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Mercado Quer Eleição Com Privatização

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Foto PT

As privatizações poderão ser aceleradas em 2025 de modo a permitir arrecadação de recursos para fechar contas públicas em aberto por despesas maiores que receitas, segundo prevê Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO).

Para o mercado, elas serão necessárias, para complementar o aperto fiscal mais duro para alcançar a meta de déficit zero em 2025 e superávit fiscal de 0,25% a 0,5% do PIB, em 2026, conforme prevê o PLDO.

Vai ser um aperto federal, se forem confirmadas as projeções dos técnicos da Fazenda.

Em cima desse quadro, a equipe econômica faz projeções mecanicistas de curto prazo desvinculadas de qualquer avaliação política, especialmente, em ano eleitoral, incompatível com a discussão meramente técnica das contas públicas, excluindo-as do contexto social em que se desenvolvem.

O próximo presidente, que começa gestão em 2027 receberá caixa baixo, na casa de R$ 50 bilhões a R$ 65 bilhões.

Uma merreca, andando de quatro, rendido totalmente ao mercado financeiro.

Os programas sociais serão sacrificados no ajuste fiscal do teto de gastos sintonizado com a linha neoliberal, como defende o mercado financeiro, para que o superávit fiscal seja alcançado pela primeira vez no terceiro mandato do governo Lula.

É uma posição técnica sintonizada com mercado financeiro contra a posição política que deverá conduzir o governo em ano eleitoral.

Dificilmente, haverá recursos para acelerar a economia, se, em ano eleitoral, o governo tiver de fazer não equilíbrio, mas superávit orçamentário.

Superávit fiscal = vitória do setor financeiro contra o setor produtivo, desemprego, redução de arrecadação, crise.

PRIORIDADES INVERTIDAS

A prioridade do governo, se as projeções dos técnicos neoliberais da Fazenda forem implementadas, ficaria explícita: o mercado é soberano em relação aos interesses de classes que conduzem a sociedade capitalista brasileira.

O caráter financista do governo ficaria explícito.

LIQUIDAR PATRIMÔNIO PARA PAGAR DÍVIDA

Nesse contexto, elaborado nos gabinetes da Febraban e da Faria Lima, onde se discute economia fictícia descolada do mundo real, a recomendação do mercado é vender patrimônio público para liquidar posições negativas.

A banca seria negociadora dessa liquidação, evidentemente, para dar as coordenadas da política econômica no processo de financeirização da economia.

Liquidar patrimônio para liquidar déficit orçamentário, transformando-o em superávit primário – receitas maiores que despesas liquidadas em leilões de privatizações.

Seria a definição política em favor da agenda do mercado em contraposição à agenda social em ano eleitoral.

Rendição total da política diante da tirania financeira.

A tensão política estouraria em tempo eleitoral.

Seria ou não caminhar para derrota eleitoral, indagam as bases de esquerda do PT e aliados progressistas interessados em uma agenda social forte para ganhar eleição?

Seria politicamente correto canalizar o esforço nacional para alcançar superávit orçamentário para pagar juros e dividendos da dívida pública a juro de 14,5% ao ano e deixar de lado a agenda social, destruindo as forças produtivas?

LÓGICA DO ESTRANGULADOR ECONÔMICO

O mercado aperta o pescoço do governo e exige austeridade em ano eleitoral, o que pode ser caso único na história política e econômica brasileira.

O superávit fiscal de 0,5% do PIB proposto pelo ministro Fernando Haddad colocará a economia no ritmo de crescimento de 2% a 2,5% do PIB.

Não será suficiente para produzir a arrecadação prevista para cobrir o superávit fiscal de 0,5% do PIB, necessário ao pagamento de juros e dividendos da dívida pública.

A relação dívida/PIB, na faixa de 82%, radicaliza a posição do mercado financeiro em favor de arrocho fiscal em ano eleitoral para alcançar o superávit fiscal.

A Faria Lima joga suas fichas na nova era de superávit fiscal.

Isso significa redução da expectativa de crescimento, da renda, do emprego, da produção, do consumo e do aumento de arrecadação.

Bancarrota do silogismo capitalista produtivo e ascensão do capitalismo totalmente financeirizado.

Portanto, o aumento da arrecadação que o governo necessita para fazer o ajuste desejado pelo mercado de 0,5% de superávit fiscal em ano eleitoral não virá da atividade econômica sustentável, mas de outra procedência.

PRIVATIZAÇÃO DOMINA AGENDA ECONÔMICA

O mercado aponta para a liquidação de patrimônio público – privatizações – para levantar recursos para pagamento de juros e dividendos selic de 14,25%.

A privatização, forçada pelo mercado, interessado em fazer liquidez rápida com patrimônio público, com manipulação de ações na bolsa, tende a se tornar o assunto econômico mais relevante para o mercado financeiro que controla o noticiário da mídia privada corporativa.

Não é à toa que o presidente Lula disse que é um milagre que a economia esteja no positivo, no seu terceiro mandato, tendo que jogar com a tirania financeira da Faria Lima que não deixa a economia crescer.

Essa é a batalha política de Lula na eleição presidencial de 2026.

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