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O Futuro do Refino de Petróleo no Brasil: Equilíbrio Regional, Soberania e Industrialização

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O Brasil se consolidou como um dos maiores produtores de petróleo do mundo, com produção superior a 3,5 milhões de barris por dia.

No entanto, mais da metade desse volume ainda é exportada em forma bruta, enquanto o país importa derivados essenciais tais como diesel, nafta e querosene de aviação.

Essa contradição expõe uma fragilidade: a limitação da capacidade nacional de refino.

Além disso, os recentes estudos do governo e da Petrobrás indicam que a demanda por combustíveis seguirá crescendo nas próximas décadas, especialmente no Norte e Nordeste. 

Portanto, para atender essa demanda e reduzir importações, o Brasil precisa:

  • Concluir projetos de expansão como o da RNEST(Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco);
  • Modernizar refinarias existentes;
  • Atrair investimentos em novas unidades, inclusive privadas e regionais;
  • Integrar o refino a cadeias industriais e à transição energética;
  • E restabelecer uma rede nacional de distribuição que esteja a serviço do interesse público.

Nesse contexto, é importante destacar que a privatização da BR Distribuidora — hoje Vibra Energia — representou uma importante perda estratégica para o Brasil:

  • A BR era a maior distribuidora de combustíveis do país;
  • Com presença nacional e capilaridade essencial para garantir abastecimento equilibrado, estabilidade de preços e integração com a política energética.

Dessa forma, recuperar esse ativo — ou criar uma nova empresa pública de distribuição — deve fazer parte da estratégia para retomar o controle do setor e assegurar que o refino, a logística e a oferta de derivados sigam os interesses da população e do desenvolvimento nacional.

Diante desse cenário, considerando o futuro do setor, é preciso que seja estruturada uma estratégia direcionada para:

  • Ampliar e descentralizar o parque de refino;
  • Garantir a autossuficiência em combustíveis;
  • Estimular o desenvolvimento industrial;
  • E recuperar o controle sobre a logística e distribuição nacional de derivados.

A boa notícia é que há movimentos concretos nesse sentido — e a Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca (PE), é um marco desse novo ciclo de renascimento do refino no Brasil.

Após anos de paralisação e sucateamento, a RNEST está sendo recuperada e ampliada pela Petrobras, e, com a conclusão do Trem 2 até 2029, a refinaria atingirá capacidade de 260 mil barris/dia — o que a tornará uma das maiores e mais modernas do país.

Integrada ao Porto de Suape, com foco na produção de diesel S-10 e derivados de alto valor, a RNEST posiciona Pernambuco como um novo polo estratégico de refino, estabelecendo um potencial para atrair indústrias petroquímicas, fertilizantes e combustíveis verdes — assim como já ocorre nos polos tradicionais da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo:

  • São Paulo abriga as refinarias REPLAN (Paulínia) e RPBC (Cubatão), somando mais de 600 mil barris/dia, integradas ao maior mercado consumidor do país;
  • A Bahia conta com a Refinaria de Mataripe (ex-RLAM), privatizada e operada pela Acelen, com 330 mil barris/dia e projetos em energias sustentáveis;
  • E o Rio de Janeiro concentra a REDUC (Duque de Caxias), com 239 mil barris/dia, além de sedes operacionais e tecnológicas da Petrobras.

A descentralização do refino, com a recente ascensão em Pernambuco e o fortalecimento dos polos já existentes, aponta para um modelo mais equilibrado e estratégico, mas, conforme sugere a associação Refina Brasil, há a necessidade de construção de ao menos 30 pequenas refinarias nos próximos cinco anos — com foco regional e na sustentabilidade.

O Brasil tem tudo para ser autossuficiente em petróleo e também em seus derivados, mas, para isso, é preciso transformar a produção bruta em desenvolvimento industrial, soberania energética e controle da cadeia completa — da extração à bomba de combustível:

  • O petróleo já é nosso — e o desafio agora é fazer com que essa riqueza permaneça aqui;
  • Gerando empregos, tecnologia e segurança energética para todo o país.

Enfim, o Brasil precisa deixar de ser exportador de oportunidades e passar a ser produtor do futuro — com soberania e prosperidade — para sua população, o que exige Equilíbrio Regional, Soberania e Industrialização.

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