A intensificação da disputa entre Estados Unidos, China e União Europeia pela influência na América Latina coloca o Brasil no centro de uma nova dinâmica geopolítica:
- Esse cenário, longe de ser um problema;
- Pode se tornar uma janela estratégica para que o país amplie sua margem de manobra internacional, atraia investimentos e reforce sua soberania.
Nesse contexto, a recente agenda protecionista dos EUA reacende tensões com a China e reconfigura alianças. Nesse contexto, a América do Sul — e em especial o Brasil — volta ao radar como território-chave, transformando o Brasil em peça desejada de um tabuleiro:
- E isso pode ser explorado a nosso favor;
- Desde que haja uma diplomacia ativa e não alinhada automaticamente a nenhuma potência.
O Brasil pode aproveitar o distanciamento comercial entre China e EUA para ampliar o comércio, as exportações e os investimentos sem se submeter. Por exemplo:
- Estimativas mostram que, apenas levando em consideração os dados relacionados a soja e o milho, o Brasil pode ocupar a importante fatia deixada pelos EUA no mercado chinês;
- Paralelamente a isso, os europeus sinalizam com investimentos e maior abertura ao acordo Mercosul-UE, tentando contrabalançar a presença asiática.
Mas, a estratégia deve ser clara:
- Diversificar parcerias, sem cair em dependência;
- Transformando o “leilão de interesses externos” em vetor de fortalecimento interno — com foco na reindustrialização, na inovação tecnológica e na integração produtiva regional.
Ao invés de escolher um lado, o Brasil precisa reafirmar sua vocação histórica pela multipolaridade:
- Afinal, a política externa deve combinar diálogo com todas as potências;
- Em defesa firme dos interesses nacionais.
A hora é de protagonismo e a integração sul-americana, muitas vezes negligenciada, também precisa ser resgatada como plataforma de autonomia regional — tanto econômica quanto política.
Enfim, a disputa por influência não é novidade, mas raramente o Brasil teve tanto poder de barganha.
O desafio está em fazer dessa vantagem uma política de Estado, e não de ocasião: cabe ao Brasil transformar os ventos da disputa global em impulso para um projeto nacional de desenvolvimento soberano e inclusivo.