Cadastre-se Grátis

Receba nossos conteúdos e eventos por e-mail.

O Improvável Pacificador

Mais Lidos

Petronio Filho
Petronio Filho
Pai de duas, casado, botafoguense e antifascista. Mestrado em Economia pela University of Minnesota. Doutorado em Economia pela Unicamp. Trabalhou no IPEA e na Consultoria do Senado Federal.

Em 24/01/25, seis dias antes da posse de Trump, Volodymyr Zelensky, Joe Biden e o líder inglês Keir Starmer lançaram o maior ataque de mísseis de longo alcance no interior da Rússia.

Vladimir Putin havia dito que aquilo seria uma declaração de guerra, pois tais mísseis não poderiam ser manejados por soldados ucranianos.

Eles exigem o uso de satélites americanos ou ingleses.

O americano e o inglês ignoraram o risco da guerra nuclear.

Acharam que Putin poderia ser provocado impunemente.

A irresponsabilidade de Biden e Starmer não pode ser jamais esquecida.

Nem perdoada.

Trump nos salvou do risco de holocausto nuclear.

Naquele dia, ele deu declarações públicas condenando o envolvimento direto dos EUA na guerra.

E, antes de completar um mês de mandato, Trump fechou um acordo de paz com os russos. Fomos salvos por um republicano, quem diria!

Na verdade, não há o que estranhar.

Biden e Trump seguiram uma longa tradição americana: os democratas iniciam guerras e os republicanos as terminam.

Os registros históricos mostram que Joe Biden e Barack Obama foram mais militaristas e sanguinários do que Donald Trump em seu primeiro mandato.

Obama bombardeou sete países. Biden inventou uma guerra para incendiar a Europa, depois doou bombas e dinheiro ilimitado para viabilizar o genocídio de civis em Gaza.

Alguns me criticam por relativizar a truculência de Trump ao compará-lo com Biden e Obama.

Bem, poderíamos também compará-lo com Mahatma Gandhi e Jesus Cristo.

Mas acho mais realista compará-lo com os presidentes americanos antecessores.

Isso já foi feito pela Newsweek, pela Reuters e pela USA Today após o término do primeiro mandato de Trump.

As pesquisas focaram só no militarismo belicista.

Elas colocaram Donald Trump ao lado de Jimmy Carter e Gerald Ford como os três presidentes americanos menos belicistas do pós-Guerra.

https://www.reuters.com/article/world/fact-check-which-us-presidents-led-the-nation-into-new-wars-idUSKBN2A22QR/

Em seu discurso de posse, Donald Trump reafirmou seu estilo isolacionista e relativamente pacifista: “Mediremos nosso sucesso não somente pelas batalhas que venceremos, mas também pelas guerras que terminaremos e talvez, mais importante, pelas guerras em que nunca entraremos.”

É difícil acreditar em tais palavras vindas de alguém que se contradiz com frequência.

Trump adora fazer declarações belicistas ou ultrajantes para escandalizar a esquerda e agradar seu público.

Ele fez ameaças veladas ou explícitas de invadir ou anexar Canadá, México, Groenlândia, Panamá e a Palestina.

Sua estratégia de negociação é baseada no blefe, mas quando pagam para ver ele recua.

Não estou a defender suas agressões verbais, só lembro que palavras matam menos do que bombas.

Dias antes da posse de Donald Trump, Netanyahu aceitou um cessar-fogo em Gaza.

Joe Biden tentou reivindicar o mérito da trégua, esperando que tenhamos esquecido que ele, de forma dissimulada, bancou financeiramente e diplomaticamente o genocídio durante 15 meses.

Tudo indica que a trégua foi fruto da intervenção de Trump, que tomou o talão de cheques em branco que Biden havia dado a Netanyahu.

O Israelense pode ter armas, mas terá que pagar por elas.

Donald Trump não é um pacifista, ele apenas sucede um presidente cuja política externa é difícil de superar em termos de hipocrisia, fanatismo, crueldade e irresponsabilidade.

Em um mundo de mitômanos, quem fala meias verdades é rei.

Em um mundo de fanáticos, quem tem um pingo de pragmatismo é rei.

Trump é duplamente rei.

