Foto Agência Brasil
Esse show midiático organizado pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União – entidades públicas bichadas pelo golpista direitista bolsonarista – tem endereço: desgastar o Governo Lula.
O episódio das fraudes, segundo a própria PF, ocorreu entre 2019 e 2022, ou seja, durante o governo fascista ultradireitista, aliado do trumpismo protecionista imperialista nacionalista.
Nada foi feito para barrar essa corrupção de promover descontos ilegais nas rendas dos aposentados, sem autorização deles.
O resultado, no plano econômico, é o roubo da poupança popular.
Ele afeta brutalmente o crescimento econômico sustentável, submetido ao modelo neoliberal, bancado por juros de agiota, em dobradinha entre BC e Faria Lima, para cortar gastos sociais e facilitar a acumulação rentista bandida, em nome do combate à inflação.
O vazamento da notícia e a mobilização espetaculosa ocorrem em véspera de eleição presidencial e, certamente, buscam complicar a vida do governo, que está com sua governabilidade ameaçada por um Congresso semi presidencialista ou parlamentarista, inconstitucional, movido a emendas parlamentares, para frear o presidencialismo constitucional em vigor.
É puro golpe parlamentar, jurídico, midiático, sequência do que se desenrolou a partir de 2016, para derrubar o governo constitucional de Dilma Rousseff, do PT.
CORTINA DE FUMAÇA
Evidentemente, não se trata de encobrir corrupção, tanto que o presidente Lula demitiu a cúpula do INSS e toda a estrutura institucional que cerca sua atividade está sob investigação.
Quem tiver culpa no cartório vai cair.
Mas, sobretudo, trata-se de uma cortina de fumaça, encenada com timing pretensamente certeiro, o que está em jogo.
Os adversários do governo, incrustados na institucionalidade dominada pelo pensamento neoliberal, não visam outro objetivo senão tirá-lo do poder, em 2026, envolvendo em escaramuças, com ampla divulgação na mídia corporativa, rendida ao neoliberalismo.
Querem no lugar do presidente Lula um candidato da direita, apoiado pela ultra direita, ou vice versa, conforme as circunstâncias mais adequadas, para viabilizar a volta da corrupção que vigorou, à larga, no tempo fascista.
O governo Lula não teria nada a perder, se tivesse de enfrentar uma investigação, tipo CPI, no período de 2019 e 2022 em que se deram os processos que agora a PF divulga com todo o estardalhaço.
Os golpistas continuam atrás das cortinas.
O poder midiático golpista coloca nas manchetes os desmandos que sugerem indiretamente entender que o governo Lula continua patrocinando a corrupção, que foi iniciada por Bolsonaro.
Querem induzir que Lula e Bolsonaro são farinha do mesmo saco.
A luta é política e está em jogo a disputa do poder, no próximo ano, em que Lula tentará a reeleição, como candidato que contraria, especialmente, a direita internacional, capitaneada por Donald Trump.
O objetivo trumpista é colocar no poder em cada país latino-americano um aliado, tipo Javier Milei, da Argentina.
Os antecedentes dessa manobra golpista de agora são o Mensalão, a Lava Jato, o golpe neoliberal contra Dilma Rousseff e o impedimento da candidatura de Lula em 2018, tudo articulado por uma institucionalidade jurídica e política tupiniquim, mancomunada com o Departamento de Justiça dos Estados.
O objetivo é conhecido: impedir a esquerda de governar o país, com a utilização de uma burguesia, aliada de Washington, sempre empenhada em financiar um Congresso para dificultar governabilidade progressista e a sustentação de uma política econômica concentradora de renda e promotora de desigualdade social.