Cadastre-se Grátis

Receba nossos conteúdos e eventos por e-mail.

Alckmin pode substituir Haddad, candidato de Lula ao senado, para fortalecer industrialização. Por César Fonseca

Mais Lidos

Foto Agência Brasil

Crescem rumores na Esplanada dos Ministérios de que o presidente Lula convoca o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, para disputar eleição no Senado, em 2026, colocando no seu lugar o ministro do Desenvolvimento e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para dar dinamismo maior à economia, abalada pelo jurismo militante especulativo paralisante neoliberal antidesenvolvimentista tocado pelo Banco Central com apoio da Faria Lima.

A economia está patinando, diante da taxa de juros de 14,75%, que deverá chegar aos 15%, segundo estimativas do mercado, no segundo semestre; não há previsão de que ela cairá, mas que se estabilizará; mero jogo de palavras, contidas na última ata do Conselho de Política Monetária (Copom).

Os agentes econômicos estão com o pé no freio dos investimentos, como destacam líderes de confederações e federações de indústria (CNI), comércio (CNC), serviços etc.

A propensão empresarial é a de guardar dinheiro na especulação, onde tem rendimento seguro, do que o aplicar onde crescem riscos etc.

Assustam os investidores as notícias de que a taxa de desemprego, especialmente, no Nordeste, subiu nos primeiros três meses do ano; com os juros subindo ou se estabilizando nas alturas, dificilmente, o quadro muda.

A insuficiência de consumo, conforme reconheceu o economista Dario Durigan, chefe de política econômica da Fazenda, está levando à queda de arrecadação.

Diante disso, o governo prepara medidas, não para estimular os investimentos, abafados pelos juros altos, mas cortar despesas, de modo a cumprir a meta de limitar em crescimento zero o déficit público, para a inflação ir rumo à meta de 3%, traçada pelo Conselho Monetário Nacional(CNM).

Durigan, portanto, pre-anunciou, nesta semana passada, o que vai acontecer semana que vem quando será divulgado relatório econômico bimestral dando conta de quedas de arrecadação.

Será preciso, admitiu, novos cortes orçamentários, para a economia se limitar aos ajustes fixados pelo arcabouço neoliberal, defendido pelo mercado financeiro, o que exige juros altos em nome do combate ortodoxo à inflação.

Novos cortes, segundo o raciocínio neoliberal, significam, claramente, menos arrecadação tributária, já que ela somente aumentaria mediante mais investimentos.

Mas quem vai investir para aumentar a arrecadação com os juros altos, que reduzem as taxas de lucros dos empresários, propensos, por isso, a ganhar na especulação, sem fazer força?

Mais investimentos aumentariam a arrecadação, porém, os juros altos se transformaram nos fatores mais decisivos para impedir que isso aconteça.

Os juros derrubam a arrecadação e aprofundam a propensão governamental, de viés neoliberal, aos cortes de gastos sociais, por meio de mais juros, que elevam os gastos financeiros.

PRIORIDADE É PAGAR JUROS DA DÍVIDA

Atualmente, o déficit primário (receitas menos despesas, exclusive juros) está na casa dos 0,6% do PIB, enquanto o déficit nominal (financeiro, especulativo) já alcança a enormidade de 8% do PIB.

Não é, portanto, despesa primária que eleva déficit e juro, mas o gasto nominal, financeiro, que já alcança R$ 1 trilhão/ano.

A expectativa, portanto, é a de que o anúncio de novos cortes orçamentários, para compatibilizar o orçamento fiscal primário ao arcabouço neoliberal, não contribuiria para estabilizar a economia, mas para aprofundar desestabilização, na medida em que eles derrubam, com mais velocidade, a arrecadação, em vez de estabilizá-la.

A economia, nesse contexto, aprofunda círculo vicioso antidesenvolvimentista, depressivo, visto que os gastos sociais – os que puxam a demanda global, gerando emprego, renda, consumo, arrecadação e investimentos – serão, ainda, mais sacrificados, para pagar a despesa maior do governo com juros e amortizações da dívida pública, equivalente ao tamanho do PIB, na casa dos R$ 7 trilhões.

HADDAD CONTINUA OU SAI?

É nesse cenário que cresce especulação de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode deixar o Ministério para se candidatar ao Senado ou ao governo de São Paulo, conforme saem do Planalto comentários nesse sentido, nos últimos dias.

Por trás dessa especulação está o fato concreto de que os aliados desenvolvimentistas do presidente Lula defendem mudanças na política econômica, capaz de favorecer a disputa eleitoral, em 2026, quando ele tentará reeleição, para conquistar quarto mandato.

O centro da preocupação palaciana é o de que se faz necessário mudança na meta da inflação de 3%, conforme determina o arcabouço neoliberal, construído pelo ministro Haddad, sob pressão do mercado financeiro, visto que essa meta é a garantia de sustentabilidade dos juros altos que espantam investimentos, mas que favorece, amplamente, a Faria Lima.

Para mudar essa meta, o governo teria que reunir os Ministérios da Fazenda, do Planejamento e Banco Central, componentes do Conselho Monetário Nacional (CMN), para traçar caminho alternativo ao atual.

Se for fixada nova meta inflacionária – compatível com o histórico da inflação brasileira –, por exemplo, para 4,5% ao ano, como defende o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e sua equipe desenvolvimentista, que toca programa de industrialização, haveria maior espaço para os investimentos.

A banda inflacionária chegaria aos 6% ao ano, visto que há um espaço entre 1,5% para baixo e 1,5% para cima, além de eventual nova meta inflacionária.

O presidente Lula, então, poderia gastar mais orçamento fiscal no social para puxar a demanda global.

A economia ganharia novo impulso para dinamizar a produção e o consumo, no restante do governo que termina em 2026.

Desse modo, ganha musculatura para enfrentar as eleições, com maior vantagem comparativa/competitiva, em relação à oposição, que, simplesmente, não tem proposta de governo factível, senão insistir no neoliberalismo, que deixou de ser solução, para virar problema.

Geraldo Alckmin seria eventual substituto de Haddad, que deixaria o cargo para disputar o Senado, onde Lula quer fortalecer sua base para enfrentar a maioria conservadora atual?

Artigos Relacionados

Glauber Fortalece Pauta De Esquerda No Congresso

Foto Rede 98 Fortalece a democracia e as pautas de esquerda, comprometidas com o desenvolvimentismo tocado pelo presidente Lula com valorização do social relativamente...

O Paradoxo do Governo Lula: Indicadores Econômicos e Sociais Relevantes, mas Não Consegue Comunicar Isso ao Povo

O prefeito do Recife, João Campos, reconhecido pela excelência no trabalho de comunicação do seu governo, em entrevista ao programa Roda Viva (ver vídeo),...

O Desafio de Defender a Soberania que Ainda Resta ao Brasil

O mundo contemporâneo reflete uma realidade implacável para um país como o Brasil sob a qual defender e manter a soberania é algo muito...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Em Alta!

Colunistas