Estamos no terceiro ano do atual mandato do Presidente Lula e o debate sobre a sua sucessão já começa a movimentar os bastidores das eleições 2026:
- Embora o presidente ainda não tenha sinalizado oficialmente se disputará um novo mandato;
- A movimentação de atores políticos, dentro e fora do governo, revela que a construção de uma alternativa de continuidade já está em curso.
Nesse cenário, a possibilidade de uma chapa encabeçada por Lula tendo como vice o jovem e promissor prefeito do Recife, João Campos (PSB) também está sendo posta em debate.
O PSB tem sido um aliado importante nos últimos anos, e Campos reúne atributos que o tornam competitivo em regiões-chave, especialmente no Nordeste, onde Lula já tem ampla aprovação:
- Trata-se de uma aliança que reforça o campo de centro-esquerda e amplia a coalizão lulista;
- Além disso, a gestão na capital pernambucana tem sido bem avaliada, marcada por inovação na comunicação pública e foco em políticas sociais.
A ideia de trazer João Campos para a vice-presidência pode ser estratégica:
- Representa uma ponte geracional dentro do campo progressista;
- E garantiria a Lula, não apenas a condução política do processo, mas o incremento na sua, já capilarizada, capacidade de mobilização popular;
- Agregando a juventude, modernidade e projeção para o futuro de João Campos — inclusive como possível herdeiro político viável para 2030.
Para Lula, Campos pode simbolizar a ideia de um perfil complementar: jovem, dinâmico, hábil no trato político e com forte apelo simbólico — por ser filho de Eduardo Campos e neto de Miguel Arraes, figuras históricas da esquerda brasileira:
- Sua presença em uma eventual chapa em 2026 poderia ser um indicativo de renovação no projeto progressista sem, no entanto, romper com suas raízes;
- Sinalizando continuidade e renovação ao mesmo tempo.
Ademais, lançar João Campos à vice pode ser, também, parte de uma estratégia para prepará-lo para assumir o protagonismo nacional nos anos seguintes:
- Afinal, diferente de nomes como Haddad ou Boulos, que já têm maior exposição nacional, a imagem de Campos ainda está em construção no cenário brasileiro;
- E a vice-presidência seria um espaço ideal para essa transição, com respaldo direto de Lula e da base governista.
Enfim, em um contexto de crescente ameaça da extrema-direita e de fragmentação das forças progressistas, a construção de uma sucessão sólida e pactuada é vital:
- A eventual chapa Lula-Campos pode ser o elo entre o legado e o futuro;
- Entre a força popular do lulismo e a renovação necessária para enfrentar os desafios do Brasil contemporâneo.
A presença do jovem Prefeito do Recife é cada vez mais vista não como aposta, mas como uma realidade no contexto do plano de transição no campo progressista — pensada estrategicamente — com visão de longo prazo.
Se Lula decidir fazer essa opção, pode ter no jovem prefeito do Recife um parceiro estratégico.
João Campos, por sua vez, poderá ser gradativamente alçado para assumir protagonismo no projeto de matriz de centro-esquerda no país.
Aguardemos.