Por Redação Economia
28/04/2025 | Tribuna da Imprensa online.
Durante séculos, o Brasil foi descrito como a terra da abundância.
Mas a verdade é que, à medida que nossas cidades cresceram, o interior profundo do país ficou à margem do progresso.
Hoje, com a emergência climática batendo às portas, somos chamados a olhar para dentro, para o nosso território adormecido, e reencontrar nele a força para um novo ciclo de crescimento — mais inteligente, sustentável e inclusivo.
Árvores são fábricas de água. Biomas como a Mata Atlântica, o Cerrado e o Pampa Gaúcho são, cada um a seu modo, reservatórios naturais de carbono, biodiversidade e vida.
Recuperá-los não é apenas uma missão ecológica: é uma oportunidade econômica concreta.
O mercado de créditos de carbono cresce no mundo inteiro, e o Brasil, detentor de alguns dos ecossistemas mais ricos do planeta, pode liderar essa nova fronteira com a inovação das CPRs Verdes.
Mas podemos ir além.
Podemos pensar grande.
Imagine uma ferrovia moderna, verde e pulsante, saindo da histórica Estação Leopoldina no Rio de Janeiro, tangenciando o Arco Metropolitano, atravessando o interior de Minas Gerais, cortando o sertão nordestino até Teresina (Piauí) e retornando em direção ao Tocantins — onde jazem enormes reservas de minério de ferro ainda pouco exploradas.
Ao longo dessa ferrovia, gares se transformariam em centros de vida rural, oferecendo internet de alta velocidade, energia elétrica, centros de beneficiamento de frutas nativas, estações de reflorestamento e hubs de gestão de créditos de carbono.
Trilhos que não apenas transportam cargas e pessoas, mas que também levam esperança, pertencimento e futuro para os territórios esquecidos.
Do minério do Tocantins poderia nascer uma nova siderurgia verde, produzindo trilhos e trens para sustentar a expansão ferroviária e industrial de todo o Brasil.
Ao invés de exportarmos ferro bruto para depois comprarmos produtos acabados a preços altos, podemos gerar tecnologia e riqueza aqui, enraizada em nossa terra.
Com planejamento técnico, respeito aos biomas e integração inteligente entre produção e conservação, o Brasil real pode se regenerar — e fazer história.
Esta matéria é apenas o início.
A partir de hoje, a Tribuna da Imprensa publicará uma série especial de reportagens, abordando de forma didática e profunda:
– O potencial dos créditos de carbono por bioma brasileiro.
– O funcionamento e as vantagens da CPR Verde.
– O papel estratégico da Mata Atlântica, do Cerrado e do Pampa Gaúcho na recuperação hídrica.
– A nova fronteira mineral e siderúrgica do Tocantins.
– A ferrovia verde: projeto, impacto, viabilidade.
Queremos convidar você, leitor, a caminhar conosco nesse projeto. Vamos redesenhar juntos o mapa da esperança — com árvores, trilhos e a força inabalável do Brasil real.
Vamos fazer o Brasil crescer de vez.