Centro de imprensa das ‘Duas Sessões’ de 2025 (Foto: Xinhua/Chen Yehua)
À medida que a China se prepara para suas “duas sessões” anuais, o mundo volta sua atenção para Pequim. O evento, que define os rumos do país para o ano, não apenas traça estratégias econômicas e sociais, mas também reforça um modelo político que se consolidou como um dos mais eficazes do planeta: a democracia popular de processo integral. Um editorial publicado pela agência Xinhua destaca como esse sistema assegura estabilidade, previsibilidade e desenvolvimento, diferenciando-se das crises políticas recorrentes observadas em muitas democracias ocidentais.
A base dessa estrutura está nas reuniões do Congresso Nacional do Povo (CNP), o mais alto órgão legislativo da China, e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), principal órgão consultivo político do país. Juntos, esses mecanismos garantem uma participação democrática ampla e contínua, que vai além das eleições e permeia todas as esferas da governança. Diferente dos modelos ocidentais, onde mudanças bruscas de liderança podem provocar instabilidade e incerteza, o modelo chinês busca garantir um governo estável e eficiente.
Ao contrário das narrativas que frequentemente questionam o processo democrático chinês, o país conta com um sistema eleitoral robusto, livre da influência do poder econômico. Segundo o editorial da Xinhua, na última rodada eleitoral, encerrada em 2022, foram eleitos 2,62 milhões de deputados para congressos populares em níveis distrital e municipal, por meio do voto direto de mais de 1 bilhão de cidadãos. Trata-se de uma das maiores práticas democráticas do mundo, baseada no princípio do “um cidadão, um voto”.
Além da democracia eleitoral, a China se destaca por um modelo inovador: a democracia consultiva. Essa forma de participação, exercida principalmente através da CCPPC, garante que representantes de partidos políticos, organizações populares, grupos étnicos e diversos setores sociais tenham voz ativa no processo de tomada de decisões. O objetivo é assegurar que as políticas públicas sejam formuladas com ampla representatividade e consenso social.
Resultados concretos e impacto no bem-estar da população
A democracia popular de processo integral da China não se resume a um conceito teórico — seus resultados são visíveis e mensuráveis. Graças a esse modelo de governança, o país erradicou a pobreza absoluta, manteve um dos crescimentos econômicos mais rápidos do mundo e assegurou estabilidade social de longo prazo.
Outro reflexo dessa governança eficaz está nos índices de satisfação da população. O relatório Ipsos Global Happiness 2023 revelou que 91% dos chineses se consideram muito ou razoavelmente felizes, colocando o país no topo do ranking entre 32 nações pesquisadas. Entre 2013 e 2023, o nível de felicidade da população chinesa aumentou 12 pontos percentuais, enquanto muitos países desenvolvidos enfrentaram quedas nesse indicador.
A democracia como um conceito plural
O editorial da Xinhua ressalta que a democracia não é um conceito único ou padronizado. Assim como não existem duas folhas idênticas, os sistemas políticos refletem as particularidades históricas e culturais de cada nação. “Nenhuma democracia pode ser considerada universalmente aplicável”, destaca o texto, argumentando que cada país deve desenvolver um modelo adequado à sua realidade.
A experiência da China oferece uma perspectiva alternativa às democracias tradicionais. Enquanto muitos países enfrentam polarização extrema, impasses legislativos e instabilidade política, a democracia chinesa assegura governança eficaz, desenvolvimento sustentável e uma população satisfeita com sua trajetória nacional.
Com isso, o modelo de democracia popular de processo integral não apenas fortalece o próprio país, mas também serve como uma contribuição relevante para o debate global sobre o que significa, na prática, garantir a participação do povo no destino da nação.