Foto Stuckert
A mídia corporativa pró-Washington, como é o caso da Globonews, centrou sua cobertura, nesta quarta-feira, em torno de um fake News sobre o jantar de Lula com Xi Jinping, em Pequim, na terça-feira.
O foco da cobertura jornalística, construída em forma de fofoca, ficou em cima da Primeira Dama, Janja da Silva, que teria comentado com o presidente chinês problema político relacionado à utilização da rede social TIK TOK, no Brasil.
TIK TOK, segundo Janja, dissemina misoginia e perseguição às mulheres por grupos políticos machistas.
Precisa regular, na opinião de Janja, com a qual Xi Jinping teria concordado.
Seria questão de soberania regulação do TIK TOK.
Na verdade, quem domina a divulgação e disseminação misógina e racista é a direita fascista bolsonarista pelas redes sociais, entre elas o TIK TOK.
A gênese do bolsonarismo é essa: estimular ataque machista às mulheres, repetindo o gesto simbólico agressivo de Bolsonaro à deputada petista gaúcha, Maria do Rosário etc.
A opinião de Janja, no jantar, criou narrativa oposicionista de que ela não tem cargo institucional para conversar em reuniões entre presidentes nas suas relações.
Lula ficou fulo e disse que Janja não é mulher de segunda classe, levantando controvérsias, à esquerda e à direita.
O presidente disse que foi ele que iniciou a conversa sobre o assunto com Xi Jinping e aproveitou para abrir negociações com o líder chinês sobre exportação de política digital chinesa ao Brasil.
Xi Jinping, segundo Lula, enviará ao Brasil, a pedido do presidente brasileiro, especialista em comunicação digital, para discutir o assunto com o governo brasileiro.
GLOBONEWS IRADA REAGE
É aqui que mora a razão da ira da mídia corporativa com eventual instalação de política digital chinesa, a partir da chegada de especialistas chineses em tecnologia da informação/inovação.
Ficou explícito que ambos os presidentes conferem prioridade de parcerias no campo da informação digital, de agora em diante.
O objetivo central de Lula é democratizar as comunicações no Brasil, disseminando-as em massa, para divulgação de informações e expansão do comércio digital que a rede social TIK TOK, por exemplo, pratica.
A nova onda chinesa é a disseminação do TIK TOK SHOPPING
Politicamente, o governo Lula, se essa parceria prospera, a partir das conversas iniciadas, nesta semana, em Pequim, com o presidente chinês, passa a incomodar as mídias sociais em atuação no Brasil, todas orientadas por Washington.
TIK TOK ELEITORAL
A mídia corporativa tupiniquim começa a chiar.
O comentarista da Globonews, Merval Pereira, por exemplo, criticou a conversa entre Xi Jinping e Lula e defendeu que tal assunto seja objeto de negociação política no Congresso, e não diretamente, entre Lula e Xi Jinping.
Merval, com sua sensibilidade aguçada de porta-voz dos interesses dos Roberto Marinho, considerou gravíssima a decisão de Lula em chamar ao Brasil um representante da confiança de Xi Jinping para debater política digital com o governo brasileiro.
A Globonews sentiu cheiro de fumaça, no sentido de que a negociação Lula-Xi Jinping fere interesses dos setores de comunicação que agem como oligopólio, caso da Globo.
Os editores da Globonews apostaram no assunto em sua edição de hoje, chamando especialistas conhecedores da rede TIK TOK e que poderia estar por trás da negociação Xi-Lula sobre comunicação digital.
Arthur Igreja, consultor de tecnologia e inovação, convocado pela Globonews disse o que talvez não agrada a Globo: que o TIK TOK é inovação tecnológica revolucionária que conquista as massas, para o bem e para o mal.
Certamente, disse, essa inovação perscruta a população e serve como fator de investigação para políticas públicas.
Teria, então, Lula e Xi Jinping dado pontapé, nesse sentido, para contribuir para a relação do presidente com as massas sem o véu da mídia corporativa alienante a serviço da manipulação da opinião pública?
TEMOR DA CONCORRÊNCIA
O TIK TOK enlouquece a Globo, nesse aspecto, porque tem muito mais penetração nas massas, para influir em suas decisões.
Detona a burocracia alienante, para falar diretamente com a população, de forma interativa, simultânea, sem filtro, por meio de tecnologia revolucionária.
A exasperação da Globo com o encontro Lula-Xi Jinping tem uma razão oculta: a tecnologia chinesa pode desbancar o monopólio das comunicações no Brasil exercido pela emissora dos Marinho.
TIK TOK pode ser a arma lulista em 2026 para a guerra de narrativas com direita e ultradireita na luta eleitoral.
A Rede Globo perderia o monopólio da cobertura e seu preço comercial no mercado cairia drasticamente.