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Sobre Ciro, Lula e o Denominado Campo Progressista em 2026

Comentários Redação Paraíso Brasil 

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Depois da campanha de 2022 ficou muito difícil para o Ciro conquistar simpatias eleitorais na esquerda: ele foi muito anti PT em 2022, e, como se tem visto nos últimos 23 anos:

  • O antipetismo, apesar de exercer  influência no processo eleitoral, não tem tido muitas chances de vitória, pelo menos nas disputas para presidente do país;
  • A não ser na base do golpe ou comprando o juiz.

A campanha de Ciro, em 2020, foi um verdadeiro show de horrores:

  • Como um homem “tido como inteligente” (como ele) embarcou na, ontologicamente “quase impossível” terceira via?;
  • Vá entender a alma humana…

Isso não quer dizer que só poderiam e/ou podem existir duas opções disputando a hegemonia do poder no Brasil: ou ser Lula (“campo progressista”), ou ser Bolsonaro (“extrema direita”).

Se ele (Ciro Gomes) ou qualquer outro, tivesse tentado construir alguma coisa fora desses dois polos – lulismo ou bolsonarismo -, em 2022, uma terceira opção viável de candidatura, para ter qualquer chance de vitória, pressupunha uma visão dinâmica do cenário – pensada para frente – pro futuro: ou seja, “não ter chances reais em 2022″, mas procurando construir uma corrente que se posicionasse em condições de disputa mais para frente.

Em 2026? 2030?, não se sabe:

  • Mas num momento no qual esses dois polos já estejam desgastados, enfraquecidos;
  • Ou eventualmente fora do radar por outras razões quaisquer.

Aí pode ter sido o erro, crasso, do Ciro – em 2022 ele fez uma campanha no estilo “tudo ou nada” – “é agora ou nunca”:

  • Campanha na qual ele tomou caminhos terríveis e que acabou se revelando pífia, com resultados também pífios;
  • Esse foi o erro dele, querer disputar 100 metros rasos em vez de uma maratona.

Enfim, pelo que se vê até o momento, talvez em 2026, afinal, pudesse se configurar uma chance concreta, ao Ciro, se ele tivesse se posicionado estrategicamente pensando em viabilizar o seu futuro, lá atrás em 2022:

  • Mas não se posicionou;
  • Muito pelo contrário, detruiu tudo o que ele havia conseguido fazer em 2018, e mais um pouco.

No entanto, se aceitarmos a tese de que não há nenhuma alternativa ao que hoje se denomina como “campo progressista” (leia-se, Lula ou quem quer que ele queira no lugar dele) e ao seu oposto, o bolsonarismo, então estamos perdendo nosso tempo de pensar o futuro com possibilidade de se estabelecer um governo que busca a soberania para se desenvolver e atender os anseios e as necessidades do seu povo, alinhado com grandeza do Brasil.

Ainda mais, porque tudo pode mudar se o Lula e Bolsonaro não vierem a disputar as eleições de 2026:

  • Possibilidade bastante real e que seria o momento ideal para o Ciro estar apto a se colocar com chances reais;
  • Se para vencer ou não, não sabemos, mas ao menos, para se colocar na disputa com chances reais de vitória.

Mas, para isso, Ciro deveria ter se consolidado num partido capaz de lhe dar suporte ao longo desses últimos anos, o que ele não fez, visto que embarcou naquela campanha vulgar de 2022 e implodiu essa possibilidade.

Mas sejamos francos, Ciro nunca construiu partido ou movimento algum: sempre foi candidato de si mesmo, por vários partidos, mas sempre dele mesmo, de forma mais personalista e menos partidária.

Mas, voltando à questão da polarização e as chances de Ciro, no atual contexto político, as perguntas que devem ser feitas são: será que o que une os dois lados da polarização são suas lideranças? E mais:

  • Saindo Lula e Bolsonaro do processo eleitoral, os dois lados tendem a fragmentação?;
  • Unindo-se, talvez de novo, em dois lados só em um segundo turno?

É bem provável que, saindo Lula e Bolsonaro do páreo, os campos do bolsonarismo e do lulismo continuem, por meio de “interpostas pessoas”, a promover a polarização:

  • E uma “terceira via” só tem chances reais de ascender politicamente se for do lado da direita neoliberal, que deve investir num candidato liberal “sem vínculos aparentes” com a extrema-direita;
  • Portanto, ou Ciro (ou qualquer outro “desenvolvimentista”, se assim podemos considerá-lo) disputa espaço no campo progressista, atualmente hegemonizado pelo lulismo, ou ficará no limbo.

