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Novo Aumento da Selic: Decisão Completamente Fora da Realidade e um Desserviço Ao Desenvolvimento do Brasil

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A elevação da taxa básica de juros (Selic), em um cenário de desaceleração econômica e queda da inflação, revela uma desconexão entre as decisões do Banco Central e a realidade vivida pela maioria dos brasileiros.

A justificativa de combater pressões inflacionárias futuras ignora os impactos negativos que juros elevados impõem sobre o crescimento econômico e também sobre a geração de empregos e a capacidade do governo de investir em áreas essenciais para reduzir desigualdades: desconsiderando o desastroso impacto dessa decisão na vida do povo brasileiro.

Com os juros mais altos, o crédito fica mais caro para consumidores e empresas, e isso significa que, tanto as famílias – que precisam financiar um carro, uma casa ou até mesmo pagar dívidas do dia a dia – encontram dificuldades crescentes, como também, os Pequenos negócios – que dependem de crédito para investir e crescer – vão enfrentar custos ainda mais insustentáveis:

  • Levando à retração do mercado de trabalho, aumentando o desemprego e diminuindo o consumo das famílias;
  • Travando, assim, a economia.

Além disso, a manutenção da Selic em patamares elevados encarece o custo do capital para investimentos produtivos das Grandes empresas, que adiam projetos de expansão:

  • Resultando em menos inovação, menor competitividade e uma economia menos dinâmica;
  • Com setores estratégicos, tais como a construção civil e a indústria, que dependem de financiamento, sofrendo quedas na demanda, o que afeta diretamente a geração de empregos formais.

Ou seja, enquanto outros países utilizam políticas monetárias e fiscais para estimular o crescimento, aqui no Brasil, de forma contraditória, a política de juros elevados restringe a economia e dificulta o desenvolvimento de um mercado interno robusto:

  • Fazendo com que o país, que já enfrenta dificuldades estruturais para crescer de forma sustentada, aprofunde seus problemas;
  • Principalmente, em função de sua menor capacidade de investimento público em infraestrutura e serviços essenciais para a população,  decorrente do efeito perverso dos juros altos sobre as contas públicas.

Dessa forma, em vez de direcionar recursos para hospitais, escolas, estradas e segurança pública, o governo é forçado a destinar uma fatia maior do orçamento para o pagamento de juros da dívida:

  • Tornando o Estado menos eficiente na oferta de serviços essenciais à população;
  • O que concorre para perpetuar o ciclo da desigualdade social e econômica estabelecida no país.

Resta claro, que os grandes beneficiários dessa política são apenas os investidores do mercado financeiro, que lucram com títulos públicos e outros ativos atrelados à Selic:

  • Enquanto a maior parte da população paga a conta;
  • Tendo dificuldades no acesso ao crédito e com menor crescimento dos salários e precarização do mercado de trabalho.

Em síntese, a política de juros elevados tem contribuído para aumentar a concentração de renda no Brasil, um país que já figura entre os mais desiguais do mundo, e a transferência de recursos do setor produtivo e do governo para os rentistas – compromete, cada vez mais, a capacidade do país de construir um modelo econômico mais inclusivo e sustentável.

Enfim, o novo aumento da Selic não apenas desconsidera a realidade da economia brasileira, como também aprofunda os desafios enfrentados pelo país:

  • E a manutenção de uma política monetária restritiva, em um contexto que exige estímulo ao crescimento, representa um entrave ao desenvolvimento nacional;
  • Prejudicando tanto o setor produtivo quanto a população mais vulnerável.

Assim, o Brasil que já enfrenta um processo de desindustrialização precoce, com a política de juros altos acelera esse cenário, e, com financiamento caro e demanda interna enfraquecida, muitas indústrias optam por reduzir sua produção ou até mesmo fechar as portas:

  • Além disso, com a Selic elevada, Grandes empresas preferem aplicar seu capital no mercado financeiro, em vez de investir em inovação, tecnologia e geração de empregos;
  • Afinal, por que correr o risco de empreender se os títulos públicos e aplicações atreladas aos juros garantem ganhos elevados sem esforço?

O resultado é uma economia menos produtiva e mais dependente da exportação de commodities, um modelo que gera poucos empregos e limita o desenvolvimento do país, sendo imprescindível compreender, que:

  • O novo aumento da Selic não tem justificativa diante da realidade econômica brasileira, visto que, em vez de frear a inflação – que já mostra sinais de controle –, a medida trava a produção, encarece o crédito e impede a geração de empregos (ver aqui);
  • Situação que poderia ser resolvida com a adoção de abordagens mais equilibradas para promover o crescimento e reduzir as desigualdades, como adotadas em outros países, utilizando políticas monetárias expansionistas, investimentos públicos em infraestrutura, reformas estruturais e medidas setoriais para controlar a inflação.

O Brasil tem enorme potencial para crescer com produção, inovação e trabalho – mas, para isso – é essencial a implementação de uma política de juros que esteja a serviço do desenvolvimento nacional (ver aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) e não dos  interesses do mercado financeiro!

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