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Protecionismo Trumpista Produz Calote Mundial E União Contra Eua Que Favorece Lula Em 2026 

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Crises de balanço de pagamentos são o perigo mais esperado da loucura que o troglodita Donald Trump está acelerando, primeiramente, nas relações comerciais com o México e o Canadá, na sequência com a China, acompanhada da promessa de fazer o mesmo com a Europa.

Trump não quer mais déficit comercial com ninguém, mas esquece que os Estados Unidos se tornaram fortes, depois da guerra, justamente, porque acumulou déficit comercial, de um lado, e superávit financeiro, de outro.

Com amplos superávits financeiros, graças à hegemonia ampla do dólar, no pós guerra, os Estados Unidos pagavam os déficits comerciais que acumulavam e, ainda, sobrava muito dinheiro para realizar senhoriagem em todo o planeta, abarrotando os cofres do tesouro americano.

Se, agora, Trump quer acumular superávit comercial com todos, todos acabarão sem receita em dólar para pagar suas dívidas referenciadas em moeda americana, produzindo, consequentemente, calotes de forma generalizada.

O comércio internacional é via de duas mãos: a dívida de um é a receita de outro e vice-versa, pois ninguém ganha sozinho, o que revela ignorância de Trump, denotando arrogância imperialista sem limite.

O mais grave para os norte-americanos, com essa visão, absolutamente, mecanicista de Trump, é que os Estados Unidos não são mais o campeão mundial da competitividade e muito menos da produtividade, de modo que o protecionismo acirra tensões políticas no país, especialmente, porque produz inflação, juros e desemprego.

A China, como acaba de demonstrar o episódio na área da Inteligência Artificial, ganha a corrida da competitividade e da produtividade em todos os setores; somada essa insuficiência competitiva americana em relação aos chineses com perigo da inflação e tensões monetárias especulativas, decorrentes do mercado de ações e títulos, perigo de estouros de bolhas poderiam pintar fortes, especialmente, se ocorrer calotes dos devedores em dólares, bloqueados em suas exportações para os Estados Unidos.

O protecionismo trumpista pode produzir o paradoxo mortal: união do mundo contra os Estados Unidos, de um lado, e contradições internas, de outro, com acirramento de lutas de classes, que tendem acender pavio de guerra civil, no compasso de inflação, emprego e juros mais altos.

MÉXICO E CANADÁ EM EBULIÇÃO

Se o México não puder exportar para Estados Unidos ficará sem dólares para pagar seus títulos referenciados na moeda americana, como destaca o La Jornada, do México.

0 peso será depreciado sem os dólares que entram no México, seja das exportações, seja dos imigrantes mexicanos que mandam suas poupanças amealhadas nos Estados Unidos para suas famílias etc.

Como o governo de Claudia Sheinbaum pagará dívida externa com peso fraco, depreciado, frente ao dólar forte?

O perigo de calote mexicano aumenta.

Mesma coisa acontece em relação ao Canadá.

Tarifa de 25% sobre exportações canadenses para os Estados Unidos diminui ingresso de dólar americano no Canadá, alerta a mídia canadense.

O dólar canadense, que é mais fraco que o dólar americano, ficará ainda mais fraco.

A depreciação do câmbio dificulta o Canadá em pagar títulos referenciados em dólar americano, porque a moeda canadense perde força na relação de troca.

Enfim, o Nafta, criado em 1992, para construir um mercado comum entre os três países, está indo para o espaço.

Canadá e México, junto com a China , realizam os maiores intercâmbios com os Estados Unidos, ocupando cerca de 50% das exportações.

Reduzidas em 25% as receitas de exportações obtidas com os Estados Unido, México e Canadá se empobrecem relativamente, enquanto seus produtos ficarão mais caros para os consumidores americanos.

Prejuízo geral para todos.

Destaque-se que o Nafta surgiu, depois que o México entrou em crise por fatores semelhantes, advindos da crise dos anos 1980.

Os mexicanos estavam excessivamente endividados em dólares e não puderam pagar os títulos da dívida em carteira dos bancos americanos.

Estouro geral.

O calote mexicano se refletiu em toda a América Latina.

Para evitar o caos, o governo americano renegociou dívidas de forma generalizada, por meio do Plano Brady.

O Brasil, na ocasião, sofreu o baque, diante da decisão de Washington de enxugar a liquidez mundial em dólares, puxando violentamente a taxa de juros americana de 5% para 21%.

A ditadura militar nacionalista caiu imediatamente, abrindo-se aos governos civis neoliberais da Nova República, que passaria a ser ideologicamente escravizada pelo Consenso de Washington.

Os arrochos fiscais e monetários surgiram com a regra americana do Consenso, impondo aos devedores o tripé neoliberal: cortes de gastos, arrocho salarial, privatizações de empresas e bancos estatais, metas inflacionárias, superávits fiscais etc, tudo para garantir pagamentos de juros e dívidas aos bancos credores.

Até hoje, o país não conseguiu sair da armadilha do tripé que impõe baixo crescimento sob pressão dos mercados financeiros a argumentarem que a economia não pode crescer porque puxaria a inflação, como se argumenta, agora, nas atas semanais do Banco Central Independente.

REPETECO IMPERIALISTA DOS ANOS 1980

Ora, se, agora, com o tarifaço trumpista, as dificuldades se repetem para o México e Canadá, estendendo para toda a América Latina, o perigo de calote aumenta ou não, sinalizando recessão, desemprego, colapso cambial etc?

O mercado financeiro está com pulgas atrás das orelhas, como reflete o noticiário canadense, repercutindo temores dos bancos de investimentos, porque os reflexos no setor produtivo, com quedas nas ações em bolsa, tendem a aumentar riscos gerais.

Investimentos cadentes e juros ascendentes são o que se espera no horizonte do protecionismo e tarifaço trumpista, que, desta vez, também, deverá envolver a Europa, que tem um superávit comercial de 300 bilhões de euros com os Estados Unidos; ou seja, o repeteco da crise dos anos de 1980 se apresenta com agravantes, no compasso da determinação de Trump de levar o mundo a um déficit no balanço de pagamentos para ilusoriamente beneficiar os Estados Unidos.

Para a América Latina, abre-se temporada política explosiva, porque o contrapolo da agressividade de direita trumpista produz o seu oposto, como começa a acontecer no Canadá em que as forças de direita, que enfrentarão a social democracia em outubro, reverta sua posição para centro-esquerda, em busca de união pelo Canadá.

O Brasil, que comandará o BRICS, em 2025, fará o que, se Trump ameaçar os países do grupo, que, hoje, já possui PIB superior ao grupo dos países que compõem o G7?

Lula, como líder do BRICS, estará ou não sendo jogado nos braços da China e da Rússia, líderes maiores do grupo, pela força econômica e militar, para fazer, na América Latina, o discurso anti-Trump?

Trump empurra Lula para a esquerda, se retaliar o BRICS, ao mesmo tempo que fortalece a união nacional em torno de si, estando o Brasil sob ameaça trumpista.

A direita bolsonarista trumpista teria chances contra Lula, se Trump ameaçar Brasil e América Latina, como já está fazendo?

Novas circunstâncias políticas e econômicas se erguem para favorecer, eleitoralmente, quem peitar o troglodita americano.

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