Essa observação decorre do fato que, com a saída de Bolsonaro e de Lula, abre-se o espaço para uma disputa entre os personagens que gravitam no entorno de ambos os pólos, os quais, com certeza, não entrarão em acordo:

  • Fazendo com que a disputa seja levada para as urnas;
  • Possivelmente com pelo menos três deles disputando a prevalência em cada um dos polos.

Neste caso, Ciro candidato (?) aumenta as chances de sair vencedor, se lançado pelo campo progressista.

Inclusive, porque até mesmo Lula pode enfrentar dificuldades para ser ele próprio o candidato do campo progressista:

  • Afinal, hoje temos o arcabouço fiscal e a situação do país está praticamente ingovernável, com um domínio amplo dos ditos valores conservadores na sociedade;
  • E Lula não tem mais, como no passado, o boom das commodities.

Sem dinheiro, não se governa. E Lula vai ter menos dinheiro para governar em 2025 e 2026 do que o pouco que já teve nos últimos anos.

Então, Ciro precisa entender que é imprescindível (ou no mínimo estratégico) superar a mágoa que tem, e dar limites a alguns dos seus “pitbulls“, que só afastam apoios, xingando todo mundo.

Se quiser ressurgir como opção viável:

  • Ciro deve colaborar para a definição de um programa mínimo de governo, suprapartidário, sem vínculo com campanha eleitoral;
  • E, uma vez definido esse programa mínimo, o candidato surgirá naturalmente.

O País precisa de um programa mínimo que resgaste o espírito das “Reformas de base”. Todo esse ano de 2025 deveria ser dedicado a isso:

  • Apenas dessa forma é possível disputar a hegemonia com Lula;
  • Sem colocar Lula no centro do debate, isto é, deslocar o centro do debate de Lula para o programa;
  • Inclusive o próprio Lula precisa fazer isso, para se consolidar, mais uma vez como opção viável.

Ciro, que agora basicamente só faz xingar Lula, afasta eleitores e, sem o apoio destes, não é possível, nem de longe, pensar na possibilidade de vitória.

Para haver possibilidade de alternância e a eleição de uma via de “oposição” no próprio campo progressista, é necessário que esta se fundamente na esperança de mudança, e a mudança que se apresenta como exigência para o momento é:

  • Nada tem sido feito no governo Lula para mudar o rumo do “barco” da governança do Brasil em direção ao porto do mercado;
  • Nada – as privatizações da Eletrobras, BR Distribuidora, a autonomia do BACEN, o malfadado tripé – tudo está mantido.

Em síntese: Ciro já errou demais, mas ainda pode ser uma opção para o campo progressista. Mas o que o Brasil precisa, mesmo, é de um programa que nos liberte das garras do capital transnacional ancorado no financismos e não no trabalho e na produção.

É por meio de um programa mínimo, à luz do que foram as “Reformas de base”, que se pode chegar ao povo e ir em busca de apoio.

A ação no campo progressista deve ser centrada na defesa de um programa mínimo e, é possível (?), com a entrada do Requião no PDT, que isso venha acontecer.

Mas, esse programa, baseado no desenvolvimentismo, não pode ser personalizado, seja em Requião, seja em Ciro, seja em Lula, ou qualquer outra personalidade, ou até mesmo, apenas em partidos, no PDT, no PT… esse programa tem que ser encabeçado por setores da sociedade civil.

Os partidos com raízes no Trabalhismo não podem mais continuar do jeito que estão, apenas passando o pano no que a direita fez no(s) governo(s) anterior(e)s e tentando recuperar alguma parte (ínfima) dos prejuízos sociais e precariedade nas relações de trabalho.

Há um tempo certo debaixo do sol para que tudo possa  amadurecer.

Já passou da hora do Brasil ser apontado apenas como um país do futuro, e isso tem que ser encampado por amplos setores da sociedade civil, para que ocorra a construção de uma vontade coletiva capaz de reimplantar o nosso Projeto Nacional e fazer o Brasil Potência: o Movimento Paraíso Brasil, como partícipe desse processo, empunha essa bandeira.

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