O recente anúncio do congelamento de R$ 31 bilhões no orçamento federal para 2025 representa mais do que um simples ajuste contábil: é a confirmação de que o Brasil continua aprisionado a uma lógica econômica ultrapassada, sustentada pelos dogmas do neoliberalismo e pela submissão ao chamado “consenso de Washington”.
Um governo que se elegeu prometendo reconstruir o país não pode seguir refém das mesmas ideias que causaram sua destruição:
- A justificativa apresentada é a de evitar bloqueios orçamentários no meio do ano;
- E cumprir as metas do novo arcabouço fiscal.
Na prática, porém, o congelamento antecipa uma compressão dos investimentos públicos e das políticas sociais, que deveriam ser prioridade para um país ainda marcado por desigualdades históricas, baixa produtividade e déficit de infraestrutura.
Não se trata apenas de técnica, mas de política: o governo está escolhendo atender aos interesses do mercado financeiro em detrimento do povo.
Essa decisão é ainda mais grave diante do contexto de fragilidade social e econômica vivido pelo Brasil:
- A desigualdade ainda é gritante;
- O desemprego estrutural precisa ser definitivamente superado em várias regiões;
- E o setor público continua sucateado.
O país precisa urgentemente de investimentos robustos em saúde, educação, ciência, tecnologia, moradia, transporte e infraestrutura verde — áreas que serão inevitavelmente impactadas por esse congelamento.
Ao invés de buscar uma saída pela austeridade, o governo precisa assumir uma postura ousada de ruptura com esse modelo!
O Brasil tem condições de implementar uma política econômica progressista que combine expansão do investimento público, valorização do trabalho e soberania produtiva. Mas para isso é necessário coragem política para enfrentar os dogmas neoliberais, ainda enraizados nos ministérios da área econômica e no Banco Central:
- É inaceitável que o país continue pagando quase R$ 1 Trilhão por ano em juros da dívida pública, devido a uma taxa Selic artificialmente elevada;
- Enquanto sacrifica R$ 31 bilhões de investimentos sociais.
O país precisa de um novo pacto, baseado na taxação dos super-ricos, na revisão de isenções fiscais regressivas, na retomada do papel do Estado como indutor do desenvolvimento e na valorização de uma política industrial inclusiva:
- Não se combate a desigualdade com cortes;
- Não se reindustrializa o país com contenção de gastos;
- E não se reconstrói o Estado com as mãos atadas por regras fiscais que, em essência, apenas garantem a transferência de renda pública para o setor financeiro.
Chegou a hora de romper com essa lógica perversa!
Se o governo quiser honrar o compromisso assumido nas urnas, precisa abandonar a armadilha da austeridade e enfrentar o verdadeiro inimigo do desenvolvimento nacional: a hegemonia do rentismo e do pensamento único neoliberal.
O Povo Brasileiro não elegeu um gerente do orçamento. Elegeu um presidente para reconstruir a esperança e encaminhar definitivamente o Brasil rumo ao seu destino: uma nação Justa, Soberana, Desenvolvida e Plenamente Democrática — onde o Estado sirva ao Povo.