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O Projeto Circular Do APL De Silva Jardim, por José Carlos de Assis

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José Carlos de Assis
José Carlos de Assis
Economista, doutor em Engenharia de Produção pela UFRJ, professor de Economia Internacional na Universidade Estadual da Paraíba e autor de mais de 20 livros sobre economia política.

No âmbito das iniciativas do movimento “vamos fazer o Brasil grande de vez”, o APL (Arranjo Produtivo Local  de Silva Jardim) pode ser considerado um piloto para inspirar o desenvolvimento de outros arranjos no Estado do Rio e no Brasil.

Coordenado pelo CEO do consórcio Agroinvest/Agroviva, Rodrigo Rocha, promotor do movimento, tem como um dos pilares o empresário Afonso Filho, que concordou em ceder áreas de suas fazendas, nas margens da lagoa de Juturnaíba, para a  construção de uma usina de hidrogênio verde, tendo por subprodutos adubos orgânicos e biofertilizantes.

Trata-se de um dos mais significativos projetos associados ao APL.

 É do tipo circular, que começa na lagoa de Jutunaíba, onde será recolhida a matéria prima para a produção do hidrogênio verde   – grande quantidade de gigogas, taboas e outras plantas aquáticas que hoje constituem fonte de sua poluição.

Os   subprodutos da usina, adubos orgânicos e biofertilizantes, poderão ter grande impacto na produção rural da região.

Enquanto o recolhimento da matéria-prima concorrerá para a limpeza da lagoa e aproveitamento de sua grande vocação turística.

O processamento da matéria prima, portanto, possibilitará que os atuais agentes poluidores sejam removidos da lagoa e voltem a ela como água limpa.

A lagoa já é hoje uma área turística muito visitada em de Silva Jardim, mas pode ter seu potencial nessa área significativamente ampliado quando forem  removidas as citadas gigogas e outras plantas aquáticas que hoje a poluem e que devem ser aproveitadas na usina como matéria prima do hidrogênio verde.

O empresário Afonso de Souza é também proprietário das fazendas “Betel” e “Juturnaíba” e pretende criar uma fábrica de chocolate para utilizar e processar o cacau dos seus 1.600 pés plantados.

E implantará uma fábrica de processamento e beneficiamento dos coágulos de borracha produzidos por suas 60 mil  seringueiras, número que deve chegar a 100 mil.

Atualmente, são extraídas delas 25 toneladas por mês de borracha.

Toda a produção é comprada pela multinacional Michelin.

Ele promove cursos para a formação de trabalhadores nos seus seringais, e investe na pecuária de corte, tendo cerca de mil cabeças de gado nelore.

O APL de Silva Jardim é um exemplo de desenvolvimento sustentável de baixo para cima, mediante articulação de uma economia circular,  gerando a criação de dezenas de empregos diretos e indiretos.

Favorecerá todos os setores econômicos e sociais do município  e de seu entorno.

É que, segundo Rodrigo Rocha, prevê a criação de Escola Técnica para atualização e difusão de técnicas agrícolas, assim como a promoção social e assistência aos produtores rurais em seus projetos.

Além disso, está nos planos do consórcio Videirainvest/Agroviva fomentar a criação de um Centro Agroindustrial para o processamento dos produtos agrícolas da região.

Ainda segundo o promotor do movimento “vamos fazer o Brasil crescer de vez”, o estímulo à organização de Arranjos Produtivos Locais e Regionais, em maior escala, implica geralmente a liderança de alguma personagem municipal ou regional que inspire confiança nos outros potenciais participantes do projeto – como vem ocorrendo em Sant’Anna do Livramento – cujo núcleo é o frigorífico Helfrig, que no estágio em que se encontra hoje já atrai inclusive investidores estrangeiros -, e em Silva Jardim, cuja força motivadora é o empresário Afonso de Souza.

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