Vamos ver se o Copom levará em consideração os fatos novos relevantes no panorama nacional e internacional para iniciar reversão da taxa de juros Selic, o que oxigenaria a economia e, consequentemente, favoreceria a reeleição de Lula:
1 – Imperador Trump pede ao BC americano juros mais baixos nos Estados Unidos; o mercado não disse que ele está interferindo na independência do BC; por que, aqui, essa posição do presidente Lula é contestada quanto diz a mesma coisa?;
2 – A palavra de ordem trumpista é furar poço de petróleo para dar choque de energia barata e reduzir custos e inflação; não seria ótimo recado para o governo Lula fazer o mesmo, visando o mesmo objetivo, o que influenciaria na ação do BC?;
3 – Trump, também, diz que vai buscar acordo com China, distencionando ambiente de confronto; está com medo de taxar importações chinesa e a inflação americana subir; isso não reflete geral no mundo para baixar os preços, nos próximos meses e, mesmo, anos?;
4 – Inflação de janeiro (IPCA) deve ficar na casa dos O,11%; não seria necessário suspender exportação de café e carne, para abastecer o mercado interno e, igualmente, retira-los do cálculo da inflação, como fazem, por exemplo, os Estados Unidos, relativamente, aos preços da energia, enquanto tiver crise de abastecimento e choque de oferta temporário, impactando o índice?;
5 – Acordo Rússia-EUA, que Trump diz querer acelerar, pararia guerra na Ucrânia e abriria frente de paz, que, ao contrário da guerra, contribui para diminuir os preços e inflação, especialmente, insumos agrícolas, como fertilizantes e petróleo;
6 – Suspender a paridade de preços de importação do petróleo (PPI), para desdolarizar cotação dos derivados e acelerar importação de alimentos, que Lula promete, diminuiria ou não os preços internos, mudando expectativas inflacionarias futuras?;
7 – Safra que será colhida, conforme declara o ministro Rui Costa, da Casa Civil, elevará ou não oferta interna, diminuindo pressão altista?;
8 – Dólar em queda, frente a nova administração Trump, em negociação com a China, contas externas equilibradas e reservas cambiais fortes evitam ou não volatilidades internas?; o câmbio menos volátil, proporcionado pela nova conjuntura deve ou não refletir imediatamente no preço interno?;
9 – Arrocho fiscal neoliberal está ou não segurando gastos públicos, desarmando justificativas para especulação da Faria Lima?
10 – Proposta de pacto social dos empresários para conter juros deve ou não motivar expectativas positivas de combate à inflação, inclusive, para o governo iniciar mudança na composição do Conselho Monetário Nacional?
INFLAÇÃO RECLAMA AÇÃO POLÍTICA URGENTE
Sobretudo, a inflação não é fenômeno, meramente, monetário, como demonstra visão heterodoxa, mas político, ressaltando, ainda, que o fator psicológico da chegada de novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, de tendência heterodoxa, ao contrário do seu antecessor, ortodoxo, cria expectativa de novos rumos no BC em sua tendência neoliberal pró-Faria Lima.
Nova composição do Conselho Monetário Nacional, que incorporasse a opinião não meramente técnica, mas, igualmente, política, com participação dos empresários e trabalhadores, em pacto social, induziria ou não à mudança do diagnóstico neoliberal de que inflação decorre do excesso de demanda, sabendo-se que o peso maior na formação dos preços decorre dos juros altos?
Fator Trump contra juro alto e menor pressão sobre o câmbio favorecem ou não mudança da orientação do BC, agora, sob comando de Galípolo?
Mais: os gastos com serviços da dívida devem ou não ser considerados como causa da inflação, para efeito de ajuste fiscal, já que representam perto de 50% do total de gastos do orçamento geral da União?
Por que devem continuar fora do ajuste fiscal?
Não é para colocar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda?
A visão política recomenda o governo a iniciar, imediatamente, a discussão sobre distribuição da renda, como fator de combate à inflação.
Por sua vez, a superconcentração da renda fortalece ou não o diagnóstico de que inflação não é de demanda – dado que os salários são baixos e que 90% da renda correspondem os que ganham até dois salários mínimo – mas de custo?
O juro extorsivo é o custo que é repassado aos preços, bombando inflação de alimentos; se tirar o juro, a inflação despenca ou não?
Se o presidente Lula agir nesse sentido, começa ou não a faturar a reeleição desde já, reagindo a pressões externas, como a que o presidente Trump começa a fazer sobre o Brasil, de que a economia nacional prejudica os Estados Unidos, quando ocorre justamente o contrário?
Nesse contexto, se Galípolo, no BC, seguir a ortodoxia, estará ou não fazendo jogo da oposição e da Faria Lima.
Trump está defendendo redução de juro nos EUA para ativar economia.
Vamos aqui continuar com pé no freio, bloqueando o crescimento econômico sustentável?