após dia.
A hora é de virar essa página. Não existe a menor possibilidade real de desenvolvimento onde reina a desigualdade e a nossa única possibilidade de sonhar com um futuro diferente é recuperando o protagonismo do Estado.
Só depende de coragem e determinação fazer com que o Estado brasileiro não continue a ser protagonista circunstancial, apenas no combate às desigualdades em períodos esporádicos, e decididamente passe a atuar para construir um futuro de desenvolvimento soberano, sustentável e pujante:
- Elaborando um projeto de organização social e de gestão da economia que coloque as pessoas no centro do desenvolvimento;
- Estabelecendo um modelo de governança no qual o investimento público seja tomado como motor do crescimento;
- E, assim, promover a ruptura com esse longo ciclo de dependência no qual estamos enclausurados.
Apenas sob a mão forte do Estado será possível reverter essa situação de décadas de privatizações e de desmantelamento de setores estratégicos e garantir as possibilidades para a construção e consolidação de um país soberano:
- Cuja economia seja edificada sobre bases livres do embuste dos dogmas da austeridade;
- E se conecte às demandas da população.
A economia brasileira precisa resgatar a capacidade produtiva e valorizar o trabalho como a base da riqueza nacional:
- Alinhar o projeto de desenvolvimento com a economia real;
- E estabelecer o foco no bem-estar coletivo em compatibilidade com a magnitude da riqueza natural, humana e cultural do Brasil, reconectando a economia aos anseios de prosperidade das pessoas.
Promover a libertação do país da devastadora agenda neoliberal que nos mantém reféns de uma absurda e injustificada dívida e submissos a políticas ditadas por organismos internacionais, permitirá, não só a ampliação da capacidade de investimento público em infraestrutura, saúde, educação e ciência, mas criará condições para:
- A retomada da industrialização, o incentivo à modernização industrial, a geração de energia barata, e o investimento na capacidade de inovação e promoção de cadeias produtivas locais, reduzindo a dependência das commodities;
- Além da possibilidade de valorização do trabalho, através da implementação de uma política robusta de salário mínimo e ampliação dos programas de proteção social.
Mas é preciso ir além e, paralelamente, garantir, entre outras coisas, a democratização do acesso à terra e aos recursos naturais, através da implementação de uma reforma agrária efetiva e o fortalecimento do apoio à agricultura familiar:
- Proceder a taxação de grandes fortunas, lucros e dividendos e a redução da carga tributária sobre o consumo e o orçamento dos mais pobres;
- E, destacadamente, tomar os investimentos em educação, cultura e inovação como pilares do desenvolvimento nacional e a nossa capacidade de transformação dos recursos naturais que temos em abundância.
O futuro do Brasil está em nossas mãos.
Não podemos mais aceitar o modelo que perpetua a exclusão, a exploração e a submissão aos interesses externos onde há um processo de “uberização” da economia (ver também aqui), escravizando a nossa população, e o assalto aos cofres públicos para pagar os serviços de uma dívida injustificada e não auditada.
É possível construir uma nação onde o desenvolvimento seja sinônimo de inclusão, o trabalho seja valorizado e todos tenham a chance de prosperar: sim, um futuro pós-neoliberal é possível e só depende de coragem e determinação!