Cadastre-se Grátis

Receba nossos conteúdos e eventos por e-mail.

Financeirização Econômica Global em Risco com Final da Guerra na Ucrânia

Mais Lidos

Foto BBC

O perigo passa a rondar os grandes fundos de investimentos internacionais que atualmente garantem a reprodução ampliada de capital especulativo no processo de financeirização global, caso o presidente Donald Trump tranque o cofre do tesouro americano para não financiar guerra da OTAN na Ucrânia, na tarefa, que parece inglória, de tentar derrotar a Rússia.

Chega ao fim o papel da dívida pública americana como base da multiplicação dos investimentos especulativos, financiando indústrias armamentista, sustentáculo do Deep State, capaz de bancar a máquina bélica e espacial do império, reprodutor da acumulação capitalista acelerada.

Se Trump dá um breque nesse processo, vende ao mercado a expectativa de redução dos lucros especulativos que animam a financeirização.

Como a economia capitalista vive de expectativa, onde ocorreria, então, a reprodução do capital sobreacumulado, que não consegue se dar na produção de bens e serviços, já que haveria, se fosse deslocado para aumentar a oferta, frente a insuficiência de demanda, jogando a economia na deflação?

A indústria de guerra, que representa vanguarda tecnológica a se espalhar para os demais setores relacionados ao consumo popular, acumularia estoques inconsumíveis de mercadorias voltadas à destruição, sem que pudessem ser transformadas em produção de bens e serviços, devido ao perigo de elevar exponencialmente a oferta em relação à demanda, jogando os preços no chão.

MALDIÇÃO MARXISTA

Marx, em O Capital, diz que o capitalismo desenvolveria ao máximo as forças produtivas, entraria em crise e passaria a desenvolver as forças destrutivas, na guerra.

Ora, se Trump, no comando do Estado Industrial e Militar dos Estados Unidos, o mais poderoso da terra, esfria a oferta de produção bélica e espacial, a produção voltada à destruição, que cresceu para tirar da crise as forças produtivas, joga a economia de guerra, motor do capitalismo, na crise de realização de lucros.

Volta-se, justamente, à etapa anterior à crise liberal de 1929, colapso do laissez faire, geradora de deflação.

Para salvar o sistema capitalista em 1929, nasceu o keynesianismo, para usar o Estado forte capaz de puxar a demanda global, mediante emissão de moeda estatal inconversível inflacionária.

A dívida pública, no modelo estatal keynesiano, cresce, dialeticamente, no lugar da inflação, ocultando-a, para evitar deflação/hiperinflação.

Como disse Keynes, a opção pela deflação é um erro eterno.

A inflação aleija, mas a deflação mata.

O capitalismo pós 1929 é o oposto do capitalismo que vigorou sob equilíbrio orçamentário – déficit zero ou superávit fiscal neoliberal – como prega, hoje, como solução a Faria Lima.

Na prática, retorna-se ao padrão ouro, durante o império inglês, animado pela libra esterlina.

Voltar ao equilíbrio orçamentário, como diz o marxista Lauro Campos, em “A crise da ideologia keynesiana”, Editora Boitempo, 2ª edição, 2012, é retornar ao útero materno, só Freud explica.

RETORNO AO PASSADO COMO ANTISOLUÇÃO

Com o protecionismo trumpista, o presidente americano tenta voltar ao século 19, pré-Keynes, ao equilibrismo orçamentário, do qual os Estados Unidos fugiram para se tornar a grande potência global, usando emissão de dólar para gerar superávit financeiro com o qual bancava inflação e juros baixos para combater a inflação, realizando déficit comercial.

A manobra americana pós 1929 e, especialmente, pós segunda guerra, quando o dólar se torna referência internacional, tomando o lugar da libra esterlina inglesa, foi apostar no recado que Keynes deu a Roosevelt, em 1936:

“Penso ser incompatível com a democracia capitalista que o governo eleve seus gastos públicos, exceto em condições de guerra. Se os Estados Unidos se INSENSIBILIZAREM para a preparação das armas, aprenderão a conhecer sua força.”

Artigos Relacionados

Comentários Sobre Conjuntura Internacional, por Marcelo Zero

Essequibo i. Dizer que a questão de Essequibo é uma agenda de Maduro ou do chavismo seria a mesma coisa que afirmar que a questão...

O Paradoxo do Governo Lula: Indicadores Econômicos e Sociais Relevantes, mas Não Consegue Comunicar Isso ao Povo

O prefeito do Recife, João Campos, reconhecido pela excelência no trabalho de comunicação do seu governo, em entrevista ao programa Roda Viva (ver vídeo),...

Santa Cruz Futebol Clube: 111 Anos de Paixão e Também De Uma Raça que Não tem Medo de Fumaça e Não Se Entrega Não!

https://youtu.be/qT1DyVzTubA?si=kxPDtIz9ZEUxo19g A mística do time capaz de superar qualquer dificuldade e reerguer-se quando parecia impossível junto com os mais pobres da sociedade, foi forjada nos...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Em Alta!

Colunistas