O mundo trocou o fanatismo insano e messiânico de Joe Biden pelo pragmatismo egoísta e isolacionista de Donald Trump.

O mundo ficou melhor com a mudança. Donald acredita que as guerras custam caro e são mau negócio para a América.

Além disso, ele é um isolacionista e desconfia dos aliados.

Trump acredita que todos estão se aproveitando dos EUA.

E o que dizer da pobre da Ucrânia? Em primeiro lugar, que se repetiu ali o que os EUA fizeram no Vietnã, no Iraque, na Líbia, no Afeganistão e em vários outros países.

Os EUA perderam a guerra, depois deram as costas para os aliados, deixando para trás destruição econômica, perdas humanas e retrocessos democráticos.

Nunca um país invadido ou “libertado” pelos EUA se tornou uma democracia ou distribuiu melhor sua renda ou se tornou politicamente estável.

Mas várias democracias foram destruídas pelo tio Sam, assim como vários países estáveis entraram em guerra civil.

Antes os americanos invadiam ou bombardeavam países para “defendê-los do comunismo”.

O Vietnã era uma peça de “dominó” que não podia cair sob pena de derrubar as outra peças, deixando a Ásia entregue aos vermelhos.

Depois que o comunismo acabou, o pretexto passou a ser a derrubada de um ditador demoníaco.

Saddan Hussein era um monstro, como Muhammad Gaddafi, Bashad Al-Assad, Daniel Ortega e Nicolás Maduro.

Todo inimigo politico dos EUA é corrupto ou terrorista.

Os americanos “vendem” as guerras para o público interno demonizando o líder do país que pretendem bombardear ou invadir.

Até Nelson Mandela, um advogado dos direitos humanos, esteve na lista de terroristas da CIA até poucos anos antes de sua morte.

Segundo a Wikipedia, a CIA foi decisiva também na prisão de Mandela. In verbis: “Em dezembro de 2013, foi revelado pelo The New York Times que a CIA americana foi a força decisiva para a prisão de Mandela em 1962…”

Os EUA merecem aplauso pela coerência.

Apoiaram o apartheid sul-africano com o mesmo idealismo com que apoiam o apartheid israelense.

Os que lutaram contra o apartheid, nos dois casos, foram ou são xingados de terroristas.

A guerra da Ucrânia não teria acontecido se o país europeu desistisse de entrar na OTAN.

Volodymyr Zelensky foi o extremista escolhido por Washington para realizar uma guerra por procuração contra a Rússia.

Antes da posse de Zelensky havia um acordo de paz assinado por ucranianos e russos e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU.

Zelensky rasgou o acordo de paz para tentar entrar na OTAN e perseguir as minorias russas.

No poder, ele jamais tentou ser democrático.

Jogou na ilegalidade todos os partidos de esquerda e pró-Rússia.

E suspendeu as eleições legislativas e a presidencial.

Existem contra ele várias denúncias de corrupção ignoradas pela grande imprensa.

A Ucrânia entrou numa guerra que não poderia vencer.

Bolsonaro e Milei fariam o mesmo que Zelensky.

Ambos engajariam seus países em uma guerra suicida em troca dos afagos e dos dólares de um presidente dos EUA.

A Ucrânia recebeu, em troca da aliança com Washington, mortes, destruição e ditadura.

Zelensky foi usado para agredir a Rússia e depois abandonado.

O acordo de paz foi firmado entre Trump e Putin, o fantoche ucraniano sequer foi consultado.

Artigos Relacionados

Comentários Sobre Conjuntura Internacional, por Marcelo Zero

Essequibo i. Dizer que a questão de Essequibo é uma agenda de Maduro ou do chavismo seria a mesma coisa que afirmar que a questão...

Manifesto Paraíso Brasil

Paraíso Brasil é movimento coletivo, vivencial e de conhecimento. Se refere à experiência de cada pessoa no Brasil, e à coletividade desta experiência. A...

O Paradoxo do Governo Lula: Indicadores Econômicos e Sociais Relevantes, mas Não Consegue Comunicar Isso ao Povo

O prefeito do Recife, João Campos, reconhecido pela excelência no trabalho de comunicação do seu governo, em entrevista ao programa Roda Viva (ver vídeo),...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Em Alta!

Colunistas