A nova ascensão de Donald Trump ao poder reacende a possibilidade de aprofundamento da política imperialista e expansionista dos Estados Unidos, especialmente depois das suas últimas declarações.
Sob a bandeira de “Make America Great Again”, Trump sempre declarou querer impulsionar medidas com o objetivo de reforçar o domínio econômico e político estadunidense, principalmente na América Latina:
- Adotando uma postura agressiva frente a países que detêm recursos estratégicos de interesse dos EUA;
- E agora, pelo menos em forma de bravata, com declarações demonstrando o seu interesse em avançar sobre o Canadá, a Groenlândia, o Golfo do México e o Canal do Panamá.
Para o Brasil, especialmente com as novas descobertas de petróleo na margem equatorial e a importância estratégica da Amazônia, essa guinada representa uma preocupação e a perspectiva de ameaça é real.
A Amazônia, com suas riquezas naturais e biodiversidade, está no centro do interesse internacional, inclusive, durante o anterior governo Trump, foram feitas declarações e estabelecidas ações que indicaram um olhar predatório sobre a floresta e região:
- Sob a justificativa de combater governos que “não protegem adequadamente” o bioma;
- Ou “não sabem explorar seus recursos” de forma “responsável”.
Essa narrativa, mascara o objetivo real de apropriação de recursos naturais em benefício de corporações transnacionais – alinhadas aos interesses estadunidenses:
- Cujo risco pode se intensificar com a aproximação das eleições de 2026 e a possibilidade do Brasil voltar a ser governado por um governo subserviente e alinhado ideologicamente de forma subordinada aos EUA;
- Como aconteceu anteriormente com Bolsonaro, um lambe botas de Trump, que parecia entrar em êxtase ao submeter o nosso país à condição de reles fornecedor de matérias-primas, sacrificando a soberania nacional em nome de “acordos” e “parcerias” comerciais e militares, entre outras, estabelecidas de maneira desequilibrada e desfavorável para o Brasil.
Além disso, a expansão do pensamento fascista, amplificado por Trump e seus aliados, reforça movimentos autoritários pelo mundo, incluindo o Brasil:
- Ameaçando a democracia, as liberdades coletivas e individuais, os direitos sociais, os direitos dos trabalhadores e das populações indígenas e a proteção ambiental;
- Além de impulsionar a retórica de ódio, o desprezo pelas instituições multilaterais e a promoção de políticas antidemocráticas, criando um ambiente de crescente instabilidade.
Diante dessa conjuntura, o Brasil precisa adotar uma postura firme e estratégica:
- Defender a soberania nacional e rejeitar qualquer tentativa de ingerência externa sobre nossos recursos naturais;
- Fortalecer as instituições democráticas e ambientais, através de políticas que valorizem o nosso povo e o reconhecimento das suas reais necessidades, interesses e o seu poder de decisão.
Apesar de sua retórica inflamada e teatral, Trump personifica um movimento real mais amplo, de natureza imperialista e fascista, que transcende sua figura.
Portanto, a luta contra a sanha expansionista dos EUA e os seus desdobramentos, exige resistência, organização e unidade, e o Brasil precisa reafirmar seu papel como protagonista na defesa de seus próprios interesses e também da região, particularmente a América do Sul:
- Exaltando a democracia e a justiça social;
- Rejeitando qualquer tentativa de subordinação a projetos que sirvam aos interesses de poucos em detrimento da maioria;
- Resistindo não apenas às ameaças diretas, mas também ao modelo de desenvolvimento que subordina países periféricos aos interesses das grandes potências.
Independente de bravatas, soberania não é algo negociável e precisamos compreender que qualquer tentativa de subjugação, seja pela força ou pela dependência econômica, deve ser combatida com firmeza, fortalecendo a soberania nacional e consolidando uma unidade regional e uma possibilidade de mobilização internacional como barreira contra essas investidas.
Para além das bravatas, é necessário reconhecer que mesmo quando as declarações de Trump parecem exageradas ou inverossímeis elas carregam uma estratégia de construção de narrativas que visam legitimar futuras ações imperialistas:
- Essas declarações, muitas vezes, não são apenas retóricas;
- Mas um modo de preparar o terreno para justificar ingerências econômicas, políticas e, em última instância, militares.
Não restam dúvidas que, sob Trump, a sanha expansionista do império estadunidense aumenta – e apesar das bravatas a ameaça é concreta e precisamos nos preparar:
- Aumentar a mobilização para garantir a vitória nas eleições em 2026 e estabelecer uma radicalização em torno das pautas verdadeiramente nacionalistas, relacionadas à valorização dos trabalhadores e o desenvolvimento soberano do Brasil;
- E, fundamentalmente, buscar alianças internacionais em defesa do multilateralismo para enfrentar regimes de tendências fascistas e imperialistas.
Enfim, construir uma política externa soberana através do fortalecimento de blocos como o BRICS e a UNASUL e estabelecer um processo de integração econômica, política e científica de maneira equilibrada e cooperativa entre os países, com foco na promoção de um cenário interno de prosperidade e melhora na qualidade de vida das pessoas e um ambiente regional e internacional de colaboração.