A privatização de ativos estratégicos (aliada à dependência excessiva do capital especulativo) iniciada ainda de forma embrionária sob a denominação de programa de desestatização com João Baptista Figueiredo, começou a ser efetivamente implementada por Fernando Collor e foi estratosfericamente intensificada por Fernando Henrique Cardoso, sendo novamente aprofundada por Temer e Bolsonaro – resultando na vulnerabilidade da economia e no agravamento das desigualdades sociais no Brasil.
Ainda é muito recente a grande investida de desmonte econômico perpetrada pelo desastroso governo bolsonaro, que intensificou a financeirização da economia em detrimento da produção e do emprego, congelou investimentos públicos e promoveu a precarização do trabalho, acelerando também o processo de desindustrialização, negligenciando, assim, o crescimento sustentado e a soberania econômica do país.
No entanto, apesar dessa herança maldita, os sinais atuais de recuperação da economia são evidentes. Sob a batuta de Lula o Brasil voltou a crescer, o desemprego está em queda (ver aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui) e a confiança econômica está sendo gradualmente restabelecida.
Esse movimento não é obra do acaso, mas resultado de políticas econômicas bem direcionadas que priorizam o desenvolvimento sustentável, a geração de empregos e a redução das desigualdades.
Os dados apontam para uma queda consistente na taxa de desemprego, acompanhada pelo aumento de postos formais de trabalho, impulsionados por medidas como a valorização do salário mínimo (que fortalece o poder de compra da população) e a expansão de programas sociais (que dinamizam o consumo interno).
Além disso, a volta dos investimentos em infraestrutura e o fortalecimento da indústria nacional também têm desempenhado papel essencial na reabsorção da mão de obra.
Nesse contexto, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tem apresentado crescimento acima das projeções iniciais:
- Refletindo o reaquecimento da demanda interna, da ampliação do crédito e da retomada dos investimentos em setores estratégicos;
- E o Brasil está voltando a se destacar como um país atrativo para investimentos estrangeiros, reforçando sua credibilidade internacional e criando a possibilidade de um ciclo virtuoso de crescimento.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ressurge como um instrumento vital para impulsionar a infraestrutura e a indústria nacional. Com foco em obras estruturantes e modernização tecnológica, contribuindo diretamente para a geração de empregos qualificados e para o fortalecimento da economia real. Além disso, o incentivo à reindustrialização está colocando o Brasil em um caminho de maior autonomia produtiva e redução da dependência de importações.
Enfim, os avanços econômicos recentes demonstram que o Brasil está no rumo certo:
- A combinação de crescimento do PIB, geração de empregos e retomada da confiança aponta para a estruturação de um país mais forte e resiliente;
- No entanto, para consolidar essa trajetória, é essencial implementar políticas que promovam o desenvolvimento inclusivo e sustentável.
O principal desafio agora é garantir que esse ciclo de crescimento beneficie toda a população, reduzindo desigualdades e fortalecendo a economia nacional – de forma estrutural e duradoura – o que, necessariamente, reivindica a libertação da economia brasileira das amarras do financismo e do capital improdutivo:
- Afinal, sem soberania sobre o câmbio e com a atual política monetária restritiva exercida pelo Banco Central, o Brasil seguirá refém dos interesses externos;
- Incapacitado de traçar seu próprio caminho rumo ao pleno desenvolvimento (ver aqui).
O fato é que o rentismo apenas favorece ganhos especulativos em detrimento do investimento produtivo e precisa ser contido por meio de políticas que estimulem a produção industrial, a inovação tecnológica e o financiamento do setor produtivo:
- Isso passa, impreterivelmente, pela redução da taxa Selic;
- E, também, pela capacidade do governo para escolher onde, como e quando investir – de acordo com o que for necessário para atender os interesses da nação – livre de regras, como o arcabouço fiscal, que limita os gastos públicos em infraestrutura, educação e saúde, para o pagamento de juros injustificáveis de uma dívida não auditada.
Portanto, para consolidar a recentemente bem sucedida trajetória de retomada do crescimento e fortalecimento econômico do país, a prioridade do Governo, a partir de agora, deve ser a construção de um modelo de economia que gere valor real, empregos e desenvolvimento social – priorizando a produção, a inovação e a inclusão social – formatando uma estrutura socioeconômica menos vulnerável às investidas do capital transnacional e à ação dos entreguistas.
O Estado tem um papel essencial nesse processo e precisa voltar a assumir a condução do desenvolvimento nacional de forma sustentável e soberana – livre dos interesses do mercado financeiro – e colocando a dignidade e a justiça social no centro de um projeto de sociedade em benefício do bem-estar de toda a população.