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A amizade do Iêmen para com os palestinos transcende fronteiras e conflitos regionais, está consolidada como um pilar de solidariedade árabe em meio a décadas de adversidades.
Para quem não conhece a história, precisamos lembrar que desde os anos 1960, o Iêmen, mesmo diante de suas próprias crises internas, manteve uma postura inquebrantável em defesa da causa palestina, como temos visto por manifestações massivas em seu território durante o genocídio em Gaza.
Em 2024, o movimento Houthi elevou essa aliança ao declarar o fechamento do tráfego israelense no Mar Vermelho, desafiando potências ocidentais e reforçando laços históricos que unem os dois povos.
Essa simpatia, arraigada na resistência compartilhada contra a opressão, não apenas resiste às pressões externas, mas também cumpre o importante papel de expor a hipocrisia de nações que, enquanto lamentam vítimas em outros conflitos, silenciam diante do sofrimento palestino.
Se países fossem pessoas, eu – em retribuição a você que segue e compartilha o meu trabalho – desejaria que o seu amigo fosse o Iêmen. Um amigo leal e que sabe a diferença entre o “L” de “lacração” e o “L” de luta.
Há pouco mais de um ano, janeiro de 2024, após nove anos de guerra na qual a Arábia Saudita foi derrotada no Iêmen, o movimento Houthi declarou o fechamento do tráfego israelense pelo Mar Vermelho, em solidariedade aos palestinos sitiados em Gaza.
A medida desencadeou uma reação imediata dos Estados Unidos e do Reino Unido, que lançaram campanhas de bombardeios para restabelecer a rota marítima, tentando encobrir o genocídio israelense em Gaza.
No entanto, os ataques ocidentais foram um fracasso. Ineficazes, pouco alteraram a determinação dos Houthis, que mantiveram sua posição estratégica, caracterizada por uma lealdade incomum nos tempos atuais.
Após meses de confrontos, um comentarista britânico admitiu a derrota das forças ocidentais: “Os Houthis derrotaram a Marinha dos EUA”, destacou o Telegraph em agosto de 2024.
O então governo Biden, reconhecendo o fracasso, suspendeu novos ataques.
Contudo, em março de 2025, o governo Trump retomou a estratégia, prometendo “força letal esmagadora” contra os Houthis, acusados de receber apoio do Irã.
A retórica belicista, porém, ignorou a resiliência do grupo, que reiterou seu apoio a Gaza e ampliou ataques a alvos israelenses. Uma humilhação que forçou Trump a fugir.
A campanha de Trump revelou-se tão desastrosa quanto a anterior.
Os Houthis, com apoio iraniano e um arsenal diversificado, neutralizaram drones, mísseis e sistemas de defesa ocidentais, causando perdas bilionárias.
Recentemente, um míssil Houthi atingiu o aeroporto Ben Gurion, em Israel, expondo a fragilidade dos sistemas de interceptação como o Arrow e o THAAD.
A escalada custou a vida de civis, atingidos por “alvos aleatórios” dos EUA e do Reino Unido.
Analistas alertam que os Houthis, enraizados no norte do Iêmen, não serão derrotados por bombardeios.
Sua estrutura híbrida — entre grupo insurgente e exército — e o apoio popular tornam inviável uma vitória ocidental.
A tentativa de mobilizar forças locais contra os Houthis, como fez a Arábia Saudita com a Al-Qaeda, fracassou repetidamente.
Enquanto isso, o custo humano segue crescente: em 2024, conflitos globais mataram mais de 200 mil pessoas, com crianças em Gaza e no Iêmen entre as principais vítimas.
A persistência na militarização só aprofunda a crise.
O genocídio em Gaza, perpetrado sob o silêncio cúmplice de potências ocidentais, exige repúdio internacional urgente.
A solução de dois estados — garantindo soberania palestina e limites aos devaneios messiânicos israelense — é o único caminho para a paz.
Enquanto isso, líderes irresponsáveis como Netanyahu e Trump priorizam confrontos inúteis, civis pagam com suas vidas.
Passou da hora de a comunidade Internacional abandonar a lógica da guerra e abraçar o diálogo, antes que novos conflitos consumam o Oriente Médio e o restante do planeta.
Enquanto isso é apenas o desejo de um pacifista, fica como esperança o reconhecimento do bom exemplo de lealdade do “amigo de verdade”, o Iêmen.
Que você tenha um “amigo Iêmen” para chamar de seu.
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