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O Gás Natural Como Vetor da (Neo)Industrialização Nacional 

Soberania Energética, Política de Preços e o Papel da Petrobrás

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O preço do gás natural no Brasil tem sido considerado “surreal” até mesmo por membros do governo:

  • Essa realidade compromete a competitividade da indústria nacional;
  • Encarece a matriz energética e impede que o país aproveite um de seus maiores ativos – a autossuficiência energética.

A chave para mudar esse cenário está na Petrobrás e em uma política de Estado voltada ao desenvolvimento.

Desde 2016, com a adoção da política de paridade de importação (PPI), os preços internos do gás natural passaram a ser indexados ao mercado internacional e ao câmbio. Isso significa que, mesmo sendo o Brasil produtor de gás, os consumidores e as empresas nacionais pagam valores como se estivéssemos importando todo o insumo:

  • O resultado é a perda de competitividade da indústria;
  • A retração de investimentos produtivos;
  • E o estímulo à desindustrialização.

Diante desse cenário é urgente revisar essa política e adotar uma estratégia que considere os custos internos, a produção nacional e os objetivos de desenvolvimento do país: mas revisar a política de preços é apenas o primeiro passo.

A Petrobrás precisa retomar seu papel de indutora do desenvolvimento nacional, e, dentre outras coisas:

  • Investir na infraestrutura de distribuição;
  • Aproveitar plenamente o gás do pré-sal;
  • Ou seja, colocar o gás natural a serviço da (neo)industrialização do Brasil.

A malha de gasodutos brasileira é limitada e altamente concentrada no Sudeste. Portanto, levar o gás a outras regiões do país — especialmente aquelas com potencial industrial — exige planejamento logístico e investimentos públicos e privados:

  • Uma infraestrutura mais capilarizada permitirá o aumento do consumo;
  • E reduzirá o custo unitário do gás.

Outro ponto crucial é aproveitar plenamente o gás do pré-sal. Atualmente, grandes volumes desse recurso são reinjetados ou queimados pela falta de infraestrutura para escoamento e processamento:

  • Assim, a construção de unidades de tratamento e gasodutos pode transformar o gás associado em energia e insumo para a indústria;
  • Gerando empregos e agregando valor à cadeia produtiva.

O gás natural não é apenas uma commodity: é uma ferramenta estratégica de política industrial e ambiental. Colocar o gás natural a serviço da (neo)industrialização é garantir que o Brasil use sua riqueza para produzir mais, empregar melhor e crescer com soberania.

Nesse contexto, não podemos esquecer que, ao retomar seu papel de indutora do desenvolvimento nacional, a Petrobrás precisa passar a oferecer contratos de longo prazo a preços previsíveis e acessíveis para setores estratégicos, como fertilizantes, vidro, cerâmica, cimento, siderurgia e petroquímica.

Enfim, recolocar o gás natural no centro da estratégia de desenvolvimento é mais do que uma escolha energética – é uma decisão de Estado:

  • É optar por uma política industrial ativa, por empregos de qualidade, por um modelo de crescimento sustentável e soberano;
  • Romper com o ciclo de dependência e retrocesso imposto pelas lógicas do mercado internacional;
  • E afirmar a opção por um Projeto Nacional comprometido com o futuro do Brasil.

O Brasil tem o gás, tem a Petrobrás, tem a necessidade e tem o potencial. Falta apenas a decisão política de transformar esse ativo em alavanca de um novo ciclo de industrialização, desenvolvimento e justiça social.

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